No dia 12 de junho, a iniciativa MapBiomas divulgou o “Relatório anual de desmatamento no Brasil”, revelando que o desmatamento nos biomas brasileiros registrou aumento de 22,3% em 2022 na comparação com 2021.

Mais de 2 milhões de hectares foram desmatados no ano passado. De acordo com o levantamento, 62% das cidades brasileiras (3.471 municípios) tiveram ao me- nos um episódio de desmatamento. Os estados que lideraram o ranking de perdas são: Pará, em primeiro lugar, seguido por Amazonas, Mato Grosso, Bahia e Maranhão. Apesar de haver registro de pontos de desmatamento em todo o país, o estudo mostra que 90% das regiões afetadas estão no Cerrado e na Amazônia. 

Velocidade
O relatório também alerta que o processo de desmatamento é rápido. Só na Amazônia, 21 árvores foram derrubadas por segundo, aproximadamente, em 2022. Para os pesquisadores, essa velocidade pode estar ligada a investimentos em máquinas cada vez mais potentes para a expansão de atividades agropecuárias. No ano passado, o setor foi responsável por desmatar mais de 1,9 milhão de hectares de vegetação — cerca de 95% da destruição das áreas ambientais em todo o país.

Por outro lado, o estudo apontou que os territórios ocupados por indígenas e comunidades quilombolas foram os mais preservados do Brasil. Do total desmatado, apenas 1,4% está em Terras Indígenas e 0,05% em Comunidades Remanescentes de Quilombos. 

6.606.500 HECTARES FORAM DESMATADOS NO BRASIL DE 2019 A 2022, O QUE EQUIVALE A 1,5 VEZ O ESTADO DO RIO DE JANEIRO 

ÁREA TOTAL DESMATADA (EM HECTARES) 

2019: 1.221.570

2020: 1.645.104

2021: 1.682.575

2022: 2.077.251

Glossário 

Comunidades quilombolas: locais formados por descendentes de pessoas que foram escravizadas no Brasil. 

Bioma: conjunto de vida vegetal e animal com características próprias em uma região específica. O Brasil tem seis: Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, Pampa e Pantanal. 

Hectare: um hectare equivale a 10 mil metros quadrados, o mesmo que a área de um campo de futebol.

Fontes: G1, MapBiomas e Veja.

Esta matéria foi originalmente publicada na edição 208 do jornal Joca.