A América Latina é uma região formada por 20 países onde são falados os idiomas espanhol e português, línguas derivadas do latim. Além do Brasil, fazem parte Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Costa Rica, Cuba, Equador, El Salvador, Guatemala, Haiti, Honduras, México, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana, Uruguai e Venezuela.

No dia 12 de dezembro, é celebrado o Dia da Nossa Senhora de Guadalupe, conhecida como padroeira dessa parte do mundo segundo a religião católica. Assim, a data ficou popularmente conhecida como Dia da América Latina. Para lembrar a ocasião, o Joca conversou com dez crianças latino-americanas para descobrir como elas vivem em diferentes países da região. Confira!

Gosto de jogar futebol e baseball, esporte nacional da Nicarágua. Aqui também temos muitos pratos típicos como nacatamal (massa de milho com carne de porco, molhos, cebola e arroz), suco de jamaica (feito de uma flor fervida) e arroz e feijão. Gosto muito de ir ao Museu de Arte Nicaraguense, um prédio de três andares onde é contada a nossa história: lá tem armas, uma casa indígena e até fósseis de mamute. Também gosto do poeta nicaraguense Rubén Darío. Para mim, ser da Nicarágua é ser corajoso e defensor da soberania nacional [quando um país tem total poder sobre a suas decisões, sem sofrer interferência de outra nação]. Nossa maior festa é a “Purísima Concepción de María”, que acontece em 7 de dezembro, em homenagem à Virgem Maria. As família passam de casa em casa e os que podem dão presentes como brinquedos, comidas e bebidas. Nesse dia, as crianças gostam de jogar bombinha na rua.
Enrique G., 11 anos – Manágua (Nicarágua)

Gosto muito das praças e do cinema do meu país. Aqui, jogo futebol, jogos de tabuleiro e pulo corda. Como panquecas de manhã e de lanche da tarde. No almoço, gosto de comer bife à milanesa com batata frita e, na janta, algum tipo de pasta. Eu gosto de tomar mate [tipo de chá com ervas], mas se está muito quente, queima a língua, então não tomo muito. Eu gostaria muito de conhecer o México, onde se usam roupas muito coloridas e se comemora o Dia dos Mortos.
Morita T., 8 anos – Buenos Aires (Argentina)

Gosto muito da gastronomia colombiana, nossa cultura, da flora e da fauna que possuímos e, principalmente, da nossa gente. Considero que os colombianos são pessoas muito amáveis, alegres e sempre à disposição dos outros, o que é lindo. Não gosto da má fama que a Colômbia tem por causa de seu passado. Muitos pensam que este é um país de guerras e tráfico de drogas, quando, na verdade, esse problema já não é tão grande quanto dizem. Meu país é um lugar mágico e não deveria ser visto de uma forma tão ruim.
Anabelén V., 14 anos – Ipiales (Colômbia)

De segunda a sexta, eu ajudo meu pai que trabalhando em obras de manhã e vou para a escola à tarde. No fim de semana, me preparo para o vestibular de engenharia, uma profissão que penso em seguir desde pequeno. Eu gosto muito da cultura peruana, principalmente a história dos povos vicús [500 a.C. – 500 d.C.]. Acho impressionante a habilidade que tiveram em construir túmulos muito estreitos de até 7 metros de profundidade sem os equipamentos de construção existentes hoje. Meu país também se destaca pela gastronomia. O ceviche [prato a base de peixe, limão e outros temperos] é o mais delicioso que já provei. Infelizmente, aqui há políticos corruptos, que não deixam o país crescer, e a educação nos colégios públicos é ruim.
Gary Kevim P., 15 anos – Piura (Peru)

A escola é um ambiente agradável onde todos se ajudam, mas não gosto da pressão e do estresse que sentimos ao ter que entregar muitos trabalhos e fazer provas. Gosto do meu país porque é grande – nunca dá para conhecer tudo! Gosto muito de bolo de milho, mas detesto mariscos, comida típica da região onde moro. Uma de nossas festas tradicionais são as fondas, onde todos se encontram para comer, dançar e brincar de acordo com as tradições chilenas. Também tem as corridas de saco, em que as pessoas correm vestindo sacos.
Belen P., 15 anos – Ilha de Chiloé, Castro (Chile)

O que eu mais gosto no meu país é que ele é pequeno. Nos lugares grandes há muita gente e muitos caminhos – e eu me perderia facilmente! Também gosto da comida: fritada (que é carne de porco com milho, queijo e batata), colada morada, uma bebida quente feita à base de milho escuro que se toma acompanhada de “guagas de pan”, biscoitos com formato de criança, que se come no Dia dos Mortos. Tenho vontade de conhecer o Brasil (suas favelas, as praias do Rio de Janeiro e o estádio do Maracanã) e a Argentina (provar o famoso churrasco que preparam ali e conhecer algum estádio famoso de futebol).
Matías G., 14 anos – Ibarra (Equador)

A América Latina é um continente bem bonito e grande, tem deserto, geleira, neve, montanhas, vulcões, florestas, praias… Sou brasileira e estou viajando há dez meses em um trailer com meus pais e meus três irmãos. Achei a cultura do Peru bem diferente. Lá, as mulheres usam panos bem coloridos e bonitos. A da Argentina é bem parecida com a do Brasil porque tem mate e churrasco, como no Rio Grande do Sul. Acho o Brasil diferente porque ele é maior do que os outros da América Latina e o único onde se fala português. Gosto muito de pão de queijo, brigadeiro e das praias bem bonitas e do mar quentinho do Brasil. Na Chile e na Argentina, gostei de carne de guanaco, um tipo de lhama.Também adorei o choclo, um milho gigante cozido!
Isabela F., de 10 anos, Canela, Rio Grande do Sul (Brasil)

Para mim, ser uruguaio significa gostar de mate, de churrasco, de doce de leite e de futebol. Aqui também se come macarrão, ravioli recheado, ovo frito, hambúrguer, batata frita, peixe, chivito [típico sanduíche uruguaio com carne] e, por último, mas não menos importante, croissant. Gosto de lugares como Maldonado, Treinta y tres, Colonia, El Salto, Termas e o litoral. Gosto de jogar Fortnite, Dragon Ball Z, esconde-esconde e polícia e ladrão. O que eu mais gosto na escola é o teatro, as quadras, as aulas de inglês, o recreio e quando começam as férias.
Augusto R., 10 anos – Montevidéu (Uruguai)

Brinco com meus amigos e professores no pátio da escola, de polícia e ladrão, atrapadas [pega-pega], futebol e basquete. Só não gosto de matemática e que as aulas terminem às três da tarde – uma hora antes já quero ir embora. Gosto muito da comida mexicana, dos rios e do clima, mas não gosto da violência que tem aqui.
Minha mãe faz um bordado tradicional com figuras que os antepassados usavam para guardar suas coisas. Estou aprendendo com ela e já bordei algumas peças mais simples
Uma das festas mais conhecidas do meu país é o Dia dos Mortos. A gente faz um altar para os familiares que morreram, e lá colocamos caveirinhas e coisas de que eles gostavam (por exemplo, se a pessoa gostava de mexerica, colocamos essa fruta lá). Eu costumo me fantasiar de catrina [caveira feminina mexicana].
Ximena M., 8 anos – San Cristóbal de Las Casas, Chiapas (México)

Meus pais são brasileiros e eu nasci em El Salvador, onde moro com eles e meus dois irmãos. El Salvador não é só um país, sinto que é a minha casa. É muito especial para mim. Tenho orgulho de viver aqui, ainda que tenha alguns defeitos como violência e criminosos. Nas férias, passo um mês no Brasil. Também já conheci Guatemala e Panamá. Acho que é El Salvador é um lugar único no mundo. Gosto muito de comer papusas [torta de milho recheada], um prato típico de El Savador, e tacos [tipo de panqueca de milho com cobertura], tradicional do México, e ir a praias.
Andres C., 12 anos, San Salvador (El Salvador)

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