Segunda parte da reportagem “Livros, filmes, músicas…O que crianças e adolescentes podem ter acesso?”
Cada produto cultural é avaliado de um jeito pelo departamento de classificação indicativa da Secretaria Nacional de Justiça.
Na hora de escolher a idade apropriada para um produto, o órgão leva em conta aspectos como linguagem, conteúdo violento, elementos que contribuem para o desenvolvimento de crianças e adolescentes, entre outros. “Geralmente, duas pessoas fazem a análise da obra, porém, em casos mais complexos, o número de funcionários envolvidos pode aumentar”, diz o coordenador do departamento de classificação indicativa, David Athias.
Ele explica que, para trabalhar com classificação indicativa, o funcionário deve ser um servidor público e passar por um treinamento de aproximadamente um mês. Nesse período, a pessoa deve aprender a analisar um produto e estudar as tendências de indicação que estão no Guia Prático de Classificação Indicativa.
Nesse guia, há seis tipos de classificação: livre para todos os públicos, não recomendado para menores de 10 anos, não recomendado para menores de 12 anos, não recomendado para menores de 14 anos, não recomendado para menores de 16 anos e não recomendado para menores de 18 anos.
Confira, abaixo, como cada tipo de produto é avaliado pelo departamento:
Cinema e DVD = Antes de os filmes serem lançados, o departamento de classificação indicativa faz uma análise prévia para determinar qual será a idade recomendada para aquele produto. Pela lei, menores podem entrar em sessões de filmes que não são indicados para a sua idade se tiverem autorização dos responsáveis. No caso de longas para maiores de 18 anos, a entrada não é permitida nem com a presença dos pais.
Programas de televisão = As emissoras enviam para o departamento a classificação indicativa que pretendem dar para um produto. Depois, quando o programa já está no ar, o órgão tem 60 dias para monitorar o conteúdo e ver se aquela sugestão de idade é realmente apropriada.
Jogos eletrônicos = Produtores devem enviar ao departamento a sinopse, as missões e tarefas que devem ser desempenhadas pelo usuário e a classificação indicativa que acham mais apropriada. O órgão julga as informações enviadas.
Livros = Não são classificados.
Circo, teatro ou shows musicais = não são classificados pela secretaria. No entanto, os espetáculos devem informar ao governo qual é a indicação pretendida.
Criança pode não concordar?
Em entrevista ao Joca, alguns jovens relataram seu descontentamento com a classificação estabelecida para alguns produtos que circulam pelo mercado.
Lico H., de 10 anos, diz não entender por que Jovens Titãs, um desenho animado de super-heróis que passa no Cartoon Netwoork, é indicado para maiores de 10 anos.
“As crianças mais novas assistem aos desenhos da Turma da Mônica mesmo sabendo que a Mônica bate no Cebolinha e fica de olho roxo. É mais ou menos isso o que acontece nos Jovens Titãs: os heróis batem nos vilões e eles ficam de olho roxo, meio tontos. Então, acho que “Os Jovens Titãs” poderia ser livre para todos os públicos, assim como são os desenhos da Turma da Mônica”, diz.
Quem também questiona algumas escolhas é o Theo, de 12 anos. Após assistir ao filme “Forest Gump”, ele ficou em dúvida se a classificação dada ao longa era a mais adequada.
“A história tem muito sofrimento, guerra e mesmo assim é livre para todos os públicos. Enquanto isso, programas que não são tão violentos têm restrições”.
Leia a continuação da reportagem no link abaixo.
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Faz sentido
nosa
Você já conhecia esse processo, Ana Clara?
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