País mantém um código de vestimenta para as mulheres
A morte da iraniana Mahsa Amini, 22 anos, completou um ano, em 16 de setembro. Ela morreu após ser presa pela polícia da moralidade do país, acusada de não cumprir o código de vestimentas para mulheres.
O Irã segue uma interpretação rigorosa da Sharia (lei do islã, religião criada por Maomé). Por isso, as mulheres devem, por exemplo, cobrir a cabeça com o hijab (tipo de véu). Mahsa virou símbolo de resistência para os contrários às regras, que passaram a protestar nas ruas (relembre na edição 195).
O Irã atualmente
Arlene Elizabeth Clemesha, professora doutora de história árabe do curso de árabe do Departamento de Letras Orientais da Universidade de São Paulo (USP), explica que, mesmo com a repressão, “mulheres continuam forçando o limite do sistema de imposição do governo, com manifestações individuais sem o hijab e aparecendo em público (mercado, bazar ou em meios de transporte) cantando, porque são proibidas de cantar no país. Isso mostra que não estão dispostas a abandonar a luta pela liberdade e têm um apoio bem grande da população”.
O código de vestimentas segue obrigatório, e o governo está usando câmeras para fiscalização. Segundo reportagem da BBC, que ouviu pessoas no Irã, estima-se que 20% das mulheres têm saído às ruas sem o hijab. “O movimento gerado a partir de Mahsa culmina no Prêmio Nobel da Paz para a ativista iraniana Narges Mohammadi. Essa é uma resposta mundial, um apoio às mulheres do país”, conclui Arlene.
Houve muitas perdas no último ano, porém. Milhares de pessoas foram presas e mais de 500 morreram durante os protestos. Em fevereiro, o país anunciou perdão para grande parte dos manifestantes, mas ainda há presos.
Fontes: Al Jazeera, BBC, G1 E NBC.
Esta matéria foi originalmente publicada na edição 213 do jornal Joca.
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