A situação atual no país quando o assunto é o desemprego, as empresas e o PIB, por exemplo
A situação econômica do Brasil tem sofrido com a pandemia de covid-19 e suas consequências, como a quarentena. “Medidas de isolamento fazem as pessoas consumirem menos, já que a ida a shoppings, por exemplo, torna-se indisponível”, diz João Pedro Heringer, economista da Universidade de Brasília. Segundo o especialista, o crescimento do país é afetado ainda pela diminuição das exportações — compra de produtos brasileiros por outros países, que também estão com pouco dinheiro. Saiba mais sobre a situação da economia no Brasil a seguir
Desemprego
Quase 9 milhões de brasileiros perderam o emprego entre abril e junho, o pior trimestre para o mercado de trabalho durante a quarentena. No total, 83,3 milhões de pessoas estavam trabalhando nesses três meses, o menor número já registrado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Atualmente, há mais pessoas sem trabalhar do que trabalhando (entre desempregados e outros fora da força de trabalho), segundo o IBGE. A taxa de desemprego é a maior em três anos: 13,3%.
Fechamento de empresas
No período da pandemia, 716 mil empresas fecharam, de acordo com o IBGE. Quase todas são pequenas empresas. Os setores mais afetados foram comércio (39,4%) e serviços (37%). Mesmo as 2,7 milhões de empresas que seguem abertas estão sofrendo: sete a cada dez tiveram diminuição de vendas ou serviços desde que a covid-19 chegou ao país. A pandemia trouxe alguma oportunidade para apenas 13,6% dos negócios.
“A pandemia afeta negativamente a atividade econômica porque impõe uma situação de incerteza quanto ao futuro para os empresários e as famílias”, explica o economista João Pedro Heringer. “Nessa situação, empresários adiam decisões de investimento e as famílias, decisões de consumo.”
PIB
O Produto Interno Bruto (PIB) é a principal medida de atividade da economia. Ele indica o valor de tudo o que é produzido no país durante um período. “O PIB dos primeiros três meses do ano teve uma queda de 1,5% em relação ao trimestre anterior, de 2019”, diz Mauro Rodrigues, professor de economia da Universidade de São Paulo e economista do site porque.com.br. A queda quer dizer que menos alimentos e roupas, por exemplo, estão sendo produzidos, e menos serviços, como comércio, oferecidos.
As previsões de crescimento para o PIB em 2020 ficam cada vez menores. Em março, era esperado um crescimento próximo de zero. Depois, a projeção do PIB passou para queda de 3%, 5%, 9% e já há previsões de encolhimento de 10%. Segundo o Banco Mundial, a economia brasileira deve voltar a crescer em 2021, com alta de 2,2% do PIB.
Ajuda do governo
Algumas das medidas anunciadas pelo governo federal são:
Sinais de melhora
“Aparentemente, abril e maio foram os piores meses. Já vemos sinais de melhora em junho”, observa o economista Mauro Rodrigues. O comércio caiu 14% em março e 17,5% em abril. Mas, em maio, cresceu 19,6%, segundo o IBGE. Da mesma forma, a produção da indústria, que caiu no começo da pandemia, teve alta de 7% em maio.
O que esperar do futuro?
“O que acontecerá daqui para a frente vai depender da evolução da pandemia e de como as pessoas irão se comportar. Se o vírus continuar se espalhando, muita gente não vai se sentir confortável em sair de casa, e aí a economia continua patinando. Demora mais para recuperar”, opina Mauro.
Para João Pedro, não é possível fazer previsão agora, já que a situação é muito nova. “Uma pandemia que afeta tantos países e de maneira tão ampla é algo um tanto quanto inédito”, diz.
O que eu penso sobre… A reabertura do comércio
“Eu vejo nos noticiários que muitos comércios não estão seguindo as novas ormas. E mesmo que sigam, a população não segue, pois vejo filas fora das lojas, sem o distanciamento necessário e até sem máscaras. Acho que as pessoas ainda não perceberam a gravidade desse vírus”, Marina I., 10 anos, de São Paulo
Números da covid-19 no Brasil*
Casos confirmados: 3.057.470
Mortes: 101.752
*De acordo com o Ministério da Saúde
Fontes: Agência Brasil, Correio Braziliense, Diário de Pernambuco, G1 e governo federal
Esta matéria foi originalmente publicada na edição 154 do jornal Joca
adorei a reportagem
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