Os eletrodos implantados no cérebro e na medula espinhal servem como uma ponte digital que contorna a parte lesionada. Entenda
Pesquisadores da Suíça publicaram um estudo na revista científica Nature, em 24 de maio, de um homem paraplégico que, por meio de dispositivos conectados ao cérebro, voltou a andar. O sistema é chamado de Interface Cérebro-Espinha (BSI, na sigla em inglês) e funciona, via sinal digital, como uma ponte entre a atividade cerebral e os músculos inferiores, contornando assim a parte lesionada do corpo.
Paraplegia: perda total ou parcial do movimento do tronco para baixo, ou seja, cintura, pélvis e pernas.
Gert-Jan Oskam, de 40 anos, sofreu um acidente de moto em 2011, perdendo a capacidade de movimentar o corpo da cintura para baixo. Desde então, ele passou a fazer tratamentos envolvendo estímulos elétricos para incentivar a recuperação dos movimentos. A fisioterapia, aliada a esses procedimentos, já havia permitido que Gert-Jan voltasse a executar movimentos básicos, porém, com o novo sistema, Gert-Jan consegue ter mais controle sobre a atividade, apesar de algumas limitações.
“[Em virtude da lesão], tem uma interrupção de comunicação entre o cérebro e a medula espinhal que controla os movimentos da perna”, explica Jocelyne Bloch, diretora da NeuroRestore (um dos centros de pesquisa responsáveis pelo caso), em vídeo institucional.
Medula espinhal: cordão cilíndrico que passa por dentro das vértebras. É composto por células nervosas e serve para conduzir os estímulos entre o cérebro e as demais partes do corpo humano.
Assim, para reestabelecer essa comunicação, foi desenvolvida uma “ponte digital” entre as duas partes. Em uma cirurgia foram implantados eletrodos no cérebro de Gert-Jan e na medula espinhal. Por meio de inteligência artificial, esses eletrodos são capazes de interpretar os pensamentos do paciente e acionar os respectivos músculos que Gert-Jan quer movimentar, conforme a imagem abaixo.
Crédito de imagem: NeuroRestore/vídeo/divulgação
Fontes: Nature, NeuroRestore e Estadão.
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