enchentes e deslizamentos pernambuco 189
Equipes do Corpo de Bombeiros de Pernambuco e do Rio Grande do Norte, membros do Exército Brasileiro e voluntários ajudaram no trabalho de resgate das vítimas nas áreas atingidas. / #pracegover: bombeiros, membros do exército e voluntários sobre uma pilha de escombros. Crédito de imagem: CORPO DE BOMBEIROS DE PERNAMBUCO

Municípios do Grande Recife (região metropolitana de Pernambuco) sofreram, no fim de maio, com chuvas fortes que causaram enchentes e deslizamentos. De 24 de maio até o fechamento desta edição, 128 pessoas tinham morrido em decorrência da tragédia e mais de 9 mil estavam desabrigadas (perderam a casa em que moravam). As chuvas também atingiram Alagoas, que decretou situação de emergência em 33 cidades.

Casos como este não são inéditos em municípios pernambucanos. Em 1975, por exemplo, tempestades inundaram 80% do terreno habitável do Recife, a capital, deixando 107 mortes. Já em 30 de maio de 1966, uma enchente fez com que 175 pessoas perdessem a vida.

Isso acontece por um conjunto de fatores, segundo o professor Hernande Pereira da Silva, coordenador do Instituto Para Redução de Riscos e Desastres de Pernambuco (IRRD). Um deles é a falta de políticas habitacionais que sejam adequadas à realidade do estado. Muitas casas são construídas próximas às margens do rio Capibaribe, que transborda quando a chuva é intensa. Além disso, algumas moradias estão em áreas irregulares, com risco de deslizamento.

“Esse problema é uma situação corriqueira em nossa região, de certa forma”, diz Hernande. “Assim, do ponto de vista político, as soluções que podemos pedir é que, para os próximos anos, sejam destinados recursos específicos para ações preventivas ao período de chuvas fortes. Seja instalando sistemas de alerta, preparando a infraestrutura das cidades, deixando de prontidão postos avançados de bombeiros, Defesa Civil e demais órgãos que possam ajudar a retirar as pessoas de áreas de alto risco de vulnerabilidade”, completa.

O que são políticas habitacionais?
Trata-se de uma série de ações e programas do governo que tornam a vida dos habitantes de determinado local viável e digna. Um exemplo é a construção de moradias adequadas, infraestrutura urbana satisfatória, redes de drenagem em bom funcionamento, áreas de lazer e redução de riscos (como enchentes, doenças infecciosas e deslizamentos) para os moradores da região.

O responsável por executar e garantir o cumprimento dessas políticas é o governo federal, em parceria com os governos estaduais e municipais.

Para isso, o Ministério do Desenvolvimento Regional, com outras entidades públicas, elaborou o PlanHab (Plano Habitacional) 2009-2023. O objetivo é estabelecer uma estratégia de longo prazo para atender às necessidades habitacionais das diferentes regiões do Brasil. Para as próximas duas décadas, já está sendo elaborado o PlanHab 40, que deve ser finalizado ainda em 2022.

Glossário

Infraestrutura urbana: conjunto de serviços que contribuem
para o bom funcionamento de uma cidade, como rede de esgoto, abastecimento de água, transportes públicos, coleta de lixo e rede elétrica.

Rede de drenagem: canais e encanamentos subterrâneos conectados entre si que encaminham a água pluvial (da chuva) para rios, córregos e outros locais. Uma boa drenagem impede alagamentos.

Situação de emergência: medida usada em casos excepcionais que permite às autoridades de uma cidade, por exemplo, gastar mais do que o planejado.

O que eu penso sobre…

“As chuvas aqui foram muitas, muita gente se machucou e perdeu tudo. Minha família também perdeu. Foi muito ruim, algumas casas desabaram e muitas pessoas morreram. Se isso acontecer onde você mora, fique em casa. Só saia se for para a escola e se tiver prova!” Maria Clara G. S., 10 anos, Paulista (PE)

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#pracegover: Maria Clara está sentada, usa roupa amarela e marrom e segura um brinquedo. Foto: arquivo pessoal

“Quando deu cinco horas da manhã, minha avó me chamou dizendo que estava entrando água na casa, me levantei e comecei a ajudar a levantar os móveis. A água subia em uma proporção tão rápida que cada minuto era agoniante! Meu padrasto saiu nadando da minha casa até a dos meus avós para nos salvar! Graças a Deus conseguimos chegar bem.” Maria Luíza G. S., 15 anos, Jaboatão dos Guararapes (PE)

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#pracegover: Maria Luíza usa blusa preta e colares prateados. Foto: arquivo pessoal

Fontes: Agência Brasil, Cultura Mix, G1, governo federal, Ministério do Desenvolvimento Regional e Nexo.

Esta matéria foi originalmente publicada na edição 189 do jornal Joca.

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