Por Martina Medina O ciclone Idai atingiu Moçambique, na África, na noite de 14 de março, passando também por Zimbábue e Malaui. Escolas, casas, hospitais, lojas, estradas e plantações foram destruídas por tempestades e ventos fortes. Também há vilarejos inteiros debaixo d’água. Segundo dados oficiais, o ciclone deixou 746 mortos, mais de 2 mil feridos
Por Martina Medina
O ciclone Idai atingiu Moçambique, na África, na noite de 14 de março, passando também por Zimbábue e Malaui. Escolas, casas, hospitais, lojas, estradas e plantações foram destruídas por tempestades e ventos fortes. Também há vilarejos inteiros debaixo d’água.
Segundo dados oficiais, o ciclone deixou 746 mortos, mais de 2 mil feridos e quase 90 mil pessoas sem casa (números até o fechamento desta edição). Mas, de acordo com Filipe Nyusi, presidente de Moçambique, país que concentra a maior parte das vítimas, o número total de mortos pode chegar a mil.
Esse é um dos piores desastres ambientais já vividos no continente africano, declarou o secretário- -geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres.
Cerca de 1,85 milhão de pessoas foram afetadas pelo fenômeno, segundo a entidade. Faltam comida, água potável, remédios e abrigo para os sobreviventes, que também enfrentam dificuldades para fazer ligações e acessar a internet.
Doenças
A maior ameaça agora é a epidemia de doenças como cólera, malária, tifo e diarreia. Essas enfermidades se espalham pelas águas das enchentes contaminadas pelo lixo e também são transmitidas por consumo de água imprópria e falta de higiene nos alojamentos que recebem os desabrigados.
Um surto de cólera chegou a Moçambique: 517 casos foram confirmados e o número deve aumentar, já que mais de 2 mil pessoas estão com diarreia grave, um dos sintomas da doença. A Organização Mundial da Saúde (OMS) disse que mandará cerca de um milhão de doses de vacina contra a cólera para a região
Ajuda
A ONU estima que serão necessários ao menos 337 milhões de dólares para ajuda humanitária aos países nos três primeiros meses. Apenas 2% desse valor foi arrecadado até o momento. O Brasil enviou 435 mil reais, mais de 800 quilos de remédios e bombeiros que participaram dos resgates em Brumadinho (MG) ao país. Um navio com 1.400 toneladas de alimentos doados por moçambicanos e estrangeiros foi enviado à cidade de Beira, em Moçambique, que teve 90% de seu território destruído pelo ciclone.
Correspondente Internacional
“Eu nunca tinha visto um desastre desse tipo e espero que não haja mais. O ciclone não chegou à minha cidade, mas acompanho daqui o sofrimento que ele causou. É tão triste ver uma criança sem aula, pessoas com doenças graves sem hospitais, as empresas onde nossos pais trabalhavam para sustentar a família destruídas, as estradas em que se faziam os deslocamentos de produtos danificadas… É um gesto muito grande que empresas nacionais e estrangeiras apoiem Moçambique com doação de roupas, alimentos, materiais escolares e dinheiro. Isso quer dizer que o nosso país não está sozinho. Minha escola está arrecadando doações para as pessoas afetadas. Se hoje aconteceu com elas, amanhã pode acontecer conosco. Devemos mostrar a nossa união como seres humanos e a nossa caridade.” Izaquiel J. D., 16 anos, aluno da escola secundária de Nacala Porto, no estado de Nampula (Moçambique)
“Eu estava em casa, em Nacala Porto, assistindo à televisão quando foi noticiado o ciclone. Conheço pessoas que presenciaram sua passagem. Segundo elas, no início, apareceram ventos fortes e agitação na temperatura. Os ventos destroem casas, hospitais, escolas e muito mais. É necessário que os moçambicanos, assim como eu, melhoremos as condições de vida. Por exemplo, reconstruir novas escolas e hospitais mais fortes para que, caso o ciclone ataque novamente, não destrua tudo.” Afai A., 17 anos, da escola secundária de Nacala Porto, no estado de Nampula (Moçambique)
Confira mais depoimentos sobre o ciclone em Moçambique.
Números do desastre
170 km/h é a velocidade dos ventos do ciclone Idai
3.125 km² é a área atingida por enchentes em Moçambique — mais do que o dobro do território da cidade do Rio de Janeiro
1 milhão de crianças foram afetadas
O que é um ciclone?
É uma forte tempestade com ventos que giram de 120 km/h a 200 km/h (mais do que a velocidade de um guepardo, um dos animais mais rápidos do mundo). O fenômeno se forma sobre águas quentes do sul do Oceano Pacífico e do Oceano Índico.
Quer ajudar?
Conheça algumas instituições que estão recebendo doações:
– Central de apoio: bit.ly/central-de-apoio
– Junta de missões mundiais, ligada à convenção batista brasileira: bit.ly/junta- -missoes-mundiais unicef
– Fundo da onu para a infância: bit.ly/ajuda-unicef
– Médicos sem fronteiras: bit.ly
– Actionaid: bit.ly/ajuda-action-aid
Fontes: Unicef e ONU
Reportagem originalmente publicada na edição 128 do jornal Joca.
POXA QUE DÓ.É TÃO TRISTE VER ISSO …MAS SE NÓS NOS UNIRMOS E ARRECADARMOS AGENTE VAI SE RECUPERANDO AOS POUCOS.
Mais forte .tempestade? Deve ter cido perigoso
Você precisa fazer o login para publicar um comentário.