A sonda chinesa Chang’e-6 pousou com sucesso no lado oculto da Lua, em 2 de junho. Segundo a Administração Nacional Espacial da China (CNSA), o programa trará ao planeta Terra, pela primeira vez na história, amostras do solo lunar da região. A espaçonave decolou do Centro de Lançamentos Espaciais de Wenchang, na ilha de Hainan, no sul da China, em 3 de maio, e o retorno está previsto para o fim de junho.

A sonda pousou na cratera Apollo, localizada na bacia Polo Sul-Aitken (SPA). “A escolha do local foi feita pelo valor potencial de exploração científica”, disse Huang Hao, especialista espacial da Corporação de Ciência e Tecnologia Aeroespacial da China, em nota. Isso porque essa cratera foi formada durante uma colisão celeste há mais de 4 bilhões de anos, sendo a maior e mais antiga cratera resultante de um impacto do Sistema Solar já registra da. A análise desse solo permitirá novos conhecimentos sobre a história inicial da Lua e do próprio Sistema Solar.


#pracegover: imagem do pouso na Lua feita por uma câmera de alta definição acoplada ao módulo. Crédito de imagem: ESA E NASA/CLEP

A máquina passou dois dias coletando extratos do solo, com braços robóticos e uma broca. A sonda também fincou, pela primeira vez no lado oculto, a bandeira da China, feita de fibras de basalto — um tipo de rocha muito presente no solo lunar e bastante resistente. Depois disso, decolou da superfície e se acoplou a outra espaçonave presente na órbita lunar, para possibilitar o retorno das amostras.

O lado oculto da Lua 

A Lua, assim como a Terra, faz o movimento de rotação (girar em torno do próprio eixo) e translação (girar em volta de outro objeto, no caso, a Terra). Acontece que o tempo que a Lua leva para girar em torno dela mesma é igual ao que leva para completar uma volta em torno da Terra. Isso faz com que uma parte nunca fi que voltada para nós — este é o lado oculto. A região misteriosa corresponde a 41% da superfície lunar.


#pracegover: o módulo Chang’e-6 pousando na Lua. Crédito de imagem: ESA E NASA/CLEP

FONTES: CGTN, NSSC, CNSA, AGÊNCIA BRASIL, REUTERS, NASA, REPÚBLICA DA CHINA, ESA E G1.

Esta matéria foi originalmente publicada na edição 226 do jornal Joca.

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