OUT OF EDEN WALK:PERMITTED USE: This image may be downloaded or is otherwise provided at no charge for one-time use for coverage or promotion of the National Geographic Fellow Paul Salopek and the Out of Eden Walk. Copying, distribution, archiving, sublicensing, sale, or resale of the image is prohibited. REQUIRED CREDIT AND CAPTION: Any and all image uses must (1) be properly credited to the relevant photographer, as shown in this metadata, and (2) be accompanied by a caption, which makes reference to the National Geographic Fellow Paul SalopekYou MUST follow these requirements if using the images: 1. Include mandatory photo credit with each image2. Provide a prominent link to: http://outofedenwalk.nationalgeographic.com/ with a mention that people can follow the the Out of Eden Walk in real-time online3. Identify Paul Salopek as a National Geographic Fellow Photograph by John Stanmeyer / National Geographic Paul Salopek wears a plastic cowboy hat in the remote Kyzyl Kum desert of Uzbekistan.
O jornalista Paul Salopek e seu burro Raju.
Luca Lopes Bianchi

O leitor Luca Lopes Bianchi, de 10 anos, entrevistou Paul Salopek, de 56 anos, para a seção Repórter Mirim da Edição 115 do Jornal Joca.

O jornalista norte-americano Paul Salopek, de 56 anos, está cruzando o mundo a pé para resgatar a história de nossos ancestrais, os primeiros seres humanos a habitarem a Terra. A viagem de mais de 30 mil quilômetros começou em janeiro de 2013, na Etiópia (África), e vai terminar com a chegada de Paul à Terra do Fogo, no Chile, prevista para 2023. Vencedor de dois prêmios Pulitzer – o mais importante do jornalismo – ele pretende fazer aquela que é considerada a primeira rota de migração humana, da África à América do Sul.

No momento, Paul está na Índia. Ao longo do caminho, em cinco anos de viagem, o jornalista conheceu muita gente e escreveu sobre mudanças climáticas, inovação tecnológica, migração e cultura no site Out of Eden Walk (Caminhada Para Além do Éden, em português), projeto financiado pela National Geographic e que tem a Universidade de Harvard como um dos parceiros.

Nesta entrevista, realizada por e-mail, Paul responde as perguntas do repórter mirim Luca Lopes Bianchi, de 10 anos depois conta como é o seu dia a dia na estrada, além de relatar algumas de suas experiências viajando por lugares onde não há internet ou sinal de celular.

Você já viajou por 50 países. Qual é o seu principal objetivo?
Contar histórias. Estou desacelerando o passo para ver o mundo mais de perto e, com sorte, escrever histórias mais significativas sobre como nossa vida ao redor do mundo está verdadeiramente conectada.

Como é essa aventura ao redor do globo?
Esse projeto representa a viagem mais longa que já fiz até agora. Viajando a pé, cruzei desertos na África e Ásia Central, montanhas nevadas na região do Cáucaso e, pelo caminho, passei por cidades gigantescas.

Foto: John Stanmeyer / National Geographic

Você conheceu muitas crianças e jovens nessa viagem? O que aprendeu sobre o universo infantil com essa experiência?
Conheço crianças o tempo todo. Elas são curiosas por natureza e, com frequência, saem para me cumprimentar quando passo pelos bairros – os quais, em alguns casos, ficam entre ruas agitadas de grandes cidades, e, em outros, em campos verdes extensos ou desertos. Descobri que, normalmente, jovens entendem meu projeto melhor do que adultos. Qual criança não sonha em explorar novos horizontes? Somos naturalmente aventureiros quando jovens, dispostos a tentar coisas novas.

Por que você quis viajar a pé?
Acho que estamos caminhando por nossa vida depressa demais e estamos nos esquecendo de desacelerar e apreciar momentos mais tranquilos. A velocidade é legal, ir rápido é empolgante, mas acaba deixando pouco tempo para refletir sobre questões mais profundas. Andar resolve esse problema.

Quantos quilômetros você anda em um único dia? Fica cansado? Sente falta de casa e da família?
As histórias determinam o meu ritmo. Se encontro boas histórias pelo caminho, acabo parando mais vezes. Caminho algo entre e 30 quilômetros por dia. Minha família vai me visitar durante a viagem e, às vezes, até anda comigo.

Quando sua viagem vai acabar?
É difícil dizer. Por volta de 2023 ou 2024, talvez.

É difícil caminhar por muito tempo com uma mochila nas costas? Você usa animais de carga? Se sim, eles têm nome?
Em alguns casos, eu mesmo levo minha mochila, em outros, animais me ajudam. Já precisei de camelos, cavalos, burros e mulas. Todos eles têm nome. O nome do burro que me acompanha agora na Índia é Raju.

O que você aprendeu sobre tecnologia viajando por lugares tão isolados? Isso mudou sua maneira de encará-la em tempos como os nossos?
Andando por áreas remotas, onde não há sinal de telefone, eu coloco a tecnologia de lado e foco mais nas pessoas e paisagens. Acho que isso melhorou a forma como escrevo. A tecnologia tem um lado positivo, mas dependemos muito dela. Estamos esquecendo de como falar uns com os outros, porque muitas vezes estamos de cabeça baixa, vidrados em uma tela de celular ou computador.

A jornada do homem pelo mundo
O caminho de Paul Salopek refaz a jornada dos primeiros seres humanos em suas explorações fora da África. De acordo com o jornalista, que também é biólogo, paleontologistas encontraram um fóssil de Homo sapiens na Etiópia, de onde ele partiu, que pode ter até 160 mil anos. “Quero refazer os caminhos da primeira diáspora humana para fora da África, ocorrida entre 50 mil e 70 mil anos atrás, da forma mais autêntica possível: a pé”, conta Paul no site. Trata-se de um entre diversos modos que podem ter sido usados pelos humanos para avançar pelo mundo. Para Paul, os humanos evoluíram seu entendimento sobre o planeta durante caminhadas, após desenvolverem a habilidade de andar sobre dois pés.

Quer visitar a redação do Joca e ser o editor mirim convidado da próxima edição? Escreva para joca@magiadeler.com.br.

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Comentários (1)

  • EMEF Prof. Laerte José dos Santos

    5 anos atrás

    ...suPér caminhada CULTURAL!!! Verdadeiros passos pra vida Parabéns!!!! #mechamaqueeuvousonhomeu

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