Maioria dos habitantes do Brasil não está mais lendo
De acordo com dados divulgados no dia 19 de novembro, pela pesquisa “Retratos da leitura no Brasil”, a cada ano que passa, as pessoas leem menos no país: 53% dos entrevistados não chegaram a ler nem um pequeno trecho de um livro nos três meses anteriores ao levantamento. O número mostra que, pela primeira vez no registro, a maioria dos brasileiros não está lendo. Desde 2019, a taxa de não leitores do país aumentou em até cinco vezes — uma perda de cerca de 6,7 milhões de leitores.
Para se ter uma ideia, em 2015, o percentual de pessoas não leitoras era de 44%; em 2019, já atingia 48%. O levantamento, feito pela Inteligência em Pesquisa e Consultoria Estratégica (Ipec) a cada quatro anos e divulgado pelo Instituto Pró-Livro, ouviu em torno de 5.500 pessoas durante o período de 30 de abril a 31 de julho, em 208 municípios.
De acordo com a pesquisa, apenas 27% dos brasileiros chegaram a ler um livro inteiro três meses antes de a análise ser feita. A quantidade média de livros lidos por ano pelos entrevistados também caiu de cinco para quatro desde a última enquete. Em relação à faixa etária, as pessoas leem mais entre o período da infância até os 30 anos; mulheres continuam sendo as que leem mais.
O trabalho levou em consideração a leitura de livros impressos e digitais, incluindo todos os gêneros literários: didáticos, religiosos, romances, ficções etc. Os cinco títulos mais citados foram, respectivamente: Bíblia, O Pequeno Príncipe, Turma da Mônica, Harry Potter e Diário de um Banana.
O levantamento chamou a atenção para outro ponto: uma queda no número de entrevistados que apontaram a escola como principal ambiente de leitura: em 2024, apenas 19% dessas pessoas afirmaram que a escola era o principal local em que liam.
Índice de leitura na escola desde que a pesquisa passou a ser realizada:
2007: 35%
2011: 33%
2015: 25%
2019: 23%
2024: 19%
“Considerando o livro atualmente lido pelos entrevistados, apenas 4% responderam que o faziam por recomendação escolar, proporção que foi de 25% em 2011 e 10% nas duas últimas edições da pesquisa [2015 e 2019]. É preocupante notar como as salas de aula estão deixando de ser um lugar de leitura, conforme a série histórica demonstra”, declaram os autores da pesquisa em nota divulgada pelo Instituto Pró-Livro.
Fontes: Instituto Pró-Livro, Folha de S.Paulo e G1.
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