O Senado aprovou, no dia 20 de março, um projeto apresentado pelo governo federal que reconhece o estado de calamidade pública no país em virtude da pandemia do novo coronavírus. A medida permite que o governo aumente os gastos públicos para prevenir e combater a doença e vale até 31 de dezembro de 2020. A votação foi realizada de maneira virtual, por videoconferência. Foi a primeira sessão desse tipo na história do Senado. A seguir, saiba mais sobre a situação do Brasil em relação à covid-19.

Anastasia
#pracegover: o senador Antonio Anastasia aparece em telão durante sessão remota do Senado Federal. Crédito de imagem: Senado Federal / Rovena Rosa, Marcello Casal Jr_Agência Brasil/ Sgt Marcos Poleto/FAB.

Luz não será cortada por falta de pagamento
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) suspendeu por 90 dias os cortes de energia por falta de pagamento. Assim, quem não puder pagar a conta de luz por estar doente ou sem trabalho nos próximos três meses não corre o risco de ficar sem eletricidade. A decisão foi aprovada em 24 de março e vale para todo o país. A agência pediu que os consumidores que podem pagar as contas continuem fazendo isso, o que ajudará a manter os empregos no setor elétrico.

Auxílio de 600 reais
Trabalhadores informais (sem carteira de trabalho assinada) e desempregados poderão ter uma ajuda mensal de 600 reais por três meses. No máximo, duas pessoas da mesma família receberão o auxílio. A mulher que for mãe e sustentar os filhos sem a participação de outra pessoa poderá ganhar o dobro (1.200 reais por mês).

Terão direito à  ajuda famílias em que a renda mensal por pessoa for de até meio salário mínimo (522,50 reais) ou em que a renda total for de até três salários (3.135 reais).

A medida foi aprovada pela Câmara dos Deputados em 26 de março e pelo Senado no dia 30. Agora falta a autorização do presidente – sem data para acontecer até o fechamento desta edição. Segundo a Caixa Econômica Federal (banco responsável pelo pagamento de benefícios dados pelo governo federal), os pagamentos devem ser feitos em agências bancárias, lotéricas ou pelo celular. O dinheiro sairá dos caixas do governo federal, algo permitido por causa do estado de calamidade pública.

Ajuda a empresas

Comércio-pamdemia
Farmácias continuam funcionando em São Paulo no período de quarentena | #pracegover: a imagem mostra funcionário de farmácia colando aviso em vidro, onde se lê: não temos álcool gel. Ele veste camisa branca e máscara. Crédito de imagem: Senado Federal / Rovena Rosa, Marcello Casal Jr_Agência Brasil/ Sgt Marcos Poleto/FAB.

Em 27 de março, o governo federal e o Banco Central anunciaram que darão um crédito emergencial, no valor de 40 bilhões de reais, para pequenas e médias empresas pagarem os salários dos funcionários durante três meses. As empresas que receberem esse empréstimo não poderão demitir os trabalhadores durante esse período e terão 36 meses para devolver o valor ao governo.

Fechamento de fronteiras terrestres

Aeroporto de Brasília
#pracegover: aeroporto internacional de Brasília, Juscelino Kubitschek, terceiro maior aeroporto do Brasil com pouca movimentação de passageiros. Crédito de imagem: Senado Federal / Rovena Rosa, Marcello Casal Jr_Agência Brasil/ Sgt Marcos Poleto/FAB.

Todas as dez fronteiras terrestres do Brasil com países sul-americanos estão fechadas. O governo federal determinou, em 22 de março, o fechamento da fronteira terrestre com o Uruguai por 30 dias. Três dias antes, o Ministério da Justiça já havia limitado o acesso de estrangeiros de oito países (Argentina, Bolívia, Colômbia, Guiana, Guiana Francesa, Paraguai, Peru e Suriname) por terra durante 15 dias. A fronteira com a Venezuela foi a primeira a ser bloqueada, em 17 de março, pelo mesmo período

Aumento de testes

Brasileiros em Cusco
Brasileiros que estavam em Cusco, no Peru, voltam ao país em avião da Força Aérea Brasileira (FAB) | #pracegover: a foto mostra pessoas sentadas, umas ao laodo das outras, usando máscaras de proteção. Créditos de imagem: Senado Federal / Rovena Rosa, Marcello Casal Jr_Agência Brasil/ Sgt Marcos Poleto/FAB.

O Ministério da Saúde anunciou, em 24 de março, o aumento do número de testes da doença no país para 22,9 milhões nas próximas semanas. A quantidade atual é de 30 mil. Os novos testes serão adquiridos diretamente pelo órgão ou por parcerias com empresas e doações. Apesar do aumento, a quantidade ainda não será suficiente para todas as pessoas que correm risco de adquirir o vírus no Brasil. Por isso, profissionais da área de saúde, que têm mais chances de se infectar, e pessoas com sintomas graves terão prioridade para realizar os testes. O governo federal negocia a compra de mais 10 milhões de testes para que o diagnóstico chegue a pessoas com sintomas leves da doença.

Números

Infectados: 4.579
Mortes: 159

As medidas que envolvem fronteiras e entrada de estrangeiros atendem a uma recomendação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) de restrição temporária por causa do novo coronavírus. Apesar do veto a estrangeiros, segue liberado o ingresso de mercadorias, imigrantes com residência no Brasil, estrangeiros que trabalham em organizações internacionais e brasileiros que estavam fora. Os prazos de restrição podem aumentar.

Números atualizados até o fechamento desta edição, em 30 de março de 2020, segundo dados do Ministério da Saúde.

Fontes: Agência Brasil, Folha de S.Paulo, El País, Estadão, G1, Ministério da Saúde e R7.

Esta matéria foi originalmente publicada na edição 146 do jornal Joca.

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