Thalita só foi superada pela chinesa Liu Cuiqing. Foto: Miriam Jeske/CPB

O Brasil faturou uma prata e 6 bronzes na Paralimpíada de Tóquio no dia 28 de agosto. Confira as principais conquistas dos atletas nacionais.

Thalita Simplcio termina em segundo na prova dos 400 metros da classe T11

A brasileira Thalita Simplicio foi prata na corrida de 400 metros rasos da classe T11 (para atletas com deficiência visual — saiba mais abaixo). Acompanhada de seu guia, Felipe da Silva, a brasileira fez a prova em 56 segundos e 80 centésimos, ficando atrás apenas da chinesa Liu Cuiqing.

Confira os resultados dos medalhistas:

Ouro – China – Liu Cuiqing – 56 segundos e 25 centésimos.

Prata – Brasil – Thalita Simplicio – 56 segundos e 80 centésimos.

Bronze – Colômbia – Angie Mamian – 57 segundos e 46 centésimos.

O que são as classes do atletismo de pista (Track – T)?

No atletismo de pista, os competidores são divididos em classes, que variam de acordo com o tipo e o grau de deficiência dos atletas.

Track (T)

Os que participam de provas realizadas em pistas (velocidade, saltos, entre outros) e na rua (maratona) entram em classes que levam a letra “T” na frente do nome – “T” é a inicial da palavra track, que em inglês significa “pista”. Confira alguns exemplos de classes:

T11 a T13 – Deficientes visuais. Os atletas que têm o maior grau de deficiência ficam na T11, os com grau mediano, na T12, e os com grau leve, na T13. Para que todos os competidores disputem as provas sob as mesmas condições, os representantes precisam usar faixas nos olhos, que os impedem de enxergar qualquer coisa. O(s) guia(s) ao lado do atleta o(s) ajuda(m) a se localizar no espaço.

T20 – Deficientes intelectuais (apresentam dificuldades para realizar tarefas do cotidiano e aprender, entre outras).

T31 a T34 – Atletas com dificuldades motoras, competem em cadeiras de roda. Os graus das complicações variam da T31 até a T34.

O atleta conquistou a primeira medalha do país no remo da Paralimpíada de Tóquio. Foto: Miriam Jeske/CPB

Renê Pereira conquistou medalha de bronze no remo classe PR1 (para competidores com complicações no tronco — saiba mais abaixo). O atleta completou a prova em 10 minutos, 3 segundos e 54 milésimos, atrás apenas de Roman Polianskyi, da Ucrânia, que ficou com o ouro, e Erick Horrie, da Austrália, que terminou com a prata.

Confira os resultados dos medalhistas:

Ouro – Ucrânia – Roman Polianskyi – 9 minutos, 48 segundos e 78 milésimos.

Prata – Austrália – Erick Horrie – 10 minutos e 82 milésimos.

Bronze – Brasil – Renê Pereira – 10 minutos, 3 segundos e 54 milésimos.

Como funciona o remo paralímpico?

As regras são as mesmas do remo disputado na Olimpíada. No caso da Paralimpíada, a diferença é que os atletas são pessoas que têm deficiência física ou visual e são divididas em classes de acordo com sua complicação. As classes, por sua vez, têm as letras “PR” (que representam a palavra Pararowing, em inglês, “remo paralímpico”) e um número que determina a deficiência do competidor. Veja abaixo:

PR1 = atletas com complicações no tronco. Movimentam-se com o auxílio dos braços e dos ombros. Como não detêm bom equilíbrio, precisam ser amarrados à embarcação para não cair na água.

PR2 = atletas que conseguem movimentar os braços e o tronco, mas que têm fraqueza ou ausência de movimento nas pernas, o que os impede de se movimentar no assento.

PR3 = atletas com deficiência visual ou que têm complicações nas pernas, mas conseguem deslizar no assento.

Cícero ganhou sua primeira medalha em paralimpíadas. Foto: Wander Roberto/CPB

Depois de terminar em terceiro lugar na final do lançamento de dardo da classe F57 (para atletas com deficiência nas pernas — saiba mais abaixo), Cícero Valdiran faturou o bronze, sua primeira medalha em paralimpíadas.

Na prova, os participantes têm que fazer seis lançamentos — ao final, considera-se apenas o que chegou mais longe. A melhor tentativa de Cícero foi a que atingiu a marca de 48,93 metros de distância, a terceira melhor pontuação da final.

Confira os resultados dos medalhistas:

Ouro – Azerbaijão – Hamed Heidari – 51,42 metros.

Prata – Irã – Amanolah Papi – 49,56 metros.

Bronze – Brasil – Cícero Valdiran – 48,93 metros.

O que são as classes do atletismo de campo (Field – F)?

O atletismo de campo é representado pela letra “F”, de “field”, que, em inglês, significa “campo”. Nessas modalidades, os competidores são divididos em classes, que variam de acordo com o tipo e o grau de deficiência que têm. Confira alguns exemplos de classes:

F11 a F13 – Deficientes visuais.

F20 – Deficientes intelectuais.

F51 a F57 –  Atletas com deficiência nos membros inferiores (pernas). Competem em cadeiras de rodas. Os graus de deficiência variam de acordo com o número da classe.

Julyana Silva é bronze no lançamento de disco classe F57 e bate recorde continental

Julyana é a nova dona do recorde das Américas. Foto: Wander Roberto/CPB

Em outro tipo de lançamento, o de disco, Julyana Silva atingiu a marca de 30,49 metros e garantiu medalha de bronze pela classe F57 (para atletas com deficiência nas pernas). Com o feito, a brasileira não apenas subiu ao pódio, como bateu um novo recorde de atletas das Américas, ou seja, de esportistas de países da América do Norte, América Central e América do Sul.

Ao final da prova, o ouro ficou com Mokhigul Khamdamova, do Uzbequistão, e a prata, com Nassima Saifi, da Argélia.

Confira os resultados dos medalhistas:

Ouro – Uzbequistão – Mokhigul Khamdamova – 31,46 metros.

Prata – Argélia – Nassima Saifi – 30,81 metros.

Bronze – Brasil – Julyana Silva – 30,49 metros.

Cátia Oliveira termina em terceiro lugar no tênis de mesa

Cátia ficou com a terceira posição no tênis de mesa para cadeirantes. Foto: Ale Cabral/CPB

No tênis de mesa para cadeirantes, Cátia Oliveira conquistou medalha de bronze na disputa das classes 1 e 2 (para atletas cadeirantes — saiba mais abaixo). Após chegar à semifinal, a atleta perdeu por 3 a 1 para a sul-coreana Su Yeon Seo, que avançou para a final. Apesar da derrota, Cátia garantiu a terceira posição no pódio.

O primeiro lugar ficou com a chinesa Liu Jing e o segundo, com a sul-coreana Su Yeon Seo.

Como funciona o tênis de mesa paralímpico?

A modalidade é disputada por atletas com deficiência intelectual, amputados e cadeirantes. Assim como nos outros esportes, os competidores são colocados em classes que diferem de acordo com o tipo e o grau de deficiência do esportista. Ao todo, há 11 grupos:

Para cadeirantes: 1, 2, 3, 4 e 5.

Para atletas que conseguem andar: 6, 7, 8, 9 e 10.

Para atletas que andam e têm deficiência intelectual: 11.

Quanto menor o número da classe, menor é o grau da complicação do atleta.

Brasil vence o bronze no revezamento 4×100 metros livre da natação classe S14

A equipe brasileira de revezamento 4×100 metros livre classe S14. Foto: divulgação

A décima medalha do Brasil na natação desta edição dos Jogos Paralímpicos veio com a prova do revezamento 4×100 metros livre da classe S14. A equipe, formada por Gabriel Bandeira, Ana Karolina, Debora Carneiro e Felipe Vila Real, ficou com o bronze depois de realizar a final em 3 minutos, 51 segundos e 23 milésimos.

O time só não foi mais veloz do que os atletas da Grã-Bretanha, que ficaram com o ouro, e do que os representantes da Austrália, que terminaram com a prata.

Confira os resultados dos medalhistas:

Ouro – Grã-Bretanha – 3 minutos, 40 segundos e 63 milésimos.

Prata – Austrália – 3 minutos, 46 segundos e 38 milésimos.

Bronze – Brasil – 3 minutos, 51 segundos e 23 milésimos.

Como funcionam as classes na natação paralímpica?

No evento, os nadadores são divididos em classes, sendo que cada uma corresponde a um tipo e grau de deficiência. Esse sistema foi criado com o objetivo de promover disputas justas — os esportistas competem contra atletas que têm características similares.

As classes funcionam da seguinte forma: S – a letra sempre aparece na frente do nome da categoria. “S” representa a palavra swimming, que, em inglês, significa “natação”.

Classes S1 a S10 – nas quais os atletas têm limitações físico-motoras, ou seja, algo que comprometa a movimentação da pessoa, como a falta de braços e pernas. Quanto menor o número da classe, maior a deficiência. Exemplos: Classe S1: grande comprometimento físico-motor; classe S10: comprometimento físico-motor leve.

Classes S11 a S13 – atletas com deficiência visual. Nesse caso, quanto menor o número, maior o comprometimento visual do atleta, ou seja, maior a dificuldade para enxergar.

Classe S14 – atletas com deficiência intelectual (dificuldade para aprender, realizar atividades do cotidiano, entre outros).

Com a conquista do bronze, Lúcia Araújo fatura terceira medalha em Jogos Paralímpicos

Lúcia venceu a disputa pelo terceiro lugar. Foto: Ale Cabral/CPB

Pela terceira vez seguida, Lúcia Araújo subiu ao pódio em Jogos Paralímpicos. Depois de conquistar a prata nas edições de Londres, em 2012, e do Rio, em 2016, agora, a atleta do judô (categoria até 57 kg, classe B3, para atletas com grau moderado/baixo de deficiência visual) conquistou medalha de bronze em Tóquio.

Na luta que definiria o terceiro colocado, Lúcia venceu a russa Natalia Ovchinnikova, que ficou sem medalha. O ouro, por sua vez, foi para Parvina Samandarova, do Uzbequistão, e a prata, para Junko Hirose, do Japão.

Como funciona o judô paralímpico?

As regras são as mesmas do judô disputado na Olimpíada, com os atletas sendo divididos em categorias que variam de acordo com seu peso. A principal diferença é que, na Paralimpíada, os competidores são deficientes visuais com graus diferentes de complicações.

Os representantes são colocados em classes, ou seja, grupos de competidores que têm o mesmo grau de deficiência visual. Essas classes são representadas pela letra “B” (blind, em inglês, que significa “cego”) e por um número. Confira o que cada uma delas representa:

B1 – Grau alto de deficiência visual.

B2 – Grau moderado de deficiência visual – consegue enxergar vultos.

B3 – Grau moderado/baixo de deficiência visual – consegue distinguir imagens.

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