O ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, anunciou que o Brasil pretende reduzir a emissão de gases que causam o efeito estufa em 50% até 2030. O comunicado foi feito em 1º de novembro, durante transmissão ao vivo na Conferência das Nações Unidas Sobre Mudanças Climáticas (COP26), que está sendo realizada em Glasgow, na Escócia. Antes, a meta era de 43% de redução.

Apesar do compromisso, de acordo com o Observatório do Clima, o Brasil vem aumentando a emissão de gases poluentes. Segundo o relatório anual da entidade, de 2019 para 2020 esse aumento foi de 9,6%, enquanto entre 2020 e 2021 foi de 9,5%. A quantidade de gases emitida entre 2019 e 2020 foi a maior desde 2006.

#pracegover: o ministro do meio ambiente, Joaquim Leite, usa terno preto, camisa branda e gravata roxa. Ele está de óculos. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil e Victor Moriyama/Getty Images

Ainda de acordo com o Observatório, o principal motivo para essas taxas terem crescido é o desmatamento — em especial o que acontece na Amazônia. Um dos métodos mais comuns para o desmatamento é o das queimadas, em que a vegetação das florestas sofre incêndios para “liberar” o local para outros usos. Além de produzir gases poluentes, a atividade diminui a quantidade de árvores, essenciais no ambiente para absorver o dióxido de carbono (emitido nas queimadas).

Por outro lado, o mundo, de modo geral, registrou uma redução de quase 7% na emissão desses gases no último ano — algo inédito, causado pela diminuição generalizada de atividades durante a pandemia. Com isso, o relatório do Observatório aponta que o Brasil, provavelmente, é o único grande poluidor no planeta que aumentou suas emissões em 2020.

#pracegover: a foto mostra uma queimada em Candeias do Jamari, região da floresta amazônica próxima a Porto Velho, em Rondônia. É possível ver muita fumaça, em tom amarelado. Foto: Victor Moriyama/Getty Images

Estudo aponta que emissões de carbono podem bater recorde em 2023
De acordo com um estudo da Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês), o planeta vai alcançar recordes de emissões de dióxido de carbono em 2023 se as quantidades liberadas continuarem aumentando. Para a pesquisa, isso é resultado dos baixos investimentos em energias renováveis (como a energia solar para substituir a elétrica) e dos poucos esforços que estão sendo feitos para recuperar a economia mundial após a pandemia de covid-19 — o que gera ainda menos investimentos em energia que não polui o ambiente. Além disso, depois de 2023, as taxas de emissão devem seguir crescendo.

A solução apontada pelo documento é aumentar os gastos dos governos, principalmente de países do Ocidente, com energia limpa. O valor deve ser três vezes maior para que o mundo consiga zerar as emissões de dióxido de carbono. Ainda segundo o levantamento, é essencial que países ricos ajudem as nações pobres a investir em energia renovável.

Por que é importante reduzir a emissão de gases poluentes?
O efeito estufa é um fenômeno que mantém o planeta aquecido, mas que é intensificado por gases poluentes, como dióxido de carbono. Ao serem liberados (por transportes ou indústrias, por exemplo), esses gases sobem para a atmosfera terrestre e ficam “presos” ali, acumulando-se em uma espécie de camada. Essa camada impede o calor de sair da Terra e, ao ser intensificada pela ação humana, leva ao aquecimento global, responsável, por exemplo, pelo derretimento de geleiras, que faz com que o nível dos mares aumente.

COP26
COP é a sigla em inglês para Conference of the Parties (“conferência das partes”). O evento reúne líderes de todo o planeta para discutir mudanças climáticas e ocorre todos os anos, desde 1995. Nele, é debatido como está o progresso das metas implantadas na Cúpula da Terra, reunião realizada no Rio de Janeiro, em 1992, com o objetivo de proteger o planeta de questões como aquecimento global.

Confira os principais acontecimentos da COP26, até o fechamento desta edição, na reportagem da página 5.

Fontes: Agência Internacional de Energia, CEBDS, CNN Brasil, Folha de S.Paulo, Observatório do Clima, UOL e Valor Econômico.

Esta matéria foi originalmente publicada na edição 180 do jornal Joca.

Ixi! Você bateu no paywall!

Ainda não é assinante? Assine agora e tenha acesso ilimitado ao conteúdo do Joca.

Assinante? Faça Login

Voltar para a home

Ou faça sua assinatura e tenha acesso a todo o conteúdo do Joca

Assine

Enquete

Sobre qual assunto você gosta mais de ler no portal do Joca?

Comentários (4)

  • juliasasoares

    2 anos atrás

    Oi bom dia ou boa tarde ou boa noite, eu queria saber o qual é a relação da crise hídrica com o aquecimento global.

  • Jornal Joca

    2 anos atrás

    Oi, Julia. Tudo bom? Nós vamos colocar a sua sugestão de assunto na nossa lista e vamos avaliar se podemos criar uma reportagem falando sobre a ligação entre a crise hídrica e o aquecimento global. Até lá, você pode ler as nossas reportagens sobre o aquecimento global e como ele afeta o mundo, pesquisando por "aquecimento global" na área onde tem a lupa, no canto superior direito do site. Até mais!

  • ALICE2010

    2 anos atrás

    Oi, eu queria saber mais sobre a crise hídrica do Brasil.

  • Jornal Joca

    2 anos atrás

    Olá, Alice! Obrigado por deixar seu comentário! Seguem duas reportagens recentes sobre o tema: https://www.jornaljoca.com.br/quais-sao-as-causas-da-crise-hidrica/ https://www.jornaljoca.com.br/por-causa-da-falta-de-chuvas-nova-bandeira-de-eletricidade-e-criada/ Se quiser sugerir algum assunto a mais sobre a questão, deixe sua ideia por aqui :)

Compartilhar por email

error: Contéudo Protegido