O rompimento de uma barragem com rejeitos de minério de ferro na cidade de Brumadinho, em Minas Gerais, no dia 25 de janeiro, segue causando danos à região (entenda o que é uma mineradora de ferro e seus rejeitos no Joca 124). Até o fechamento desta edição, o número de mortos já tinha chegado a 150, e 182 pessoas continuavam desparecidas. A seguir, as últimas notícias sobre a tragédia.

O rio Paraopeba
Uma expedição da Fundação SOS Mata Atlântica foi até a região para monitorar a qualidade da água em alguns trechos do rio Paraopeba, acompanhando seu caminho até chegar ao rio São Francisco – são 356 quilômetros de distância.

O rio é lar de cerca de 120 espécies de peixes e, em algumas áreas, foram encontrados animais mortos. Além disso, há trechos com presença de metais, como manganês, ferro e mercúrio, em níveis acima dos que são considerados aceitáveis para a saúde.

O Instituto Mineiro de Gestão das Águas avisou, após o rompimento da barragem, que a água do rio Paraopeba não deve ser consumida – a pesca também não é indicada.

#pracegover: mapa da área onde fica Brumadinho, no estado de Minas Gerais, com destaque em azul para rio Paraopeba e em vermelho para o trecho onde a lama do rompimento da barragem o atingiu. A lama percorreu 100 km (mais ou menos a distância entre as cidades de São Paulo e Campinas). No canto direito do mapa, destaque em vermelho para a localização da cidade de Belo Horizonte, em Minas Gerais. Um ponto amarelo localiza o ponto exato onde fica a cidade de Brumadinho.

Animais ameaçados
Na região ao redor da barragem que se rompeu são conhecidas cerca de 25 espécies de animais, que vão sofrer o impacto das mudanças no ambiente causadas pela lama. Entre os bichos estão: águia-cinzenta, jaguatirica, lobo-guará e onça-pintada, já ameaçados de extinção.

Região de mata e cerrado
A lama também atingiu algumas das últimas áreas de mata atlântica e cerrado de Minas Gerais, consideradas locais de refúgio para animais selvagens. De acordo com análise inicial do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), foram destruídos 2,6 milhões de metros quadrados de mata – o equivalente a cerca de 365 estádios do Maracanã.

Investigação sobre o caso
Três funcionários da Vale, mineradora responsável pela barragem, e dois engenheiros que prestaram serviços para a companhia chegaram a ser presos, em 29 de janeiro, no processo que apura os motivos da tragédia. Eles foram soltos em 7 de fevereiro e continuavam em liberdade até o fechamento desta edição. As causas para o rompimento da barragem continuam sendo investigadas pela polícia.

Outras minas
Na madrugada de 8 de fevereiro, sirenes de emergência foram acionadas e cerca de 700 pessoas tiveram que sair de casa nas cidades mineiras Barão de Cocais e Itatiaiuçu por causa do risco de rompimento de outras duas barragens, da mina Gongo Soco, também da Vale, e da mina de Serro Azul, da empresa ArcelorMittal. Os moradores foram acomodados em hotéis da região.

Fontes: Estadão, Folha de S.Paulo, O Globo e UOL.

Quer ajudar Brumadinho?
O Joca está em contato com as escolas da região para enviar cartas às crianças e aos jovens afetados pela tragédia. Quer participar e mandar também o seu recado de apoio? Faça como os exemplos a seguir e escreva para a gente.

Envie seu recado por carta ou e-mail:
• Rua Dr. Antônio Bento, 560, conjunto 1.007, Santo Amaro, São Paulo, SP, CEP: 04750-001
joca@magiadeler.com.br

TRECHOS DE CARTAS RECEBIDAS

“Não precisa ficar triste, as coisas vão melhorar. Nós estamos torcendo por vocês, nós te amamos”, alunos do 3º ano B, E. M. Monsenhor José Vita, Campos do Jordão (SP)

“Eu entendo que chorar faz parte da dor, mas temos que ser fortes e unidos para vencer esse momento triste. (…) lembre-se de agradecer a Deus pela vida, pela saúde e pelo carinho que tem recebido. Espero que o tempo passe logo e essa dor incontrolável de agora diminua o mais rápido possível”, Fernanda C., 8 anos, Escola Pan-Americana da Bahia(BA)

“A gente não para de pensar em como ajudar vocês; esperamos que no decorrer do ano sua cidade e sua vida possam se recompor. Ficamos muito tristes quando soubemos e sentimos muito que isso tenha acontecido (…). Desejamos que tenham muita fé e força para continuar. Nós acreditamos em vocês”, alunos do 4° ano da Kinder Kampus School, São Paulo (SP)

“Esperamos que vocês recuperem tanto a casa e bens materiais, quanto se reergam emocionalmente desse acontecimento lamentável. (…) Continuem a batalhar para transformar essa experiência em algo positivo!”, alunos do 5° ano da Escola Santi, São Paulo (SP)

Esta matéria foi originalmente publicada na edição 125 do jornal Joca.

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