Ações para conter focos de fogo em agosto no município de Humaitá, Amazonas. Crédito de imagem: Mauro Neto/Secom

De acordo com dados divulgados no dia 15 de dezembro, pelo Monitor do Fogo, a área atingida por queimadas no Brasil de janeiro a novembro de 2024 quase dobrou em relação ao mesmo período de 2023. O levantamento foi elaborado pelo MapBiomas, uma rede de universidades, ONGs e empresas de tecnologia que analisa e estuda as áreas de queimadas e transformação de terra no Brasil.

Durante os 11 meses, foram queimados 29,7 milhões de hectares (um hectare tem o tamanho de um campo de futebol) no Brasil. O número apresenta um aumento de 90% em relação ao mesmo período de 2023 e também é a maior extensão atingida em seis anos. Em 2024, foram queimados 14 milhões de hectares a mais do que em 2023, o equivalente ao tamanho do estado do Amapá. 

Cinquenta e sete por cento da área queimada fica na Amazônia. Outro bioma afetado foi o Cerrado, com 9,6 milhares de hectares atingidos, seguido do Pantanal, com 1,9 milhão de hectares queimados. Todos os números representam aumentos significativos em relação a 2023. Além disso, grande parte da vegetação queimada era nativa, isto é, típica daqueles locais.

Em relação aos estados, o maior recorde foi registrado no Pará, com 6,97 milhões de hectares. Logo em seguida, Mato Grosso, com 6,8 milhões de hectares queimados e, em terceiro lugar, Tocantins, com 2,7 milhões.

“Em todo o país, o fogo atingiu prioritariamente áreas de vegetação nativa, que representam 73% do total. Um quarto (25%) da área queimada no Brasil foi de florestas. Entre as áreas de uso agropecuário, as pastagens se destacaram, com 6,4 milhões de hectares entre janeiro e novembro de 2024, representando 21% do total nacional”, afirma o documento divulgado pelo MapBiomas. 

Além de fatores naturais, grande parte das queimadas na Amazônia é ocasionada por atividades como desmatamento e garimpo ilegal. Com períodos de seca e pouca chuva, focos de incêndio também passam a se espalhar mais rapidamente. Outros fatores que justificam a seca são eventos climáticos como o El Niño, fenômeno natural que aquece as águas do Oceano Pacífico e influenciou o aumento das temperaturas durante o primeiro semestre de 2024.

No caso do crescimento das queimadas no Pantanal, climatologistas apontam que a falta de ações preventivas e o desmatamento também pioram a situação. Isso porque alguns agropecuaristas (que lidam com o cultivo, a criação e o comércio de alimentos e animais) praticam a queimada ilegal para utilizar as terras para produção.

“Precisamos reduzir e controlar o uso do fogo, principalmente em anos em que as condições climáticas são extremas e podem fazer o que seria uma pequena queimada virar um grande incêndio”, declarou Ane Alencar,  coordenadora do Monitor do Fogo, do MapBiomas, em publicação da Agência Brasil. 

Glossário: 

Bioma: conjunto de vida vegetal e animal com características próprias em uma região específica. O Brasil tem seis: Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, Pampa e Pantanal.

Garimpo ilegal: o garimpo é uma atividade de exploração e extração de substâncias minerais presentes no solo. Nem todo garimpo é ilegal, no entanto, a exploração em terras indígenas não é permitida por lei. Além disso, nem toda extração de minerais é considerada garimpo. Existe também a mineração industrial, que trabalha com mão de obra especializada, estruturas mecanizadas e operações de longo prazo em uma mesma área para extração. Já os garimpeiros têm baixo nível de mecanização e pouca infraestrutura.

Fonte: MapBiomas.

Ixi! Você bateu no paywall!

Ainda não é assinante? Assine agora e tenha acesso ilimitado ao conteúdo do Joca.

Assinante? Faça Login

Voltar para a home

Ou faça sua assinatura e tenha acesso a todo o conteúdo do Joca

Assine

Enquete

Sobre qual assunto você gosta mais de ler no portal do Joca?

Comentários (0)

Compartilhar por email

error: Contéudo Protegido