Mundo
11 de junho de 2020
Após morte de George Floyd, EUA têm onda de manifestações antirracistas
Saiba mais sobre os protestos e o que eles representam
Helena Rinaldi
Desde 26 de maio, uma série de protestos contra o racismo estão acontecendo nos Estados Unidos. As manifestações foram motivadas pela morte de George Floyd, um homem negro e desarmado, acusado de usar uma nota falsa em um supermercado no dia 25, na cidade de Minneapolis, onde morava. Durante a abordagem, o policial Derek Chauvin, um homem branco, manteve Floyd no chão com o joelho em seu pescoço por 8 minutos e 46 segundos — Floyd perdeu a consciência após os seis primeiros minutos. O anúncio da morte dele veio cerca de uma hora depois de Floyd ser levado para o hospital.
Embora boa parte dos protesto seja pacífico, por causa de confrontos entre manifestantes e policiais (e casos de lojas saqueadas) os atos têm causado tumultos considerados os mais violentos no país desde as manifestações de abril de 1968, quando Martin Luther King Jr., líder do movimento dos direitos civis nos EUA, foi assassinado por um homem que acreditava na superioridade da raça branca.
Em resposta aos confrontos, foi decretado toque de recolher em dezenas de cidades. Donald Trump, presidente dos EUA, ameaçou convocar o Exército para interferir: “Se uma cidade ou estado se recusar a tomar as medidas necessárias, vou enviar o Exército dos Estados Unidos para resolver o problema rapidamente por eles”.
Pelo mundo
Outros países também aderiram aos protestos antirracistas. É o caso do Brasil, do Canadá, da Inglaterra e da Alemanha, por exemplo. Por aqui, manifestações também são motivadas por casos recentes relacionados ao tema, como a morte de João Pedro, de 14 anos, em 18 de maio. O adolescente negro estava em casa, no Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo, no Rio de Janeiro, e foi baleado pelas costas por policiais que arrombaram o portão. Os agentes disseram estar procurando por traficantes de droga em fuga. Eles foram afastados e o caso está sendo investigado.
O que é racismo?
De acordo com o Portal Geledés, do Geledés Instituto da Mulher Negra, racismo é um conjunto de práticas de determinada raça/etnia que, estando em situação de favorecimento social, coloca outra(s) raça(s) em situação desfavorável. O racismo acontece, por exemplo, contra os negros e contra os indígenas. Saiba mais sobre a história do racismo nos Estados Unidos e no mundo no site do Joca: bit.ly/protestos-contra-racismo
Símbolos da luta antirracismo
Entenda por que os manifestantes levantam a mão com o punho fechado e se ajoelham
– Punho fechado erguido: é um símbolo de enfrentamento e resistência. Ficou muito conhecido na luta contra o racismo depois de ser usado na Olimpíada de 1968, por Tommie Smith e John Carlos, atletas negros norte-americanos medalhistas no atletismo, enquanto o hino de seu país era executado.
– Ajoelhar-se: em 2016, durante uma onda de protestos contra o racismo e a violência dos policiais norte-americanos contra negros, o jogador de futebol americano Colin Kaepernick se ajoelhou e se recusou a cantar o hino nacional. Ele não queria mostrar orgulho pela bandeira de um país que oprime o povo negro. Nos protestos atuais, muitos policiais estão se ajoelhando próximo aos manifestantes como forma de demonstrar apoio à luta antirracismo.
O que eu penso sobre…
“Neste momento a gente precisa se expressar, por isso as manifestações são tão importantes, mesmo com o coronavírus. Todos os anos, milhões de pessoas morrem por essa injustiça que é o racismo, então isso não pode ser algo como um ‘tanto faz’. Eu até fico abalado, mas muito mais pensativo, porque penso muito na sociedade, no que está acontecendo, no que vai acontecer depois dessas manifestações (…) Acho que depois tem muitas pessoas que vão acabar cometendo racismo de novo e muita gente vai continuar morrendo.” Gabriel F., 11 anos, de São Paulo (SP)
“As manifestações antirracismo são muito importantes, porque todo mundo é igual e temos que lutar por isso. Fico mal [que o racismo exista] mas eu acho que as coisas vão mudar por um curto período, algumas pessoas vão ter um pouco mais de consciência. Acho que não vou participar de protestos, porque tenho medo da violência que pode vir depois.” Vito C. C., 12 anos, de São Paulo (SP)
Correspondentes internacionais
“Eu percebi a injustiça dessas ações que aconteceram e isso é o que me motivou a ir nos protestos. Eu acho importante porque se a gente protesta, as pessoas que fizeram a injustiça vão reconsiderar e admitir que fizeram muito mal. Eu acho que as violências policiais vão diminuir muito e todo mundo vai ficar mais consciente sobre o racismo. Durante o protesto, a gente estava usando máscara e tentando não encostar em nada sujo para que a gente não tenha risco de pegar o coronavírus.” Lucas L. B., 13 anos, de Alexandria, nos Estados Unidos”
A igualdade é algo com que eu me importo muito. Por isso, e também por ver a dor que meus amigos que são negros sentem, que eu nunca senti, mas eu sei que eles se importam muito, eu decidi participar dos protestos. Quando os protestos começaram a surgir, mesmo com o vírus eu entendi que precisava ir, então fui nos dias 31 de maio e 4 de junho. Indo para essas manifestações você está apoiando a mudança do que as pessoas estão protestando, então eu acho importantíssimo. Mesmo não sendo impactado diretamente pelo racismo eu sinto pelas pessoas e eu acho terrível. A energia da manifestação era surreal, tinha no máximo duas mil pessoas lá em frente à Casa Branca, mas mesmo assim fiquei impressionado. Eu acho que a nossa geração dos adolescentes vai poder mudar o futuro, isso é só o primeiro passo.” Gabriel L. B., 16 anos, de Alexandria, nos Estados Unidos
Usando a hashtag #BlackLivesMatter (Vidas Negras Importam, em tradução livre), o Fundo das Nações Unidas Para a Infância (Unicef) pediu nas redes sociais que as crianças fossem ensinadas desde cedo sobre a dignidade e a importância de cada ser humano.
*Esta reportagem é uma versão estendida da matéria publicada na edição 151 do Joca.
Fontes: BBC, CNN, Estadão, Folha de S.Paulo, Globo Esporte, G1, Nexo, O Globo, Unicef e UOL.
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Comentários (27)
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Maria Clara Alves de Souza Figueiredo
2 anos atrás
Samos todos iguais e devemos respeitar um ao outros
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Nicolas Marinho Cardoso
2 anos atrás
Devemos respeitar as pessoas , independente de sua cor, raça , crença ou classe social.
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Arthur Rizzotti Merencio
2 anos atrás
Isso aí !
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Nicoly Rodrigues Farias ernandes
2 anos atrás
#Vidas negras importam
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Bryan Ferreira Bastos
2 anos atrás
O racismo é muito ruim somos todos iguais endependente do cor da pele ...
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Ex-policial que matou George Floyd é considerado culpado - Jornal Joca
3 anos atrás
[…] Chauvin, o ex-policial que estava sendo acusado de matar o norte-americano George Floyd, em maio de 2020, foi considerado culpado pelo crime em 20 de abril de 2021, quase um ano depois. […]
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pamella revest lucas silva sa
3 anos atrás
muito legal
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beljoca
3 anos atrás
Tenho certeza de que a pessoas que se preocupam com isso!
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lizmal
3 anos atrás
omg
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Akacyo Santiago Conceição
3 anos atrás
Na minha opinião devem sim continuar as manifestacões, porque somente desta forma as investigações de casos de mortes de negros são realizadas..
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Igor Santos Magalhães - 10 anos- São Paulo
3 anos atrás
As manifestações e discursos sobre o racismo, leva a acreditar que ainda precisamos evoluir e concientzarmos sobre a necessidade de acabar com este preconceito de cor de pele, e todos os seres humanos são iguais! Vidas negras importam! Ou melhor todas as vidas são importantes! Chega de racismo e preconceito, seja ele que for !
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Miguel Henrique Pereira
3 anos atrás
Claro exatamente jornal Joca! Chega desse racismo e preconceito,isso na minha opinião as pessoas que fazem isso devem ficar dois anos da prisão ou mais!
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Gabriel Nascimento Moreira 10 anos SP
3 anos atrás
Bom eu acho que o racismo não deveria existir, pois todos somos iguais oque nós diferencia é a cor da pele. Acho também que é muito importante as manifestações pois quem sabe assim a sociedade acorde de vez, ser negro no Brasil ou em qualquer outro lugar é muito difícil pois somos julgados pela nossa cor de pele, os negros são os que têm o salário mais baixo, 7 entre cada 10 mortos pela polícia são negros então fica aqui a minha indignação.... #cadavidaimporta.
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Miguel Henrique Pereira
3 anos atrás
Sim jornal Joca... pois infelizmente isso ainda não aconteceu;depois dessas coisas ruins sair em do nosso mundo nosso dever é acabar com esses racismos e preconceito! isso é bem pesado para quem sofre!!
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murilo
3 anos atrás
não tem como voltar ao normal
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murilo
3 anos atrás
nimguem que você aqui racismo olha o que você fez vc matou uma pessoa por causa da pele dela sai fora racismo deixa george floyd em paz
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Ana Carolina
3 anos atrás
fora racismo !! lutando pela igualdade #vidas negras importam
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Miguel Henrique Pereira
3 anos atrás
Sim sim!! #vidasnegrasimpotam pois na minha opinião todos são iguais não ligo para essas coisas de negros brancos pardos e etc,Tipo oque importa para mim é o jeito e o pensamento do humano.
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murilo
3 anos atrás
vdd
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Daniel
3 anos atrás
Eu acho que todos nós somos iguais. A Sofia Cases esta certa. Vidas negras importam. O racismo que do muitos sofrem não pode ser esquecido!
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Miguel Henrique Pereira
3 anos atrás
Sim exatamente,todos são iguais só o jeito e o pensamento são diferentes! na verdade até são diferentes os rostos mais isso não fala que tem que xingar e fazer Bullyng.
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SOFIA CASES
3 anos atrás
Todos nós somos iguas!!!!
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maria
3 anos atrás
racismo,uma vez feito não pode ser ignorado
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filipa
3 anos atrás
oi eu acho muito interessante esse jornal porque crianças e jovens podem botar comentários
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Miguel Henrique Pereira
3 anos atrás
Sim claro,como eu! e varias crianças e jovens!
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MARIA MORAIS
3 anos atrás
,VIDAS NEGRAS INPORTAM!!!!!!!!!!11
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MARIA MORAIS
3 anos atrás
isso é muito racismo,todos nos somos iguais,somos seres humanos
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