Para que a população entenda melhor como está se alimentando, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou, em 7 de outubro, uma nova norma sobre os rótulos de alimentos embalados.

Toda comida embalada que é vendida atualmente nos supermercados já traz informações nutricionais no rótulo. A mudança, no entanto, determina que os dados sejam mais claros. Isso quer dizer que sempre que um produto tiver muito açúcar, gordura ou sódio (presente no sal), o fabricante terá que estampar a informação em destaque, na parte da frente e superior da embalagem.

A novidade começa a valer em dois anos e pode ajudar a conscientizar os brasileiros sobre os riscos à saúde trazidos pelos alimentos ultraprocessados. De acordo com os primeiros resultados de um estudo do Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde da Universidade de São Paulo (USP), divulgados em agosto, a pandemia de covid-19 registrou aumento no consumo desse tipo de alimento.

O que diz o estudo?
Chamado NutriNet Brasil, o estudo acompanhou, na primeira etapa, cerca de 10 mil voluntários de todo o país em duas fases: entre janeiro e fevereiro (antes da pandemia) e em maio (durante a pandemia).

O aumento no consumo de ultraprocessados ocorreu, principalmente, no Norte e Nordeste e entre as pessoas com nível menor de escolaridade. Para Carlos Monteiro, coordenador do estudo, em entrevista à Agência Brasil, o crescimento tem relação com a quantidade maior de publicidade sobre esses alimentos durante a pandemia.

No entanto, há boas notícias. A pesquisa apontou que, na quarentena, os brasileiros comeram mais frutas, hortaliças e feijão — o consumo passou de 40,2% para 44,6%. De acordo com Monteiro, as pessoas cozinharam mais por estar mais em casa. “Além disso, uma eventual preocupação em melhorar a alimentação e as defesas (…) do organismo [diante da covid-19] poderia ser considerada”, disse ele à Agência Brasil.

A pesquisa vai acompanhar os hábitos alimentares dos brasileiros por dez anos. Saiba mais em: nutrinetbrasil.fsp.usp.br.

Glossário
Alimentos ultraprocessados: passam por muitos processos na indústria. É o caso de refrigerantes, biscoitos recheados, alguns pratos congelados, entre outros. O consumo em excesso pode ocasionar diversas doenças.

Fontes: Agência Brasil, Anvisa, CNN Brasil, Joca Nutri, G1, NutriNet Brasil, USP e UOL

Esta matéria foi originalmente publicada na edição 159 do jornal Joca.

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