Até 2050, o aumento do nível do mar deve afetar 300 milhões de moradores de áreas litorâneas em todo o mundo, deixando-as debaixo d’água. O dado é de um estudo científico do Climate Central, grupo de pesquisa norte-americano, publicado na revista Nature Communications no dia 29 de outubro. O número de atingidos é quase quatro vezes maior do que a estimativa anterior, de 80 milhões.

A quantidade aumentou depois de os cientistas corrigirem erros da análise feita antes, quando os dados consultados davam a entender que algumas zonas costeiras ocupadas por seres humanos estavam em locais mais altos — e, por isso, mais seguros — do que de fato estão. As informações fornecidas pela agência espacial norte-americana (Nasa) utilizadas para fazer a análise anteriormente confundiam telhados e árvores (mais altos) com o nível do solo, por exemplo.

Dados de 135 países foram analisados pelo novo método. A conclusão é de que a Ásia seria o continente mais afetado, com 237 milhões de pessoas vivendo em terras costeiras que sofrerão  inundações pelo menos uma vez por ano nos próximos 30 anos. China, Bangladesh, Índia, Vietnã, Indonésia, Tailândia, Filipinas e Japão concentram 70% da população em risco.

Em 19 países, incluindo Brasil, Nigéria, Egito e Reino Unido, terras habitadas por um milhão de pessoas
podem ficar completamente debaixo d’água até a metade do século.

Segundo os pesquisadores, a situação só poderia ser evitada com uma grande redução da emissão de poluentes que causam o aquecimento global e com o aumento de proteção nas áreas costeiras, como a construção de muros.

Fontes: Agência Brasil, BBC, Climate Central, Exame, Nature Communications e The Guardian.

Texto originalmente publicado na edição 141 do jornal Joca.

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