A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou oficialmente, em 25 de agosto, que a poliomielite, doença também conhecida como paralisia infantil, foi erradicada (ou seja, não existe mais) do continente africano. O último caso de infecção pelo poliovírus selvagem (PVS) na região aconteceu há quatro anos.

A campanha de vacinação em massa na África durou 30 anos e custou 19 bilhões de dólares (em torno de 106 bilhões de reais), resultado do esforço de organizações, governos locais, voluntários e filantropos (pessoas que doam dinheiro para causas sociais). Os agentes de saúde aplicaram a vacina oral contra a doença em pessoas em igrejas, escolas e até praças públicas. Estima-se que 1,8 milhão de novos casos tenham sido evitados.

Em 2003, a campanha chegou a ser interrompida em alguns locais por causa de um boato dizendo que a vacina faria mal às crianças e não protegeria da doença. Foi preciso um trabalho de conscientização para mostrar que aquilo não era verdade e conquistar a confiança da população.

“É uma vitória formidável, um alívio”, disse Tunji Funsho, membro do comitê do Rotary International para combate à poliomielite na Nigéria em entrevista à agência de notícias France-Presse. “Lançamos este desafio há 30 anos. Dizer que estou feliz é um eufemismo [quando você suaviza uma expressão]”, completou.

Isso não quer dizer que a doença esteja erradicada no mundo. Atualmente, dois países ainda apresentam novos casos de poliomielite: Paquistão (com 58 novos casos em 2020) e Afeganistão (com 29 novos casos).

O que é poliomielite?
É uma doença contagiosa provocada por um vírus. Ela ataca a medula espinhal, parte do corpo importante para coordenar os movimentos e reflexos. Alguns infectados não conseguem mais andar. O contágio acontece de pessoa para pessoa e está relacionado a ambientes com más condições de higiene ou falta de saneamento básico (como tratamento de esgoto). O vírus ataca, principalmente, crianças com menos de 5 anos. No Brasil, a doença foi erradicada em 1994.

Fontes: BBC, El País, EndPolio.org, The New York Times e O Globo.

Esta matéria foi originalmente publicada na edição 156 do jornal Joca.

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