Ollanta Humala participou de esquema de corrupção envolvendo a empresa brasileira Odebrecht
A Justiça do Peru condenou, em 15 de fevereiro, o ex-presidente Ollanta Humala e a esposa a 15 anos de prisão por lavagem de dinheiro ao receber contribuições ilegais da construtora brasileira Odebrecht e do governo da Venezuela nas campanhas eleitorais de 2006 e 2011.
O esquema de corrupção da Odebrecht envolveu vários países da América Latina. Em 2016, a empresa admitiu que havia distribuído no Peru milhões de dólares em suborno e doações eleitorais ilegais desde o início dos anos 2000.
Humala, de 62 anos, e a esposa, Nadine Heredia, foram acusados de esconder o recebimento de 3 milhões de dólares da Odebrecht para financiar a campanha presidencial de 2011, na qual ele saiu vencedor. Nadine foi denunciada com o marido por ser cofundadora do Partido Nacionalista, do qual Humala faz parte.
Além disso, o Ministério Público alega que, na campanha de 2006, em que Humala foi derrotado, o casal desviou cerca de 200 mil dólares enviados pelo então presidente da Venezuela, Hugo Chávez, por meio de uma empresa do país.
A condenação encerra mais de três anos de audiências contra Humala, que governou o Peru de 2011 a 2016. Ele é o segundo, de quatro ex-presidentes peruanos acusados de envolvimento no esquema de corrupção, a ser condenado. Alejandro Toledo, que governou de 2001 a 2006, foi condenado, em 2024, a 20 anos de prisão por receber propina para conceder obras à Odebrecht. Também esteve envolvido Alan García, presidente de 2006 a 2011, que morreu em 2019. Já Pedro Pablo Kuczynski, que presidiu o país entre 2016 e 2018, ainda está sendo investigado.
Glossário
Lavagem de dinheiro: consiste em disfarçar a origem de bens ou valores obtidos por meios criminosos, como corrupção, para que sejam usados legalmente, sem levantar suspeitas.
Fontes: Folha de S.Paulo e O Globo.
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