Especialistas suspeitam que o novo coronavírus já estava no território norte-coreano há algum tempo
O governo da Coreia do Norte anunciou, em 12 de maio, os primeiros casos de covid-19 no país. Kim Jong-un, líder norte-coreano, declarou que a nação vive uma “grave emergência nacional” e ordenou um lockdown (isolamento rígido) em todo o território para conter o vírus. A agência de notícias oficial da Coreia divulgou, até o fechamento desta edição, um total de cerca de 2,8 milhões de casos e 68 mortes ocasionadas pela doença.
Embora seja a primeira vez que as autoridades divulgam casos de covid-19 na Coreia do Norte, especialistas em saúde suspeitam que o vírus já circulava no território há algum tempo. Além disso, há uma preocupação de que o surto cause uma tragédia no país. Isso porque a nação não teria vacinado nenhum dos seus 26 milhões de habitantes, além de não dispor de estrutura para testagem em massa e um sistema de saúde eficiente.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) e países como a Coreia do Sul têm se colocado à disposição para colaborar com os norte-coreanos. Até o fechamento desta edição, porém, não havia informações de que a nação teria aceitado as ofertas. Em 2021, a China e a Covax (aliança internacional pela vacinação mundial conduzida pela OMS) se dispuseram a doar vacinas para a Coreia do Norte, mas a iniciativa foi recusada pelo governo do país.
A covid-19 e a Coreia do Norte
A nação mantém pouco contato com os outros países, por isso não há muitas informações sobre o que acontece por lá. Em janeiro de 2020, para controlar a covid-19, o governo local fechou as fronteiras. Porém, autoridades dos Estados Unidos e da Coreia do Sul acreditam que o vírus pode ter entrado no território antes disso, durante as trocas comerciais entre o país e a China, que na época vivia um surto da doença. A suspeita é de que, nos últimos dois anos, os casos de infectados não tenham sido registrados ou tenham sido escondidos pelas autoridades norte-coreanas, o que é negado pelo governo local.
Fontes: AP News, BBC, CNN Brasil, KCNA, ONU, Reuters, The Guardian e The Washington Post.
Esta matéria foi originalmente publicada na edição 188 do jornal Joca.
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