Foi publicada, em 8 de março, a pesquisa “Juventude fora da escola”, que reúne dados sobre a realidade de jovens brasileiros entre 15 e 29 anos que não estão matriculados em instituições educacionais nem concluíram a educação básica (que engloba educação infantil, ensino fundamental e médio). Em 2022, enquadravam-se nessa situação cerca de 9,8 milhões de pessoas — o equivalente a 19,9% da população nessa faixa etária. Segundo a pesquisa, 73% desses jovens pretendem retornar e finalizar os estudos em algum momento. 

De acordo com o levantamento, os 27% que não têm interesse de completar a educação básica apresentam diferentes motivos para isso, como: precisar trabalhar (32%); ter que cuidar da família (17%); não ter paciência para estudar (16%); e não ter vontade ou não ver necessidade no momento (16%). 

#pracegover: pessoas sentadas em carteiras enfileiradas dentro de uma sala de aula. Elas estão escrevendo, cada uma, na própria folha. Ao fundo, há duas janelas grandes com cortinas roxas. Crédito de imagem: Getty Images

Além disso, entre os 9,8 milhões de jovens fora da educação básica, 58% são homens; 70% negros; 84% não têm mais idade para frequentar o ensino regular; e seis a cada dez têm filhos — entre as mulheres, o número sobe para oito a cada dez.

A pesquisa foi feita pela Fundação Roberto Marinho em parceria com o Itaú Educação e Trabalho, com colaboração técnica do instituto Datafolha, e da organização Conhecimento Social — Estratégia e Gestão e Rede Conhecimento Social. Foram entrevistados 1.643 jovens que não estavam estudando e não tinham terminado a educação básica, em mais de 200 municípios, das 27 unidades federativas do Brasil.

O QUE PODE SER FEITO PARA VIABILIZAR O RETORNO DOS JOVENS AOS ESTUDOS?*

*UMA DAS PERGUNTAS DE MÚLTIPLA ESCOLHA FEITAS AOS ENTREVISTADOS

Conseguir estudar em um horário e trabalhar no outro – 41%
Ter uma bolsa de estudos, um auxílio financeiro mensal, para você – 35%
Ter creche para deixar os filhos enquanto você estuda – 32%
Ter segurança no caminho até a escola – 27%
Ter transporte gratuito para ir para a escola – 25%
Ter um trabalho mais flexível, com menos horas – 22%

FONTES: AGÊNCIA BRASIL, FUNDAÇÃO ROBERTO MARINHO, FUTURA E ITAÚ EDUCAÇÃO E TRABALHO.

Esta matéria foi originalmente publicada na edição 220 do jornal Joca.

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