Como o teatro surgiu? Por que o símbolo do teatro são duas máscaras? É verdade que, no passado, em vários países, as mulheres não podiam participar de peças de teatro? Por que as pessoas dizem “quebre a perna” antes de uma apresentação?

Na data em que se comemora o Dia Nacional do Teatro, descubra essas e outras curiosidades sobre a arte teatral.

A origem do teatro

É difícil dizer exatamente como o teatro surgiu. Ao longo dos séculos, diversos povos realizavam práticas nas quais uma ou mais pessoas interpretavam personagens e contavam histórias.

Na China, por exemplo, durante a dinastia do imperador Shou, que viveu entre 1046 e 246 a.C. (antes do nascimento de Cristo), peças teatrais costumavam ser apresentadas para membros da realeza e pessoas das classes altas. Segundo os historiadores, os espetáculos misturavam mímica, movimentos de corpo e canto. Sendo assim, enquanto atores usavam o corpo para representar o que o personagem estava passando em determinado momento, um coro cantava músicas que explicavam o que estava acontecendo na cena.

Além da China, países como Índia, Egito e Japão possuem registros que provam que apresentações de teatro já ocorriam há milhares de anos. Porém, pode-se dizer que as apresentações teatrais realizadas na Grécia Antiga, a partir do século 6 (ano 501 a 600 a.C.), foram as que mais influenciaram o teatro que é produzido atualmente.

Na época, os gregos participavam de festivais em homenagem a Dionísio, deus do vinho, do teatro e da fertilidade. Esses eventos, que costumavam durar dias, tinham rituais, recitais e encenações de histórias.

Com o tempo, as peças de teatro começaram a ser exibidas também em grandes construções que eram compostas pelo palco, onde ficavam os atores, e pela arquibancada, feita em um formato diagonal, para que todos os espectadores conseguissem ver a apresentação, independentemente de onde estivessem sentados. Esse modelo de arena, aliás, foi o que deu origem aos estádios de futebol e a muitos teatros da atualidade.

Em relação aos espetáculos, as peças tinham muitos elementos que vemos até hoje no teatro: atores que usam máscara, tragédias que contam histórias sobre heróis, comédias que falam sobre o cotidiano e os costumes das pessoas, entre outros.

Por falar em máscaras…

O símbolo do teatro é uma máscara feliz e outra triste – as máscaras da comédia e da tragédia. Na Grécia Antiga, elas eram usadas pelos atores durante os espetáculos e representavam os dois lados do comportamento humano, a alegria e a tristeza.

A máscara da comédia também é conhecida como Thalia, que na mitologia grega é o nome da deusa da comédia e da poesia idílica (tipo de poesia curta, que geralmente aborda a vida no campo).

Já a máscara da tragédia é chamada de Melpomene, que na mitologia grega é a musa da tragédia.

Dramaturgos mais famosos

As pessoas que escrevem peças são chamadas de dramaturgas. Confira, abaixo, alguns dos grandes “escritores” do teatro mundial:

William Shakespeare = dramaturgo inglês que viveu entre 1564 e 1616. É o autor de algumas das mais famosas peças da história, como Romeu e Julieta, Hamlet e Sonho de uma Noite de Verão. Escrevia tanto dramas como comédias e é conhecido por abordar muito bem o comportamento e os sentimentos humanos, como amor, ciúmes e raiva.

Molière = dramaturgo francês que viveu entre 1622 e 1673. Ficou conhecido por escrever comédias que criticavam os costumes e o comportamento das pessoas da época. Entre os trabalhos mais famosos de Molière estão os espetáculos O Burguês Safado, O Tartufo e O Doente Imaginário.

Ariano Suassuna = dramaturgo brasileiro que viveu entre 1927 e 2014. Escreveu peças que falavam, principalmente sobre o Nordeste do país – a cultura, os problemas e as diferentes pessoas que vivem na região. Escreveu espetáculos como Auto da Compadecida, A Farsa da Boa Preguiça, O Rico Avarento e O Santo e a Porca.

Aphra Vehn – dramaturga inglesa que viveu entre 1640 e 1689. Foi uma das mais famosas autoras de peças do século 17 (período de 1601 a 1700). Escrevia comédias e dramas e ficou conhecida por ser uma das primeiras mulheres da história a trabalhar como dramaturga. Entre os principais trabalhos de Aphra estão The Rover (em tradução livre, “o andarilho”), The Emperor of the Moon (“o imperador da Lua”) e The Forc’d Marriage (“a força do casamento”).

Mulheres não tinham permissão para atuar

Por muitos séculos, as mulheres da Europa e das Américas não tinham podiam atuar em peças (a prática era considerada impura para pessoas do sexo feminino). Sendo assim, homens representavam os personagens que eram meninas ou mulheres.

Vale lembrar que, na época, de maneira geral, mulheres não tinham muitos direitos e espaço na sociedade, pois eram consideradas inferiores aos homens – algo que os cientistas de hoje já provaram que não faz sentido, já que ambos os sexos têm as mesmas capacidades.

As mulheres só começaram a ter permissão para subir aos palcos a partir de 1660, quando o rei Carlos II, da Inglaterra, acabou com a lei que as proibia de atuar. Assim, surgiram as primeiras atrizes da história, como Nell Gwyn e Moll Davis.

Com o tempo, outros países também começaram a afrouxar as regras e permitir que as mulheres trabalhassem como atrizes.

Quebre a perna”

Antes de uma apresentação começar, os atores têm o costume de dizer a expressão “quebre a perna” uns para os outros – na linguagem teatral, a frase quer dizer “boa sorte”.

Não se sabe exatamente como essa tradição começou, mas há algumas teorias. Uma delas diz que, no passado, o elenco ficava na torcida para que, ao fim da peça, as pessoas aplaudissem tanto que o impacto das palmas “quebrasse as pernas do teatro” – pernas era o nome dado para a parte lateral do local, onde ficavam as cortinas. Assim, “quebrar a perna” significava que o espetáculo tinha sido um sucesso.

Efeitos especiais teatrais

Não é só no cinema que efeitos especiais são usados. Muitas peças teatrais também usam esses recursos para ajudar a contar a história do espetáculo.

Na produção Peter Pan, de 1954, os atores eram pendurados em cabos e levantados do chão, dando a impressão de que estavam voando. Já no musical O Fantasma da Ópera, de 1986, um grande lustre cai em cima da plateia e aterrissa no palco – tudo é feito com segurança, para que ninguém saia ferido.

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Comentários (1)

  • aluno.daviparente@colegiomagister.com.br

    2 anos atrás

    Que legal! Eu não sabia dessas coisas! obbrigado pela informação!

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