1 – O que aconteceu?
Em 26 de abril de 1986, uma usina nuclear próxima à cidade de Chernobyl, onde hoje fica a Ucrânia (na época, parte da extinta União Soviética), sofreu um acidente que levou a duas grandes explosões. Os incidentes espalharam uma nuvem de material radioativo pelo país e por outras nações, como Suécia, Rússia e Reino Unido. A quantidade de radiação lançada na atmosfera correspondia a entre 100 e 500 bombas atômicas (a maior arma de destruição em massa que já existiu). Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), cerca de 8 milhões de pessoas (mais do que a população do Paraguai) foram atingidas em algum nível. Esse impacto fez com que o acidente em Chernobyl se tornasse um dos maiores desastres da história da humanidade.

2 – O que levou ao acidente?
A principal hipótese é a de que tudo tenha começado com um erro em um teste de rotina na usina. Os trabalhadores do local não teriam seguido todos os protocolos de segurança e um dos reatores (parte integrante de uma usina nuclear) teria ficado sobrecarregado. Ao mesmo tempo, esse equipamento teria sido projetado com um material que não era o mais adequado, o que teria acelerado o desastre, levando as explosões a ocorrer.

#pracegover: diversos equipamentos ao redor da usina, que está destruída, em 1º de maio de 1986, dias após o acidente. Crédito de imagem: Laski Diffusion/Liaison

3 – Quais foram as consequência do acidente?
A ONU afirma que 50 pessoas, entre elas funcionários da usina, morreram pouco tempo após a tragédia. Porém, indivíduos atingidos pela radiação desenvolveram doenças graves, como câncer, e faleceram anos depois. Estima-se que 4 mil pessoas podem ter morrido em decorrência de enfermidades causadas pela radiação liberada pela usina.

4 – Como ficou a vida perto da usina?
• PESSOAS: um dia após o acidente, todos que moravam a 30 km da usina foram forçados a abandonar a casa em que viviam para evitar se expor à radiação.
• ANIMAIS: a radiação provocou deformações. Com isso, muitos passaram a ter dificuldade para fugir de predadores, por exemplo.
• PLANTAS: uma floresta da área ficou conhecida como “floresta vermelha” depois que as árvores se tornaram marrom-avermelhadas por causa da radiação e acabaram morrendo.

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#pracegover: uma foto mostra um prédio da área antes do ocorrido. Ao fundo, a construção hoje, 35 anos após ter sido abandonada. Ao redor, a vegetação avança. Foto: Sean Gallup/Getty Images

5 – Como está Chernobyl atualmente?
A radiação ainda está muito presente na região próxima à usina. Para evitar riscos à saúde, não é recomendado que seres humanos morem na área.

O que é radiação?
Energia que vem de uma fonte e se espalha pelo espaço, sendo capaz de penetrar em vários materiais. O impacto que gera no corpo humano depende de uma série de fatores, como intensidade, parte atingida e tempo de exposição. Dependendo do caso, não faz mal ao organismo. Porém, o material que foi liberado em Chernobyl era de alto risco — tinha a capacidade de matar células e alterar o DNA (instruções genéticas que determinam o funcionamento de um organismo). Como consequência, os afetados podiam ter lesões em órgãos e desenvolver câncer.

#pracegover: placa amarela com detalhes em vermelho alerta para radiação na “floresta
vermelha”, na região da usina. Crédito de imagem: Sean Gallup/Getty Images

O que faz uma usina nuclear?
Produz energia elétrica. Segundo a Associação Mundial Nuclear, existem 447 usinas desse tipo no mundo, espalhadas por 30 países. Estima-se que 10% da produção de energia do planeta venha desses locais.

Chernobyl
#pracegover: em 2015, sala de uma escola infantil deixada para trás depois da explosão. Há mesas e cadeiras jogadas pelo chão. Foto: Sean Gallup/Getty Images

O acidente em números

350.000
pessoas tiveram que deixar a casa em que moravam.

30
bombeiros e operadores da usina morreram nos três meses que seguiram a explosão.

134
casos de síndrome de radiação aguda (doença grave que pode causar sintomas como vômitos e perda de apetite) foram confirmados entre pessoas que trabalhavam na usina ou ajudaram a limpá-la.

Fontes: Associação Mundial Nuclear, DW, National Geographic e Wise International

Esta matéria foi originalmente publicada na edição 170 do jornal Joca

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