O IBGE é importante para que o governo possa entender as necessidades da população. Foto: Agência Brasil.
O IBGE é importante para que o governo possa entender as necessidades da população. Foto: Agência Brasil

Em 6 de julho, comemora-se o aniversário de 85 anos da criação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o IBGE. Mas você sabe qual é o papel dessa entidade?

O IBGE é responsável por levantar informações sobre o Brasil e sua população, como número de habitantes em cada município, quantas pessoas possuem trabalho e quantas estão desempregadas, qual é o salário médio dos brasileiros em determinada região e quais doenças são as mais comuns em cada lugar. Assim, é possível entender quais são as características do povo brasileiro e suas necessidades.

A partir desses dados, o governo pode se planejar para melhorar as condições de vida da população. Por exemplo: em municípios onde existem muitas pessoas sem trabalho, o governo pode atuar para gerar empregos e, em regiões onde determinada doença é bastante comum, pode tomar medidas para controlá-la. 

História

Desde 1872, é feita uma pesquisa chamada Censo Demográfico a cada dez anos para mapear a população. Para melhorar os censos, em 1934, foi criado o IBGE, um órgão especializado nesse trabalho. O objetivo era que as pesquisas pudessem estar sempre atualizadas, tanto em relação às tecnologias usadas como aos temas abordados. 

Apesar de ser o principal relatório feito pelo IBGE, o censo não é o único. Hoje, são feitas também pesquisas anuais e semanais – elas são divulgadas no site do IBGE e possuem temas variados, como economia, saúde, meio ambiente, ciência e tecnologia.

Como funciona a coleta de dados?

“Primeiro, os profissionais do instituto mapeiam as regiões para saber quantas pessoas e habitações existem em cada lugar”, explica o analista socioeconômico do IBGE Jefferson Mariano, em entrevista ao Joca. Assim, quando vão entrevistar os moradores para obter as informações, eles já têm noção do local em que irão trabalhar.

Depois disso, os profissionais vão de porta em porta para coletar os dados que serão usados e garantir que todos os lugares façam parte do censo. No caso dos prédios, o funcionário precisa conversar antes com o síndico e agendar um dia para aplicar o questionário do IBGE, de forma que todos os moradores possam participar. 

As entrevistas são feitas por meio de um questionário eletrônico, que fica em um equipamento parecido com um celular. “As pessoas respondem aos questionários enquanto o pesquisador anota os dados”, explica Jefferson. “Em seguida, as informações coletadas vão para os nossos computadores e eles somam as porcentagens, dando origem ao que chamamos de material bruto”, conta.

Esse material bruto é o conjunto de todos os dados que foram colhidos naquela pesquisa e, a partir deles, uma equipe de análise produz textos, mapas e gráficos para transformá-los em informações para a população e o governo.

Como as perguntas do censo são escolhidas?

De acordo com Jefferson, existe um histórico de perguntas que já foram feitas e, geralmente, elas se repetem nos questionários para que seja possível comparar os dados ao longo do tempo.

Entretanto, as perguntas mudam constantemente, já que sempre surgem novas questões e necessidades da sociedade, que vão sendo acrescentadas ao questionário.

“No começo, o censo só contava a população, mas depois começou a abordar outras questões: se cada casa tinha esgoto, luz etc., por exemplo, e outras informações importantes, como se as pessoas frequentaram a escola e até que ano”, explica. 

Para melhorar o questionário, o IBGE também consulta profissionais de cada área. “Em 2010, pesquisamos sobre pessoas com deficiência. Por isso, consultamos um profissional da área. Ele nos ajudou a melhorar essas perguntas para, em 2020, podermos abordar melhor a questão”, conta Jefferson.

Arte: Suzana Obara

IBGE terá cortes no censo de 2020

Em 1° de julho, o IBGE anunciou que o Censo Demográfico de 2020 terá uma redução no número de perguntas por conta de um corte no orçamento destinado a essa pesquisa (entenda mais sobre cortes no orçamento na edição 123 do Joca). 

Por isso, algumas perguntas que trazem detalhes sobre a educação (como qual curso o entrevistado fez e quantos anos estudou) e trabalho (em qual cargo e setor ele trabalha, por exemplo) deixarão de fazer parte do questionário do próximo censo. 

Outro tipo de questão que foi cortada diz respeito à posse de bens, que pesquisa se a moradia do entrevistado possui equipamentos específicos, como geladeira e televisão.

Para Jefferson, dessa forma, não será possível comparar essas questões com o censo anterior. “No caso da geração de emprego, por exemplo, os detalhes pesquisados só se tem pelo censo”, diz. “Por isso, com os cortes, acabamos tendo prejuízo na hora de propor políticas de geração de emprego e renda”, argumenta.

A direção do IBGE divulgou um arquivo com perguntas e respostas sobre o censo de 2020 no qual afirmou que “os ajustes nos questionários têm como principal objetivo garantir a qualidade do Censo Demográfico, especialmente no que se refere à consistência e precisão das respostas”. Por isso, de acordo com o instituto, o questionário será menor para que os gastos na sua elaboração diminuam.

A direção ainda afirmou, por meio do documento, que nenhuma pergunta será retirada do censo sem que existam outras pesquisas que obtenham esses dados ou que existam justificativas para o corte.

Fontes: Folha de S.Paulo, IBGE  e Veja.

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Comentários (2)

  • Murilo

    3 anos atrás

    Oi

  • Alexandre

    4 anos atrás

    Quero receber uma visita na minha casa do IBGE

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