Os leitores Letícia N., de 10 anos, e Leonardo P., de 15 anos, da Unibes (São Paulo), foram até o estúdio da CBN e bateram um papo descontraído com Tania Morales, apresentadora do programa CBN Noite Total para a seção Repórter Mirim do Joca. Confira abaixo a matéria que foi publicada originalmente na edição 121 do jornal.

Você pode nunca ter visto o rosto dela, mas se já sintonizou na Rádio CBN a partir das 21h, com certeza conhece sua voz. Tania Morales já integra a rotina de milhares de pessoas que a acompanham de casa, do carro ou do celular. “Parece que muitos ouvintes que entram em contato conosco nos conhecem. Eles estão muito familiarizados com a nossa voz”, diz.

Vencedora do Prêmio Caixa de Jornalismo e do Concurso Mude Um Destino, Tania trabalha há 24 anos em rádio e diz ser apaixonada pela ideia de usar a voz como instrumento de trabalho. “Fico emocionada ao pensar que a minha voz consegue chegar para um monte de gente e, ao mesmo tempo, chegar para cada indivíduo de forma única.”

Por que você quis trabalhar com rádio?
Quando eu escolhi fazer jornalismo, não pensava em trabalhar em uma estação de rádio. Mas quando cheguei à faculdade, descobri que gostava muito de rádio e que trabalhar com a voz é algo muito legal. Você consegue imaginar muitas coisas apenas ouvindo a voz da pessoa.

Você sempre quis trabalhar com jornalismo?
Quando eu era pequena, queria ser dançarina. Depois, quis ser professora – dava aula para as plantas da minha casa (risos). Um dia, eu e uma vizinha começamos a brincar que éramos repórteres. Uma entrevistava a outra, e nós fingíamos que estávamos falando para as câmeras. Assim, com 10, 11 anos, eu já tinha na cabeça que queria ser repórter.

Você só trabalha no horário da apresentação?
Antes de chegar ao estúdio, eu já vou pensando em quem eu poderia entrevistar. Eu e a produtora conversamos e decidimos quem vale a pena entrevistar ou não. Depois que a entrevista é marcada, fazemos uma preparação. Se vamos conversar com o autor de um livro, por exemplo, precisamos pesquisar a vida dele, levantar informações sobre a publicação…

Como é o seu dia a dia na rádio?
O meu programa é à noite, das 21h à 0h, mas eu começo a trabalhar às 14h, da minha casa. Normalmente, chego ao estúdio entre 19h30 e 20h. Antes de começar, a produtora prepara um roteiro, que mostra em que parte do programa cada repórter vai entrar. Às vezes, quando acontece algo inesperado, nós temos que abandonar tudo o que estava planejado e falar só sobre aquele fato.

Qual foi o prêmio mais marcante para você? Por quê?
Foi o Prêmio Ayrton Senna. Eu não ganhei, apenas fui indicada. Fomos reconhecidos por um trabalho na Fundação Casa [local para onde são enviados os menores de idade infratores], do Tatuapé (SP). Uma vez, eu fui até lá para fazer uma matéria e descobri que eles tinham uma oficina de rádio. Uma ONG fazia esse trabalho dentro da fundação. Fiquei encantada e virei professora deles. Fizemos uma série na rádio.

Você faturou o Prêmio Caixa de Jornalismo, por exemplo. Qual é a sensação de ganhar um prêmio?
É bom ser reconhecido pelo seu esforço, mas vencer não é tudo. Eu não ganhei o Prêmio Ayrton Senna, mas sei o valor que esse trabalho teve. Às vezes, um troféu é só um troféu. Nas competições esportivas, por exemplo, apenas um vai ganhar, mas todos que competiram têm valor. Não são os prêmios que mostram o valor do seu trabalho.  

Você já trabalhou em alguma área específica?
Já cobri política, polícia… Eu gosto de matérias humanas, que contam a história de pessoas. Só falar sobre dados econômicos, por exemplo, não me interessa muito. É importante, mas não é humano. Se vamos falar de desemprego, prefiro ouvir o que as pessoas que estão desempregadas têm a dizer do que apenas anunciar que a taxa de desemprego aumentou.

Às vezes, você precisa falar de tragédias também…
Infelizmente, sim. Em 2013, houve um incêndio na boate Kiss, no Rio Grande do Sul. Eu estava no ar quando a notícia chegou. Nessas horas, você tem que ficar firme. Quando o programa terminou, eu entrei no carro e chorei muito.

Você usa alguma técnica para preparar a voz?
Aqui na rádio há uma fonoaudióloga [profissional especializada em lidar com voz e audição]. No início, ela dizia que eu tinha uma voz muito infantil. Com o tempo, fui descobrindo que nós conseguimos ter controle da própria voz e tentei encorpá-la. É algo que não acontece do dia para a noite – eu fiz treinos e recebi ajuda da fonoaudióloga. Além disso, eu não tomo bebidas geladas. E tento usar um tom regular, sem gritar ou falar muito baixo.

Você fica nervosa quando vai gravar?
Depois de tantos anos, não tenho mais medo do microfone. Mas ainda fico nervosa quando preciso entrevistar determinadas pessoas. Tenho algumas técnicas para vencer esses medos. Antes das entrevistas, pesquiso tudo sobre a vida delas, assim, na hora da conversa não fico tão nervosa.

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Comentários (2)

  • bianca

    2 anos atrás

    mas as pessa tem medo

  • bianca

    2 anos atrás

    eu queria ser reporte mas eu vou ser professora beijos da bianca

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