Por Martina Medina Se o desmatamento na Amazônia brasileira continuar no ritmo atual, a temperatura na região pode sofrer um aumento médio de 1,45 grau Celsius (°C) até 2050. A conclusão está em um estudo feito por pesquisadores da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), da Universidade de São Paulo (USP) e da
Por Martina Medina
Se o desmatamento na Amazônia brasileira continuar no ritmo atual, a temperatura na região pode sofrer um aumento médio de 1,45 grau Celsius (°C) até 2050. A conclusão está em um estudo feito por pesquisadores da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade da Califórnia em Santa Cruz (Estados Unidos), publicado em março na revista científica Plos One.
Os cientistas chegaram a essa temperatura calculando a média entre a noite — período mais frio — e o dia — mais quente — quando a alta pode ser bem maior (até 3°C). Segundo a pesquisa, o desmatamento já provocou um aumento médio de 0,38°C em áreas tropicais do planeta entre 2000 e 2010 — a alta na temperatura pode superar 5°C em regiões 100% desmatadas.
A grande concentração vegetal das florestas faz com que elas mantenham um clima mais ameno ao refletir menos luz solar e perder mais água para a atmosfera (processo de evapotranspiração). Com o desmatamento, a proteção climática criada pelas árvores diminui e a temperatura do solo sobe, concluíram os estudiosos.
Outras consequências
O aumento do calor pode trazer mais doenças, elevar o consumo de energia elétrica e água, prejudicar plantações e a biodiversidade na região. “Para um lagarto que só consegue viver em locais com no máximo 30ºC de temperatura média, um aumento para 31,5ºC pode reduzir sua capacidade de regular a temperatura corporal e realizar atividades corriqueiras, como busca de alimento, reduzindo sua sobrevivência e reprodução”, exemplifica um dos autores da pesquisa, o ecólogo Jayme Prevedello, da Uerj.
O que fazer para frear o aumento da temperatura?
De acordo com o estudo, é possível reverter a previsão com as seguintes medidas:
Reflorestar áreas desmatadas: plantar árvores faz com que a temperatura volte a cair e devolve biodiversidade a essas regiões.
Conter o desmatamento ilegal: a pesquisa mostra que, quanto maior a taxa de desmatamento, maior o aquecimento local.
Cumprir o Código Florestal: a lei brasileira de 2012 impõe limites ao desmatamento em regiões de floresta e prevê o reflorestamento.
Fontes: Earth News, Estadão, Correio Braziliense, Plos One e Universidade da Califórnia em Santa Cruz (Estados Unidos)
Reportagem publicada originalmente na edição 129 do jornal Joca.
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