Giovana Borsetti, de 16 anos, brinca com criança em trabalho voluntário

por Martina Medina

Jovens do Projeto de Formação de Liderança, do Colégio Mary Ward.

Doar o tempo ou uma habilidade para alguém ou para alguma causa sem receber dinheiro em troca. É o que fazem os voluntários, homenageados no Brasil em 28 de agosto, Dia Nacional do Voluntariado.

Por aqui, o trabalho voluntário foi realizado por 7,4 milhões de pessoas de 14 ou mais anos em 2017, 840 mil a mais do que em 2016, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Do total, 2,5% têm entre 14 e 24 anos.

Conheça histórias de quatro deles e o que os motiva a ajudar quem mais necessita.

“Ninguém merece ser ignorado”, diz voluntário de 17 anos

Cristobal Canales: ele e outros nove jovens construíram uma casa para uma família pobre em uma favela carioca sem ganhar dinheiro em troca.

Aos 10 anos, quando ainda vivia e estudava no Peru, Cristobal Canales, de 17 anos, brincava com crianças de escolas públicas do interior do país e cuidava delas como voluntário. Em 2016, quando se mudou para o Brasil, a vontade de ajudar o acompanhou.

Cristobal entrou para o grêmio estudantil do Colégio Teresiano, no Rio de Janeiro, e propôs uma parceria com a Organização Não Governamental (ONG) Teto. Ele e outros nove jovens construíram uma casa para uma família pobre em uma favela carioca sem ganhar dinheiro em troca. “Ninguém merece ser ignorado”, justifica.

A recompensa foi ampliar sua visão de mundo e acreditar na humanidade. “Sendo voluntário, ao mesmo tempo que você percebe como o mundo é mais difícil do que parece ser e que você não pode solucionar tudo, é possível ajudar alguém. Isso traz alegria e satisfação para si mesmo e para as outras pessoas”, diz. “Se eu consigo ser melhor com outras pessoas, outras pessoas também conseguem. Toda pessoa tem um potencial de mudança e de empatia.”

Surgido em 1997, no Chile, para ajudar comunidades precárias em parceria com os próprios moradores, a Teto é formada por jovens voluntários que estudam a realidade nas favelas e constroem lares dignos para pessoas que não têm onde morar. A construção dura dois dias e consiste em cavar um buraco na terra, instalar tocos de madeira e encaixar painéis que já vêm moldados no formato da nova casa.

Presente em 19 países da América Latina e do Caribe , a organização conta com muitos voluntários acima de 18 anos, mas também faz parcerias com escolas para que jovens de 16 anos a 18 anos, como Cristobal, possam participar. No Rio de Janeiro, jovens de treze escolas já colocaram a mão na massa em ações da ONG.

“Você vê que não é só você que tem que ser bem sucedido”, diz voluntária de 15 anos

Em São Paulo, no Colégio Mary Ward, os alunos também têm a possibilidade de participar de ações voluntárias. “O jovem é convidado a sair do seu mundo, das quatro paredes da escola e de casa, e olhar para outras realidade”, explica Lurdes Baier, coordenadora à frente do Projeto de Formação de Liderança.

Nesse programa, quase 30 jovens a partir de 14 anos arrecadam doações, preparam atividades como oficinas, jogos, gincanas, música, além de ajudarem na limpeza e na arrumação de creches, asilos e abrigos de refugiados.

“Quando a gente vai nas creches e asilos, eu saio da minha zona de conforto, vejo o mundo ao meu redor”, diz Giovana Borsetti, de 16 anos, que contabiliza 10 toneladas de alimentos, roupas, calçados, livros, material higiênico e de limpeza arrecadados pelos jovens para doação. “Algumas crianças da creche tem uma condição financeira boa, outras nem tanto. Eu penso ‘o que posso fazer para mudar o mundo?’”, questiona.

Giovana Borsetti, de 16 anos, brinca com crianças em trabalho voluntário

Maria Eduarda Pereira, de 15 anos, entrou há dois anos no projeto para fazer novas amizades depois de ter brigado com as suas colegas de classe e acabou ganhando mais do que amigos. “As pessoas são mais voltadas para celular, videogame ou ficam olhando para si mesmas e deixam de olhar para o próximo. Eu valorizo entender a realidade do outro. No voluntariado, eu olho para fora e volto a olhar para mim com outros olhos”, diz “Eu amadureci muito a minha consciência. Como voluntário, você vê que não é só você que tem que ser bem sucedido para o mundo continuar fluindo – todo mundo precisa se sair bem para que continuemos vivendo em harmonia e paz.”

Para Nuno Andres Beltran Pires, de 17 anos, se voluntariar te torna mais proativo e traz mais fé na humanidade. “O envolvimento com as pessoas se torna mais agradável. Você vê todo mundo se mobilizando para ajudar os outros sem ganhar nada. Isso dá uma sensação esperança”, afirma.

E você? Já participou de alguma ação como voluntário ou gostaria de experimentar? Conte para o Joca nos comentários!

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