Imagem aérea da região após o rompimento da barragem. Foto: Divulgação.
Imagem aérea da região após o rompimento da barragem. Foto: Divulgação.

Na tarde de 25 de janeiro, uma barragem da mina Córrego do Feijão, da mineradora Vale, se rompeu em Brumadinho, Minas Gerais. A lama, com rejeitos de minério de ferro, atingiu diversos locais, como um refeitório da empresa (onde o almoço estava sendo servido), casas da área rural do município e uma pousada da região.

De acordo com relatos de moradores da área, no momento do rompimento, as sirenes de emergência, que deveriam avisar a comunidade sobre a necessidade de abandonar a região em caso de problemas, não tocaram.

Até o momento, 134 mortos foram localizados e retirados dos escombros – entre eles, 120 foram identificados. A lista de desaparecidos reúne 199 nomes. Outras 192 pessoas foram resgatadas com vida. Inúmeros bichos também perderam a vida.

A lama com rejeitos de minério de ferro invadiu diversos lugares da região. Foto: Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais/Divulgação.

De acordo com Fábio Schvartsman, presidente da Vale, vazaram, da barragem,12 milhões de metros cúbicos de rejeitos (vá até o fim da página para entender o que são os rejeitos) – cada metro cúbico equivale a mil litros. Cerca de três anos atrás, em novembro de 2015, o rompimento de outra barragem da Vale, em Mariana, fez com que 43,7 milhões de metros cúbicos vazassem (vá até o fim da página para relembrar o caso de Mariana).

As buscas por possíveis sobreviventes e corpos chegaram a ser interrompidas em 27 de janeiro por causa do risco de rompimento de uma barragem de água na região. Mas foram retomadas na manhã do dia 28.

Ajuda internacional

Cerca de 130 militares de Israel estão em Minas Gerais para ajudar nas buscas. O grupo também trouxe cães farejadores e equipamentos usados em submarinos para localizar pessoas em grandes profundidades – estima-se que algumas áreas atingidas pela lama possam estar a 15 metros de profundidade.

Avião com soldados israelenses desembarca no Brasil. Foto: Divulgação.

A tecnologia trazida por Israel também poderá ser útil para detectar sinais de aparelhos celulares que estejam ligados em meio aos escombros.

Reunião entre soldados israelenses e comandantes de operações de Brumadinho. Foto: Divulgação.

A previsão é de que as atividades de busca e resgate, na ação conjunta entre brasileiros e israelenses, dure cerca de uma semana, com possibilidade de prolongação do prazo.

O que acontece agora?

A Agência Nacional de Águas (ANA) disse estar monitorando a onda de rejeitos, que segue se deslocando. A expectativa é de que a lama chegue até a usina hidrelétrica de Retiro Baixo, na cidade mineira de Pompéu, depois de percorrer 310 quilômetros desde a barragem. Ali, ela deve ser retida. A qualidade da água do Rio Paraopeba, que abastece a região e foi atingido pela lama, também está sendo acompanhada.

Gabinete de crise montado em Brumadinho pelo governo federal. Foto: Divulgação.

Para garantir possíveis indenizações às vítimas e o pagamento por despesas ambientais, a Justiça bloqueou 11,8 bilhões de reais da Vale. Até agora, a empresa também recebeu duas multas: uma de 250 milhões de reais, aplicada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), e outra, dada pelo governo do estado, no valor de 99 milhões de reais.

O que é uma mineradora de ferro?

O minério de ferro é um material presente no dia a dia de todos. Ele é a matéria-prima do aço, usado na produção de ferramentas, máquinas, carros, na construção de edifícios e casas e até nos remédios.

Para extrair esse material da natureza, diversos equipamentos são usados em minas que contém minérios com ferro. Depois que o minério é retirado da mina, muita água é necessária para separá-lo de impurezas e da terra. Disso surge a lama com os rejeitos (ou seja, aquilo que não vai ser aproveitado), armazenada nas barragens. Foi esse material que vazou em Brumadinho e em Mariana – onde toneladas de peixes do Rio Doce morreram (a lama impediu a respiração dos animais).

A tragédia de Mariana

Em 5 de novembro de 2015, outro rompimento de barragem com rejeitos de minério de ferro deixou 19 mortos em Mariana, Minas Gerais. O problema aconteceu na barragem de Fundão, da mineradora Samarco, controlada pela Vale e pela BHP Billiton. A lama inundou casas no distrito de Bento Rodrigues e atingiu o Rio Doce. Diversas famílias tiveram que abandonar o local onde moravam. As empresas responsáveis respondem a processos na justiça pelas mortes e por crimes ambientais.

*Números sobre as vítimas da tragédia atualizados às 19h37 de 4 de fevereiro de 2019.

Fontes: Agência Brasil, Estadão, Estado de Minas, Folha de S.Paulo e G1.

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Comentários (6)

  • profjoca_059

    5 anos atrás

    Brumadinho, desculpe pela tragedia. Continuem lutando porque tudo vai se resolver. tenham fé e coragem. lutem porque tudo vai dar certo no final. Continuem acreditando. Contem com a gente. Assinado MANUELA E ANA LUIZA.

  • Mariana Crespo de Magalhães Chear

    5 anos atrás

    Bom dia meu nome é Mariana. Espero que tudo melhore por ai, também quero dizer que estou rezando por vocês. Fiquem com Deus Beijos de Mariana.

  • North Cache Middle School

    5 anos atrás

    YO

  • Giovana Giorni Amaral

    5 anos atrás

    pobres famílias que perderam os entes queridos :( é tão triste ... espero que mais pessoas e animais sejam encontrados com vida e que eles reencontrem com suas famílias e amigos

  • GISELE ARAUJO BARROS SOARES

    5 anos atrás

    Eu não sei oque se deve colocar nesses comentários mas vou colocar uma oração : Deus abençoe Brumadinho para que tudo fique bem e que os desaparecidos sejam encontrados e vivos

  • telma aparecida santana liberti

    5 anos atrás

    Deixo registrado meus sentimentos minha indignação com a falta de responsailidade desse mndo capitalista meu desejo de EMPATIA E MEUS PARABÉNS AO JORNAL JOCA COM ESSE TEXTO PERFEITO ESCLARECENDO SEUS PEQUENOS LEITORES. #jocasempre

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