O fato de os museus ao redor do mundo estarem fechados por causa da covid-19 não quer dizer que as pessoas não devam entrar em contato com toda a cultura e história que esses locais oferecem. Um bom jeito de fazer isso é acessar passeios virtuais — saiba mais no Joca 146. Mas você já parou para pensar em como é trabalhar em um museu?

Os repórteres mirins Cristina S., 12 anos, Lorena A., 10 anos, e Murilo M., 10 anos, conversaram com dois profissionais do MIS Experience, na cidade de São Paulo: Renata Yumi, gerente de gestão institucional e corporativa, e Diego Henrique de Souza Santos, que atua no setor educativo, atendendo o público da exposição Leonardo da Vinci – 500 Anos de um Gênio (suspensa, por enquanto, por causa da pandemia) — saiba mais sobre a mostra no Joca 141. Confira o bate-papo.

Como é o dia a dia de vocês no museu?
Renata: sou a responsável por cuidar de toda a parte de organização, de tudo o que vocês não veem dentro da exposição, na área dos bastidores.
Diego: eu sou do educativo, trabalho com atendimento ao público, produção de atividades e promoção de oficinas.

O que os inspirou a seguir essa área profissional?
Renata: o que de fato me motiva e me fez seguir toda essa trajetória é saber que eu estou realizando uma missão. Que o meu dia a dia, a minha profissão, está tocando a vida de outra pessoa, está trazendo algo novo e ajudando a transformar a vida de alguém.
Diego: desde muito cedo, eu descobri que gostava de gente e talvez, como vocação, lidaria com pessoas. Eu acredito muito no potencial da educação, acho que ela é o caminho para a transformação da sociedade.

De onde veio a ideia do MIS Experience?
Renata: o MIS Experience foi inaugurado no dia 2 de novembro de 2019, e a inspiração foi trazer algum diferencial para as exposições que já estavam disponíveis. Ele veio para complementar os bons projetos que o Museu da Imagem e do Som (MIS) já estava fazendo, mas com uma proposta diferente, como a sala de projeções para você mergulhar no mundo das artes com outro tipo de estímulo. Esta é a proposta: trazer exposições que estimulem outras partes sensoriais, não só o olhar e a audição.

De onde é a empresa que montou a exposição Leonardo da Vinci – 500 Anos de um Gênio?
Renata: a gente fez uma parceria com a Grande Exhibitions, uma empresa australiana. Eles fecharam uma parceria muito forte com o Museo Leonardo da Vinci, da Itália, e fizeram uma longa pesquisa, por dez anos, sobre a vida e obra do artista. Foram convidados, pelo museu, artesãos italianos para reconstruir todos os projetos que o Da Vinci havia pensado. A Grande Exhibitions é especialista em tecnologia e em novas formas de mostrar os projetos.

Em sua opinião, qual a melhor obra do Da Vinci?
Renata: que difícil! (risos). Não vou dizer qual é a melhor obra do Da Vinci a sua trajetória global, pois ele tem várias coisas. Mas quando eu visitei a exposição pela primeira vez, fiquei impressionada com o caráter de inventor que ele tinha. Como, naquela época, sem internet e coisas assim, ele conseguia ser tão inventivo e futurista.
Diego: uma obra que sempre me chama muito a atenção é A Cidade Ideal, porque a gente pode arriscar dizer que ele estava fazendo um planejamento de trabalho público, planejamento urbano. Gosto também do quadro São João Batista, acho que é uma representação afetiva do Leonardo — e o que a gente faz com afetividade faz bem.

Quanto tempo demora para fazer uma exposição?
Renata: depende muito. Para trazer toda a estrutura da nossa exposição foram cerca de três meses. Mas existem outras que levam até anos.

O trabalho de vocês é muito difícil?
Renata: acho que nada é muito difícil quando você faz com amor. Não existe um trabalho bem-feito que seja fácil. Sempre que você se propõe a realizar algo com cuidado e carinho, terá alguns desafios, mas, se você dispor de dedicação, terá paciência e perseverança para continuar.

#pracegover: Renata veste blusa preta com bolinhas brancas e usa óculos de grau. Diego usa camiseta preta com detalhes de plantas no bolso. Foto: jornal Joca.

“O que de fato me motiva (…) é saber que eu estou realizando uma missão. Que o meu dia a dia, a minha profissão, está (…) trazendo algo novo e ajudando a transformar a vida de alguém”, Renata Yumi

Esta matéria foi originalmente publicada na edição 148 do jornal Joca.

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