Felipe Sali, Helena Rinaldi, Joanna Cataldo e Maria Carolina Cristianini

Depois de ter fechado em março por causa da pandemia de covid-19, diversas escolas pelo país estão retomando algumas atividades presenciais (conforme decisões de governos locais ou instituições privadas, além da escolha dos pais de alguns estudantes). Por isso, o Joca perguntou para crianças e adolescentes como é viver esse novo momento. A seguir, confira depoimentos de jovens de todas as regiões brasileiras.

“Está sendo muito legal vir para a escola. Estava com muita saudade. E, mesmo tendo que obedecer ao distanciamento e seguir as normas do protocolo, é muito bom ter contato presencial com as professoras e meus amigos”, Laura Olivia, 3º ano C, Escola Crescimento (retornou atividades presenciais em 3 de agosto), São Luís (MA)

“Fiquei muito feliz com o retorno das aulas presenciais, pois estava com muita saudade dos meus amigos depois de tanto tempo em isolamento social. Eu me senti muito segura com o protocolo de prevenção, a escola tem feito um ótimo trabalho. Estamos aprendendo constantemente a ter cuidado com a nossa higiene.” Letícia G. C., 4º ano C, Escola Crescimento (retomou atividades presenciais em 3 de agosto), São Luís (MA)

“Voltei para a escola no dia 3 de novembro. Acho que voltar me deu uma sensação de alívio e de felicidade. Estou fazendo aulas de bem-estar* e reforço de matemática e português. Tudo está sendo bem seguro: todos usam máscara (é obrigatório você levar duas máscaras para trocar depois de um tempo), tem uma mesa de distância entre as pessoas… Acho que ninguém gosta muito de ficar de máscara e ter que ficar lavando a mão, passando álcool em gel. Mas, quando chegamos à escola, já estávamos acostumados a fazer essas coisas. Acho que com o tempo você se adapta. Estou achando legal voltar. Nós somos humanos, precisamos de contato com outras pessoas. Mesmo não podendo ficar perto, nós podemos conversar presencialmente com o professor e ver os amigos.” Alex S., 12 anos, Curitiba (PR)

*Alunos participam de atividades e dinâmicas que têm como objetivo ajudá-los a cuidar do aspecto psicológico.

“Voltei para a escola mais ou menos na metade de outubro. Eu estava com muita saudade dos meus amigos e do espaço da escola, que é bem gostoso, tem muitos lugares para brincar. Por causa da pandemia, a gente está usando máscara, não pode ficar cumprimentando os outros, tem que levar a própria garrafa de água… Eu prefiro mil vezes voltar para a escola do que ter aulas on-line. Ter aula virtual não é a mesma coisa do que ir para a escola. Em casa, você se distrai muito fácil. Às vezes, eu me distraía até com o mosquito que estava passando (risos). Na escola, não tem tantas coisas que podem fazer com que você se distraia, e o professor está vendo a sala toda, então ele pode chamar a sua atenção se você estiver distraído.” Marcelo, 11 anos, Colégio Brasil Canadá, São Paulo (SP)

“Nas aulas presenciais já estou aprendendo muito mais. On-line, eu até aprendia, mas era menos. Além disso, eu ficava muito tempo na tecnologia”, Alícia E., 8 anos | “Pude ver meus amigos de novo, mas não gosto de ficar longe da minha família. Eu estava muito protegida em casa e sempre passando álcool em gel. Mas o excesso de tecnologia começou a me fazer sentir muita coceira [substâncias presentes em aparelhos eletrônicos podem causar problemas de pele],” Sofia E., 8 anos – irmãs, voltaram para a escola em 19 de outubro, alunas do 3º ano, Colégio Sigma, Águas Claras (DF)

“As minhas aulas presenciais já começaram. As carteiras estão longe umas das outras, tenho que usar máscara e tem poucos alunos na escola.  Também tenho que lavar a mão com água e sabão e depois passar álcool em gel, além de trocar a máscara durante o dia. Eu não gostei muito das aulas on-line, não dá para aprender do mesmo jeito.” Beatriz B., 8 anos, voltou às aulas no dia 24 de setembro, 3º ano, Colégio Sigma, Águas Claras (DF)

“Na minha escola, tenho que tirar a temperatura quando entro, passar o álcool em gel, limpar a mochila e, depois, os pés. Quem não lava a mão lá fora tem que lavar dentro da sala. Eu prefiro aula presencial, porque dá para ver os amigos.” Laura B., 5 anos, infantil V, escola Arara Azul, Águas Claras (DF)

“No dia 27 de julho, voltamos às aulas com o ensino híbrido, em que cada sala foi dividida em dois grupos. Um dia um grupo ia para a escola presencialmente enquanto o outro ficava em casa, assistindo à aula ao vivo. No outro dia, trocava. Mesmo que eu vá poucas vezes por semana para a escola, fiquei muito feliz, porque pude ver meus professores, os funcionários e alguns amigos. Já estava com muita saudade de vê-los sem ser por computador. A volta às aulas presenciais teve muitas medidas e cuidados tomados pela escola para que pudéssemos ir com segurança, como o uso de máscaras e álcool em gel e o distanciamento dos alunos e professores dentro e fora da sala da aula. Quando chegamos à sala de aula, temos que higienizar as mãos e passar os sapatos por um tapete higienizado para limpar a sola. Apesar de todas as restrições, estou muito feliz por ver outras pessoas, porque, assim como os outros, também tive que ficar em casa. As aulas presenciais para mim ainda são a melhor forma, pois é mais fácil de se concentrar e prestar atenção.” Caio C., 15 anos, Manaus (AM)

Orientações do MEC
Confira alguns dos principais pontos de orientação para instituições de ensino que retomarem atividades presencias, de acordo com cartilha elaborada pelo Ministério da Educação (MEC):*

• Sempre que possível, manter portas e janelas abertas;
• Usar máscara (cobrindo boca e nariz);
• Evitar aperto de mão, beijos e abraços;
• Respeitar o distanciamento de ao menos 1,5 metro de outras pessoas;
• Não compartilhar objetos como copos, talheres e livros;
• Lavar as mãos com água e sabão ou usar álcool em gel 70%;
• Medir a temperatura de estudantes, professores e outros funcionários.

*Cada instituição deve levar em consideração as leis de seu município e/ou estado.

Fonte: Ministério da Educação.

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