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Jose Adolfo Condori, de 13 anos, é o criador do Banco Cooperativo del Estudiante Bartselana, instituição voltada para crianças e jovens. Foto: Divulgação

Por alunos do 3º ano do Colégio Pentágono — Unidade Morumbi (SP)

Jose Adolfo Condori, de 13 anos, é o criador do Banco Cooperativo del Estudiante Bartselana, instituição voltada para crianças e jovens.

“A principal vantagem é que no nosso banco a criança é o mais importante, damos a ela toda a atenção.” A frase é do peruano Jose Adolfo Condori, de 13 anos. Em 2012, ele resolveu criar o primeiro banco para crianças e jovens do mundo, o Banco Cooperativo del Estudiante Bartselana. Na instituição, os cadastrados aprendem a administrar o próprio dinheiro e realizar operações bancárias, como saques em caixas eletrônicos.

Com clientes que vão de 7 a 29 anos, o banco tem como objetivo ensinar educação financeira de forma prática e divertida. Além disso, o projeto estimula os jovens a aprender sobre empreendedorismo (quando uma pessoa cria o próprio negócio) e cuidar do meio ambiente.

Para abrir uma conta, por exemplo, é obrigatório que o interessado entregue para reciclagem, no mínimo, dois quilos de papel branco que não está mais sendo usado. Depois, a cada mês, os clientes devem encaminhar para coleta seletiva pelo menos um quilo de papel. O material funciona como uma “ecomoeda”: o cliente do banco vende o papel para centros de reciclagem e recebe o valor correspondente pela venda, depositado em sua conta bancária.

Para saber mais sobre a história e o funcionamento do banco, os alunos do 3º ano do Colégio Pentágono — Unidade Morumbi (SP) fizeram perguntas para Jose. Confira a seguir.

Como surgiu a ideia de criar um banco?

A ideia nasceu ao ver as crianças da minha cidade, Arequipa, no Peru, trabalhando ou mendigando em vez de estar na escola aprendendo; ao notar a grande quantidade de lixo jogado nas ruas e nos rios; e ao ver que meus amigos não tinham dinheiro para fazer cópias [das tarefas escolares] e comprar materiais de estudo.

Para uma criança, quais são as vantagens de ser um cliente do seu banco?

A principal vantagem é que no nosso banco a criança é o mais importante, damos a ela toda a atenção. Os clientes recebem treinamento em educação financeira e empreendedorismo gratuitamente. Além disso, a moeda para as operações financeiras são os resíduos sólidos, nossa “ecomoeda”.

Como você se sente sendo dono de um banco?

Na verdade, não me considero o dono do banco. Os donos são todas as crianças que fazem parte do projeto.

Você já encontrou dificuldades e pensou em desistir do banco?

Sim, pensei em desistir em 2017. Ao longo do ano de 2016, sofri bullying por parte de alguns colegas e professores que implicavam com o projeto do banco. Acho que eles tinham inveja das conquistas nacionais e internacionais que eu tinha alcançado com o projeto [saiba mais após a entrevista]. No fim, eu me dei conta de que, se desistisse, as crianças que tinham acreditado na minha ideia ficariam desapontadas. Além disso, ao ver os impactos positivos gerados pelo banco, percebi que não era conveniente deixá-lo. Por isso, até hoje, sigo existindo, crescendo a cada dia.

Você pensa em escrever um livro sobre a sua história?

Sim. Algumas pessoas já escreveram um livro sobre mim. Há, inclusive, documentários e um filme sobre a minha vida. Mas, sim, penso em escrever um livro por conta própria, contando a minha história.

Você tem planos de levar o banco para outros países?

Sim. O que me impede é a falta de recursos financeiros. Tenho demanda [pessoas interessadas] no mundo todo. Em 2020, devemos ter agências em todo o Peru e em alguns países como Bolívia, Chile, Equador, Colômbia e Brasil.

As crianças brasileiras vão poder abrir conta no seu banco?

A partir de 15 de novembro de 2019, sim. Estamos terminando o planejamento para tornar realidade o sonho de atender crianças de outros países.

Como você conseguiu convencer os adultos de que o seu banco iria funcionar?

Eu mostrei a eles que a ideia funcionava e apresentei os resultados do Banco del Estudiante. Os adultos pensam que nós, crianças, só servimos para estudar e brincar. Meu maior desafio foi superar a discriminação que os adultos tinham por causa da minha idade.

Qual é o conselho mais importante sobre educação financeira que você daria para as crianças?

Lutem por suas ideias e sejam corajosas para enfrentar as dificuldades. Acreditem nos seus sonhos e, ao executá-los, coloquem paixão no que estão fazendo.

Alguns dos prêmios conquistados por Jose Adolfo Condori

2019: Os 25 banqueiros mais inovadores das Américas e do Caribe — Fintechs Américas 2019 (Flórida, Estados Unidos).

2018: Mentes empresariais que transformam — Congresso da República do Peru.

2015: Inovação em inclusão financeira — CYFI – G20 (Londres, Inglaterra).

*Entrevista publicada originalmente na edição 141 do Joca.

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Comentários (3)

  • catty.strixino

    3 anos atrás

    # joca +entrevistas=incrivel

  • catty.strixino

    3 anos atrás

    Omg melhor entrevista de todas

  • Isadora

    3 anos atrás

    Muito boa a matéria, a entrevista é realmente interessante e a ideia é genial! Parabéns

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