Um tipo diferente de vaso sanitário, desenvolvido pela empresa inglesa Loowatt, vai ajudar a dar um destino limpo e seguro às fezes e à urina dos seres humanos. Além de usar pouca água, a privada, que começou a ser desenvolvida há oito anos, permite transformar os resíduos em combustível, energia elétrica e fertilizantes (produtos usados no crescimento das plantas). Um dos objetivos é que
Um tipo diferente de vaso sanitário, desenvolvido pela empresa inglesa Loowatt, vai ajudar a dar um destino limpo e seguro às fezes e à urina dos seres humanos. Além de usar pouca água, a privada, que começou a ser desenvolvida há oito anos, permite transformar os resíduos em combustível, energia elétrica e fertilizantes (produtos usados no crescimento das plantas).
Um dos objetivos é que pessoas que vivem em lugares sem acesso a saneamento básico ou que sofrem com falta de água possam usar o novo modelo de privada. Atualmente, 800 pessoas utilizam a tecnologia no Reino Unido, em Madagascar e nas Filipinas.
A iniciativa é apoiada pelo empresário Bill Gates (um dos fundadores da Microsoft) por meio da Fundação Bill & Melinda Gates, dos Estados Unidos. O vaso sanitário foi desenvolvido pela designer Virginia Gardiner, que também é fundadora da Loowatt.
Como funciona?
Diferentemente das privadas que conhecemos, a Loowatt não usa água o tempo todo. O líquido aparece apenas quando a descarga é acionada, para ajudar a empurrar os resíduos para um balde localizado abaixo do vaso sanitário.
Esse balde é levado para onde será feito o tratamento dos resíduos. Ele contém um filme plástico biodegradável, que fica fechado para evitar doenças e mau cheiro.
No centro de tratamento, os resíduos passam por um aparelho chamado digestor anaeróbico, em que microrganismos transformam xixi e cocô em biogás (combustível renovável feito de matéria orgânica que pode ser usado em fogões e motores), fertilizantes e energia elétrica.
Qual é a importância?
A maioria dos banheiros é ligada ao sistema de tratamento de água e esgoto das cidades, no qual a água com fezes e urina é tratada até ficar limpa (saiba mais na edição 117 do Joca). Mas 62,5% da população mundial não tem acesso a esse sistema, o que provoca contaminação da água, dos alimentos e espalha doenças.
Ao dar um destino diferente aos resíduos humanos, a nova privada evita a contaminação do meio ambiente e o gasto de água, além de permitir o uso e a venda dos produtos finais. “Banheiros que não necessitam de esgoto são o futuro do saneamento urbano em muitas partes do mundo”, disse a criadora do projeto ao site Dezeen. “É o futuro, mas também está acontecendo agora”, completa ela.
Números
– 6 a cada 10 pessoas no mundo não têm banheiro em casa.
– Uma a cada três escolas pelo mundo não oferece banheiros limpos ou seguros.
– 2 milhões de mortes por ano no planeta são provocadas por doenças causadas pela falta de saneamento.
– Até 2030, metade da população mundial estará vivendo em lugares com falta de água.
Fontes: Dezeen, Loowatt, Época Negócios, ONU e Exame.
Esta matéria foi originalmente publicada na edição 135 do jornal Joca.
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