Pesquisadores alteraram nome científico racista de mais de 200 espécies
No dia 18 de julho, pesquisadores de vários países decidiram retirar um nome científico racista dado no passado a mais de 200 espécies de plantas, algas e fungos. A resolução veio em uma votação durante o Congresso Botânico Internacional, realizado na cidade de Madri, capital da Espanha.
Que nome é esse? A palavra racista que se tornou alvo de debates foi caffra, termo que, em árabe, inicialmente estava relacionado a quem não era muçulmano, mas que, com o tempo, foi ganhando um sentido preconceituoso para se referir a pessoas pretas escravizadas na África. Esse vocábulo estava presente na denominação de 218 espécies de plantas, 13 de algas e 70 de fungos. Com a nova regra, a letra “c” será retirada do nome, e os seres vivos que haviam ganhado esse termo agora passam a ser conhecidos como affra. Por exemplo, a árvore Erythrina caffra se tornou Erythrina affra.
A proposta da mudança foi feita por especialistas em plantas da Universidade Nelson Mandela, na África do Sul. No congresso, 351 cientistas votaram a favor da retirada do termo, enquanto 205 se opuseram à ideia. No mesmo encontro também ficou decidido que, a partir de 2026, nomes com teor preconceituoso dados a um ser vivo poderão ser rejeitados pelo comitê internacional que avalia a nomenclatura dada às novas espécies.
FONTES: REVISTA GALILEU, NEXO E THE GUARDIAN.
Esta matéria foi originalmente publicada na edição 227 do jornal Joca.
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