Nascido na cidade de Santos, litoral de São Paulo, em 1942, o escritor Pedro Bandeira precisou trilhar outros caminhos antes de se tornar autor de livros para jovens e crianças. Ele foi ator, jornalista, criou cenários para peças de teatro… Até que, em 1983, decidiu se dedicar totalmente à elaboração de histórias que já fizeram parte da infância e juventude de algumas gerações. Desde então, já foram mais de cem livros publicados e 20 milhões de cópias vendidas.

Em entrevista ao repórter mirim Lucas K. M. V., de 11 anos, Pedro Bandeira relembra essa trajetória e conta mais sobre a vida de escritor e sua inspiração para tantos personagens. Confira.

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#pracegover: o escritor Pedro Bandeira, de camisa branca e calça jeans, está à esquerda. Lucas K. M. V., de calça jeans e camiseta preta, está direita. Ele segura a mascote do Joca, um mico-leão-dourado. Ao fundo, um sofá preto. Foto: jornal Joca.

Como você percebeu que queria ser escritor?
Eu sempre vivi de escrever. Desde muito jovem, eu trabalhava como jornalista, uma profissão em que a pessoa vive de escrever. Então, desde os 20 anos, eu escrevia, mas nunca o que queria, e sim o que o chefe de reportagem mandava. Bem mais tarde, eu comecei a trabalhar em uma editora grande, em revistas de todos os tipos, inclusive infantis. Passei a escrever muitas histórias infantis para essas revistas, mas eram revistas de banca de jornal, com novas edições a cada mês. Por isso, resolvi fazer um livro só meu, acabei gostando muito e não parei mais. Larguei o  jornalismo e virei escritor.

Qual era o seu livro preferido na infância?
Acho que era Reinações de Narizinho, do Monteiro Lobato.

De onde você tira a inspiração para escrever os livros?
De vocês, jovens e crianças. Eu observo e estudo vocês para saber o que pensam, sonham, quais são suas esperanças, seus medos, raivas, carinhos… Daí saem as ideias, porque quero que vocês gostem do que eu escrevo.

O que você sentiu quando escreveu seu primeiro livro?
Fiquei muito contente, foi como ter meu primeiro filho. Tenho três filhos e um monte de netos, mas, sempre que sai um livro, parece que é um novo filho.

Existe algum livro que você escreveu e nunca publicou?
Um escritor sempre tem muitas ideias, mas nem sempre elas vão para a frente. Às vezes, elas parecem boas, mas ficam guardadas no computador. Quando chego à metade, ou mesmo no começo, acontece de eu ver que não está legal. Aí, só quando ela fica bem boa, o livro fica pronto.

O que você pode dizer para as crianças e jovens de hoje que sonham em ser escritores?
Para qualquer profissão que for seguir, você precisa treinar bastante. Se quiser ser um jogador de futebol, tem que treinar muito. Se quiser ser um químico, precisa estudar bastante. Então, para ser escritor, você tem que fazer tudo ligado à língua portuguesa, ler mais do que 99% da humanidade e escrever o tempo todo. Toda história que você tiver, coloque no papel. Se estiver triste ou com raiva, ponha isso no papel. Assim, você vai dominar a língua portuguesa com as emoções.

O que você diria para todos que te ajudaram nesse caminho?
A humanidade toda me ajudou. Tudo o que acontece na sua vida, todos os autores que você lê e todas as pessoas que foram colaborando para você ser o que quiser… Não só o seu pai e sua mãe, e sim todo mundo que te cerca, como seus professores, colegas… Até as coisas que dão errado na vida ajudam a amadurecer e chegar à idade adulta compreendendo melhor o mundo. Muitas vezes, aquilo que você não compreendeu — e quer compartilhar essa dúvida com a humanidade — pode ser uma ideia para um texto. Qualquer que seja a profissão que você tiver escolhido, fique de olhos e ouvidos abertos. Nunca se feche para a opinião dos outros, a gente sempre tem o que aprender.

Alguns dos principais livros de Pedro Bandeira:

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#pracegover: o escritor Pedro Bandeira usa camisa branca. Ele tem cabelos grisalhos e usa bigode. Foto: jornal Joca.

• O Fantástico Mistério de Feiurinha
• A Droga da Obediência
• O Dinossauro Que Fazia Au-Au
• O Mistério da Fábrica de Livros

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#pracegover: a capa do livro O Fantástico Mistério de Feiurinha traz as cores amarelo e rosa de fundo. Ao centro, é possível ver dois personagens lendo livros, com uma estante ao fundo. Imagem: divulgação.

Esta matéria foi originalmente publicada na edição 143 do jornal Joca

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Comentários (3)

  • Confira os vencedores do Prêmio Jabuti 2023 - Jornal Joca

    4 meses atrás

    […] do Brasil. Em 2023, o escolhido como “Personalidade Literária Brasileira” foi Pedro Bandeira, autor de famosos livros infantojuvenis como O Fantástico Mistério de Feiurinha, A Marca de uma […]

  • Yasmin

    3 anos atrás

    Que legal!!!!! Gosto muito de historias e ja li essa historia do O FANTASTICO MISTERIO DA FEIURINHA

  • FELIPE

    4 anos atrás

    EU VIM DO BALAO VERMELHO

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