Desde 2020, a geleira A23a tem se locomovido com maior velocidade
Em 25 de novembro, o Copernicus — observatório do Programa Espacial da União Europeia — divulgou imagens do maior iceberg do mundo, o A23a, locomovendo-se à deriva no norte da Antártida. A geleira tem cerca de 4 mil quilômetros quadrados (km²) de área, mais do que duas vezes a cidade de São Paulo (1.521 km²), e se desprendeu da costa da Antártida pela primeira vez em 1986. Ficou boa parte das últimas décadas presa no Mar de Weddel, porém, desde 2020, tem se locomovido com mais frequência.
Naturalmente, grandes massas de gelo que se desprendem da Antártida derretem gradualmente, facilitando assim a locomoção em direção aos demais continentes. Especialistas, no entanto, estudam que há uma chance do A23a se dirigir rumo ao Oceano Atlântico Sul, passando pela Ilha Geórgia do Sul, podendo afetar, desse modo, a vida de animais como focas e pinguins que vivem na região.
Para monitorar essa e outras geleiras, o Centro Britânico de Pesquisas Sobre a Antártida (BAS, na sigla inglesa) divulgou, no dia 24, o desenvolvimento de uma ferramenta de inteligência artificial capaz de detectar automaticamente o movimento de icebergs. “Este é o primeiro passo para que os cientistas sejam capazes de acompanhar o ciclo de vida completo da maioria dos icebergs na Antártida a partir de dados de satélite”, complementou a instituição em publicação no X (antigo Twitter).
From space you can see that #iceberg #A23a is on the move again… pic.twitter.com/JlY91PwIhc
— Hautes latitudes ❄ (@HautesLat) November 24, 2023
É um grande pedaço de gelo que, depois de se desprender de uma geleira, fica flutuando no oceano. Milhares de icebergs se formam a cada ano no Ártico e na Antártida. Eles são enormes, mas a maior parte de seu tamanho fica escondida debaixo d’água. Isso é perigoso para embarcações, que podem se chocar contra o gelo. O navio Titanic, por exemplo, naufragou após bater em um iceberg, em 1912. Para evitar acidentes, satélites e a Patrulha Internacional do Gelo monitoram icebergs.
Esses pedaços imensos de gelo também têm um lado positivo: icebergs liberam água rica em nutrientes, que alimentam o krill, crustáceo que serve de comida para animais como baleias e pinguins. As fendas dos blocos de gelo também se tornam abrigo para peixes.
Fontes: Copernicus, BAS, BBC, O Globo, Hautes, Tempo, Observatório do Terceiro Setor, Fox e The Guardian.
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