Moradores e trabalhadores locais protestam contra governo, que cedeu a uma empresa privada o serviço de venda de ingressos
Moradores, comerciantes e demais trabalhadores de Machu Picchu, cidadela histórica localizada no Peru, entraram em greve em 25 de janeiro, com comércio fechado e vias bloqueadas. A paralisação é um protesto contra o Ministério da Cultura do país, que cedeu à Joinnus, uma empresa de iniciativa privada, o direito de vender on-line os ingressos para o ponto turístico desde o dia 20.
Os manifestantes temem que, ao ter a venda de ingressos gerenciada por uma empresa privada, e não pelo governo, Machu Picchu entre em um processo de privatização (venda de uma companhia ou local público a uma iniciativa privada). A ministra da Cultura peruana, Leslie Urteaga, diz, no entanto, que Machu Picchu jamais será privatizada e que a contratação da Joinnus para venda digital de ingressos foi feita de maneira legal. “Sempre esclarecemos e especificamos que não há privatização”, disse a ministra.
“Essa plataforma busca oferecer mais segurança, transparência e objetividade na aquisição de ingressos”,
declarou Urteaga em 15 de dezembro.
Já em 27 de janeiro, o Ministério da Cultura afirmou que estava trabalhando para ter uma plataforma gerenciada pelo próprio Estado peruano nos próximos meses. “Estamos convocando especialistas para ter essa plataforma dentro de alguns meses. O que quero descartar é que a venda de ingressos esteja sendo privatizada. Machu Picchu pertence a todos os peruanos”, disse a ministra em nota.
Além da venda on-line, feita pelo site tuboleto.cultura.pe, a ministra informou que os ingressos presenciais continuarão sendo comercializados em Machu Picchu. Em comunicado à imprensa, o governo peruano também declarou que a Joinnus abriu mão, por seis meses, de cobrar comissão (taxa sobre um produto destinada a quem realizou a venda) sobre os ingressos.
A antiga capital dos incas — civilização que viveu aproximadamente entre 3000 a.C. e 1500 d.C. — preserva evidências de como era a vida desse povo naquele local.
O lugar foi descoberto, em 1911, por um explorador dos Estados Unidos, depois de ficar quase 400 anos escondido na mata, quando só era conhecido por cidadãos locais.
Considerada Patrimônio da Humanidade pela Organização das Nações Unidas Para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), Machu Picchu é a principal atração turística do Peru, sendo visitada por cerca de 1,5 milhão de pessoas por ano.
Fontes: Gobierno (Peru), Joinnus, Ministerio de Cultura e G1.
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legal, né
super interesante
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