Crédito de imagem: Klaus Vedfelt/Getty Images/reprodução

Foi publicada, em 8 de março, a pesquisa “Juventudes fora da escola”, que reúne dados sobre a realidade de jovens brasileiros entre 15 e 29 anos que não estão matriculados em escolas nem concluíram a educação básica (que engloba a educação infantil, o ensino fundamental e o médio). Em 2022, enquadravam-se nessa situação cerca de 9,8 milhões de pessoas — o equivalente a 19,9% da população dessa faixa etária. Segundo a pesquisa, 73% desses jovens pretendem retornar e finalizar os estudos em algum momento.

“O projeto se propõe a retratar as diversas realidades dessas juventudes, examinando os motivos que as afastaram da escola. Além disso, procura investigar o potencial de diferentes políticas públicas e outras iniciativas para reverter esse cenário,”

explicam os organizadores do relatório na introdução do documento.

De acordo com a pesquisa, os 27% que não têm interesse de completar o ensino básico apresentam diferentes motivos para tal escolha, como: precisar trabalhar (27%); ter que cuidar da família (17%); não ter paciência para estudar (16%); e não ter vontade ou não ver necessidade no momento (16%).

Além disso, o estudo ressaltou que, entre os 9,8 milhões de jovens fora da educação básica, 58% são homens; 70%, negros; 86% não têm mais idade para frequentar o ensino regular; e seis a cada dez têm filhos — apenas entre as mulheres, o número sobe para oito a cada dez jovens.

“O fato de haver mais de 9 milhões de jovens entre 15 e 29 anos que não frequentam a escola e não concluíram a educação básica revela uma preocupante ‘tolerância’ da sociedade brasileira em relação à exclusão educacional dos mais vulneráveis (…). Diante do custo social e econômico avassalador tanto para os jovens quanto para o país, torna-se essencial transformar essa tolerância em ação concreta: todos os setores da sociedade precisam unir esforços para viabilizar o retorno e a conclusão da educação básica para esses jovens”,

declara Rosalina Soares, assessora de pesquisa e avaliação da Fundação Roberto Marinho, em nota.

A pesquisa foi feita pela Fundação Roberto Marinho em parceria com o Itaú Educação e Trabalho e colaboração técnica do Instituto Datafolha, da Conhecimento Social — Estratégia e Gestão e da Rede Conhecimento Social. Foram entrevistados 1.643 jovens que não estavam estudando nem tinham terminado a educação básica, em mais de 200 municípios, das 27 unidades federativas do Brasil. Você pode encontrar e baixar o estudo completo no link: “Juventudes fora da escola”.

Fontes: Fundação Roberto Marinho, Itaú Educação e Trabalho, Futura e Agência Brasil.

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