Por Maria Carolina Cristianini

Ao lado de 125 jovens e crianças dos Estados Unidos e do Canadá, 12 brasileiros participaram, no dia 25 de março, do National Children’s Festival Chorus (festival de coral infantil), no Carnegie Hall, em Nova York (Estados Unidos). Neste ano, o tema do espetáculo foi a paz.

“Conheci o maestro Henry Leck, o mesmo que rege o festival nova- -iorquino, em 2008, em um festival no Brasil. Em 2017, entrei em contato com ele e a produtora do evento para estar no Carnegie Hall. Deu certo na edição de 2019”, conta Daisy Fragoso, musicista e educadora musical da escola See-Saw (SP), em que os 12 jovens brasileiros estudam.

Um deles é Gabriel F., de 10 anos. Em entrevista ao Joca, ele relembrou as 12 horas de ensaios com o maestro Leck, durante três dias em Nova York. “Os ensaios foram acontecendo de forma crescente, tudo em inglês. Teve também passagem de som no Carnegie Hall antes da apresentação. E aí a gente cantou. Foi maravilhoso”, conta.

O grupo de 137 vozes apresentou seis canções, incluindo o chorinho chamado “De Prosa Com o Passarim”, composto por Daisy Fragoso.

#pracegover: no alto, a musicista Daisy Fragoso (ela usa um lenço na cabeça e roupa preta e cinza), o maestro Henry Leck (ele usa óculos, tem bigodes e veste camisa branca com uma blusa de frio preta) e João Paulo Pissarro (educador
musical da See-Saw, que usa camisa xadrez em tons de marrom e bege, além de um crachá); abaixo, da esquerda para a direita: Rodrigo C. (usa casaco de frio preto, gorro e está com a mão no bolso), Maria Victoria M (usa gorro cinza com detalhes em rosa, casaco de frio e camiseta branca)., Pedro L. (usa paletó preto, camisa branca e gravata-borboleta amarela), Gabriel F. (usa casaco de frio preto e branco, paletó preto, camisa branca e gravata-borboleta amarela, além de um crachá), no dia da apresentação, na entrada do Carnegie Hall; e Rafaela B. (usa casaco de frio preto e tem uma gola rosa por baixo). Imagens: arquivo pessoal.

A apresentação
Um dos momentos mais impressionantes, de acordo com Gabriel, foi perceber a qualidade de som do Carnegie Hall. “Lá, você sente o eco, escuta de volta a própria voz”, afirma ele. “Além disso, a mistura de todas as vozes ficou muito legal. Nada deu errado.”

Se para Gabriel o momento nunca será esquecido, a sensação não é diferente para Daisy. “Nunca imaginei que fosse tocar numa sala como o Carnegie Hall e ter os meus alunos juntos nisso. Foi uma experiência para o grupo todo”, conclui ela.

Carnegie Hall
É uma das salas de concerto mais famosas do mundo, fundada em 1891. Já recebeu alguns dos nomes mais importantes da música e é conhecida pela excelente acústica, ou seja, a qualidade de propagação do som produzido ali. Até os Beatles já tocaram por lá, em 1964. Brasileiros também marcaram presença, como Caetano Veloso e Gal Costa.

#pracegover: a imagem é uma foto antiga, em tom de sépia, da fachada do Carnegie Hall. Imagem: Getty Images.

Quem é Henry Leck?
Maestro reconhecido internacionalmente e especializado em vozes infantis, é o fundador do Indianapolis Children’s Choir (EUA), um dos maiores e mais respeitados corais infantis do mundo.

Mais sobre a experiência no Carnegie Hall

“Fiquei com muito frio na barriga na hora da apresentação e não tenho palavras para descrever a sensação na hora que acabou. Quando a gente canta junto, é música com amigos. E a gente pode levar isso para outras pessoas”, Maria Victoria M. M., 10 anos

“Na hora da apresentação, eu estava um pouco envergonhado. Aí, fiquei prestando atenção ao maestro e deu tudo certo. Com o grupo, consigo expressar meus sentimentos”, Rodrigo K. C., 12 anos

“Eu achei que o maestro seria sério, mas ele era muito divertido. Além disso, o fato de ter cantado no Carnegie Hall deixa meu currículo melhor se, no futuro, eu quiser estudar em alguma faculdade de música ou me apresentar em outros lugares”, Pedro H. M. H. L., 10 anos

“Eu fiquei empolgada por cantar no Carnegie Hall. Começamos a ensaiar em setembro e a parte mais difícil era não desafinar. Na apresentação, foi incrível ver tanta gente para nos assistir”, Rafaela A. S. B., 10 anos

Crédito: arquivo pessoal/Michel Stoupak_NurPhoto via Getty Images; titoslack_GettyImages.

Reportagem publicada originalmente na edição 130 do jornal Joca.

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