Versão estendida de reportagem publicada na edição 203 do Joca
Recentemente, nomes importantes do setor da tecnologia assinaram uma carta aberta pedindo que o desenvolvimento de ferramentas que usam Inteligência Artificial (IA) dê uma pausa de, ao menos, seis meses. A carta foi publicada, em 22 de março, pelo instituto Future of Life, centro de pesquisas dos Estados Unidos.
O objetivo principal do documento é interromper, por determinado período, as pesquisas que envolvem IAs mais avançadas do que o sistema do ChatGPT-4. A ideia é promover um desenvolvimento que traga menos riscos, com políticas e estruturas mais seguras. “Muitos críticos já falam desse impacto da Inteligência Artificial na nossa vida e que é necessário trabalhar com alguns mecanismos de regulação”, comenta Andréa Konzen, coordenadora de projetos da Foreducation EdTech (empresa que promove o uso de tecnologias digitais nas escolas) e especialista em IA.
“Será que a gente não tem que voltar mais o olhar para a questão da regulação, da governança, trabalhar mais sobre a questão da responsabilidade e da ética no desenvolvimento e disponibilização desses temas?”,
questiona Andréa.
O uso dessa tecnologia tem sido muito discutido, pois nem as principais empresas do ramo entendem completamente até onde esses sistemas podem chegar. A Itália, por exemplo, baniu temporariamente o ChatGPT por alguns receios, como o de que a ferramenta possa coletar dados dos cidadãos (como informações de pagamento). Já a desenvolvedora do Midjourney (IA geradora de imagens) restringiu a utilização do recurso após uma série de imagens falsas ter sido criada, como uma em que o papa Francisco veste um casaco de frio.
“Todas as tecnologias, quando surgem, estimulam nossa imaginação. Com os computadores houve todo tipo de receio. Na minha opinião, o maior risco envolvendo a IA é a ameaça à privacidade de dados. Não vejo o risco de ela se tornar autônoma e nós perdermos o controle”, afirma o doutor Anderson Soares, coordenador do curso de IA da Universidade Federal de Goiás (UFG).
Além das IAs, há debates sobre as redes sociais. Uma das preocupações é o modo como menores de idade são afetados por elas.
No estado norte-americano de Utah, novas leis foram criadas para restringir o uso das redes sociais por menores de idade. Elas começam a valer em março de 2024 e querem diminuir as taxas de ansiedade e depressão nos jovens, além de protegê-los, por exemplo, do acesso excessivo a propagandas.
Pelo novo regulamento, as redes sociais devem lançar estruturas voltadas apenas para essa faixa etária, priorizando, entre outras coisas: o controle dos pais sobre os perfis dos filhos; banir artigos publicitários; e impedir que desconhecidos entrem em contato com menores de idade.
Para Marcelo Lopes, diretor pedagógico e cofundador da Foreducation EdTech, é importante entender que a tecnologia não é uma vilã, e sim uma ferramenta que pode ser usada para o bem da sociedade ou para os interesses de quem a criou.
No Brasil, os parlamentares (deputados e senadores) estão discutindo uma regulamentação das redes sociais no país para que se tornem espaços mais seguros.
“A regulamentação das plataformas é um tema polêmico, mas devemos considerar as leis já existentes, como o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), e garantir o bem-estar, a segurança e a privacidade dos jovens, além de protegê-los de propagandas e algoritmos (sequências de orientações que usam dados pessoais para personalizar o que é mostrado a cada usuário)”,
conclui Marcelo.
Fontes: Agência Brasil, Exame, Folha de S.Paulo, Future of Life, Garante Privacy e Social Media Utah.
“Eu penso que a medida adotada foi positiva, pois ajuda a reduzir o uso de mídias sociais por crianças e adolescentes. Isso pode ajudar a diminuir taxas de depressão, problemas de saúde mental, vício e melhorar o desempenho da criança na escola.” Maitê R. B., 9 anos, Vitória (ES) Fonte: JORNAL JOCA https://www.jornaljoca.com.br/inteligencia-artificial-e-redes-sociais-geram-debates-sobre-seguranca/
“Eu penso que a medida adotada foi positiva, pois ajuda a reduzir o uso de mídias sociais por crianças e adolescentes. Isso pode ajudar a diminuir taxas de depressão, problemas de saúde mental, vício e melhorar o desempenho da criança na escola.” Maitê R. B., 9 anos, Vitória (ES) Fonte: JORNAL JOCA https://www.jornaljoca.com.br/inteligencia-artificial-e-redes-sociais-geram-debates-sobre-seguranca/
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