O projeto foi apresentado pelos jovens em uma competição da escola em que estudam e premiado na categoria ensino fundamental, em outubro
Os alunos Lucas Y., Matheus O. e Rafael A., todos de 13 anos e estudantes do Colégio Vital Brazil, em São Paulo, criaram um aparelho que transforma textos do português para o braille — o principal sistema de escrita usado por pessoas que possuem deficiência visual. Esse sistema é formado por bolinhas em relevo que criam palavras, números e símbolos reconhecidos a partir do tato. O projeto foi apresentado pelos jovens em uma competição da escola e premiado na categoria ensino fundamental, em outubro.
Para transformar textos (escritos em computadores) do português para o braille, o aparelho dispõe de um programa específico que recebe comandos em um sistema chamado Código Morse. Após ser registradas nesse código, as palavras são traduzidas por 12 pinos, que sobem e descem formando as frases em braille em relevo. Além disso, o invento produz uma versão do texto em áudio.
Mais acessibilidade
A ideia surgiu quando os três estudantes perceberam que muitos livros não têm adaptações para o braille e que os que têm costumam ser caros. “Pensei em uma forma de levar a leitura até as pessoas com deficiência visual para elas não ficarem limitadas somente às obras feitas com adaptação ao braille”, conta Matheus, um dos criadores.
O projeto ainda está em fase de testes, mas, de acordo com Matheus, a ideia é que o conversor seja oferecido em escolas e bibliotecas para contribuir para a alfabetização e a leitura de quem possui deficiência visual. “Nós já temos pessoas que vão testar se os pinos estão no tamanho ideal”, explica. O material também ficará disponível para que crianças com deficiência visual e seus pais possam fazer testes.
Glossário
Código Morse: é um sistema em que cada letra, número ou símbolo é representado por uma sequência de traços, pontos e espaços. Ele foi criado em 1835, nos Estados Unidos, para facilitar a comunicação a distância e utilizava um aparelho chamado telégrafo para transmiti r os códigos.
Esta matéria foi originalmente publicada na edição 143 do jornal Joca.
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