Crédito de imagem: lan Domingues e Luisa Simetti

É por intermédio da família e da escola que as crianças crescem, desenvolvem-se, estabelecem relacionamentos e aprendem. A primeira traz as referências iniciais de valores e visão de mundo. A segunda expande e conecta o contexto já existente da família com novos saberes e perspectivas. A troca entre escola e família é uma relação contínua e indispensável para o desenvolvimento e bem-estar da criança e, por isso, precisa ser cuidada e incentivada.  

Na escola Villare, localizada no município de São Caetano do Sul (SP), a ponte entre família e escola é reforçada pelo Museu Temporário de Brinquedos e Brincadeiras, que existe há mais de dez anos. Trata-se de uma exposição de registros de brincadeiras e brinquedos antigos, suas regras e como funcionavam. Os estudantes pesquisam com os familiares: que brinquedos eles tinham? Como eram as brincadeiras quando eram crianças? A partir dessas conversas, os alunos catalogam as informações e elaboram o material da exposição.

Crédito de imagem: lan Domingues e Luisa Simetti

“Esse projeto nasce da coleta de relatos das famílias, fazendo com que a criança se reconheça como sujeito histórico a partir da própria história. Começamos com a coleta de relatos, em que as famílias trazem uma narrativa de como era o brincar na infância. A partir daí, as professoras apresentam contextos para que os estudantes tenham essa visão do que, ao longo do tempo, permanece e se modifica”, conta Tatiana Lima, coordenadora pedagógica do ensino fundamental I da Villare.

“Eu me senti muito feliz em ver os brinquedos antigos. Lá tinha uma boneca que era da minha mãe e era muito especial. Fazer esse projeto com minha família foi muito legal, minha família me ajudou com a pesquisa dos brinquedos”, conta Ayla B., de 6 anos.

Neste ano, a exposição está sendo realizada, desde o dia 26 de outubro, no Espaço do Forno, local histórico da Fundação Pró-Memória de São Caetano do Sul. A mostra recebe visitas até 9 de novembro.

Plantas, caderno de vida e cinema em família

Na Escola Carlitos, em São Paulo (SP), diferentes atividades estimulam as trocas entre a família e os aprendizados escolares. Em uma parceria com a empresa Musa, a escola neutraliza sua emissão de carbono com o reúso de resíduos de descarte. Todos os alunos recebem o material orgânico gerado pelo projeto e, em casa, plantam novas sementes, acompanhando o processo de perto com os pais.

Além disso, para os anos infantis, o “Caderno de Vida” é um meio de criação que também fortalece o caminho entre os responsáveis e a escola. Como os estudantes ainda estão no processo de alfabetização, os pais registram, principalmente com imagens, atividades realizadas pelas crianças em casas, incluindo passeios e experiências. Na escola, os professores fazem o mesmo e, depois, as histórias de todos são ouvidas em uma roda de conversa. 

Outra frente de ação é o Currículo de Cinema, promovido pela instituição. Todo ano, um diretor de cinema é escolhido (em 2024, foi Hayao Miyazaki, um dos fundadores do Studio Ghibli), com seus filmes sendo exibidos em sessões na escola. Os alunos levam para casa a tarefa de assistir às obras com os pais e trazer suas percepções para a sala de aula. 

De acordo com a escola, o objetivo é formar agentes transformadores da sociedade e, por isso, é preciso que as crianças entendam que o que é feito no âmbito escolar tem uma aplicabilidade fora dali, para que possam olhar o mundo de forma crítica e reflexiva.

Glossário: 

Carbono: elemento químico emitido por veículos que usam combustíveis fósseis (materiais produzidos por meio da decomposição de seres vivos, capazes de gerar energia), como carros e motos. Além disso, todas as atividades humanas emitem dióxido de carbono (CO2).

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