Helena Rinaldi

Júlia M., 9 anos, começou a se interessar por futebol quando colegas da escola combinaram que os meninos iriam dividir o tempo de quadra no recreio com elas, em 2019. “As meninas nunca tinham usado o campo de futebol porque os meninos não deixavam. Mas algumas alunas conseguiram fazer um combinado, e a gente passou a poder jogar às terças-feiras”, diz.

No entanto, logo depois, as aulas presenciais da escola de Júlia, na cidade de São Paulo, foram suspensas por causa da pandemia. “Por isso, comecei a fazer aulas particulares de futebol com um professor no prédio dos meus avós. Tive que parar porque a escola voltou presencialmente, mas eu gostava muito”, conta Júlia (o esporte já foi liberado novamente na escola dela).

Já a pernambucana Larissa S., 11 anos, joga no Agrestina Futebol Clube, mas está afastada das quadras porque os treinos estão suspensos na cidade dela, Recife. Mesmo assim, ela não deixa de acompanhar o esporte. “Eu fico muito feliz em pensar que um dia vou estar jogando como as jogadoras a que eu assisto. O Brasil precisa ver mais as meninas jogando, porque elas têm muito talento”, afirma.

O que diz a especialista?
“É muito importante apresentar os esportes para as crianças ou adolescentes desde cedo — sejam meninas ou meninos. Com o futebol, que é uma paixão nacional, isso não deve se limitar aos garotos. Quando eu apresento uma modalidade, sei que a criança precisa vivenciar o esporte e ver se gosta, porque, de outra forma, não tem como ela saber disso.” Fabya Santos, profissional de educação física e fundadora da escola de iniciação e base de futebol Agrestina Futebol Clube, no Recife (PE)

Esta matéria foi originalmente publicada na edição 170 do jornal Joca.

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