Brasil se torna pentacampeão paralímpico no futebol de cinco

Seleção brasileira de futebol de cinco nunca perdeu uma partida em paralimpíadas. Foto: Ale Cabral/CPB

O Brasil confirmou o favoritismo no futebol de cinco e conquistou o ouro na modalidade. Na final, o time venceu a Argentina por 1 a 0 e faturou a quinta medalha dourada. Nonato fez o gol que garantiu a vitória.

O futebol de cinco estreou em paralimpíadas em Atenas, no ano de 2004. Desde então, o Brasil nunca perdeu uma única partida nos Jogos Paralímpicos, o que faz com que o país seja considerado o melhor da história da modalidade.

O que é o futebol de cinco?

Esporte voltado para atletas com deficiência visual. Cada time é formado por cinco jogadores: quatro de linha e um goleiro (o único da equipe que não tem problemas de visão).

Para que os atletas saibam onde a bola está, dentro dela há um guizo, que faz barulho conforme ela se movimenta. Como esse som é muito importante para os jogadores, as partidas da modalidade costumam ser silenciosas. A torcida, por exemplo, só tem direito de fazer barulho quando um dos times marca um gol.

Outro aspecto importante são as faixas usadas nos olhos dos atletas. Como cada pessoa tem um grau de deficiência visual diferente (alguns enxergam mais, outros, menos), os jogadores precisam usar vendas, para garantir que não seja possível ver algo e todos joguem em condições iguais.

Decisão polêmica de júri faz com que atleta brasileiro perca medalha de ouro

Duas marcas de Thiago Paulino foram desclassificadas após revisão feita pelo júri. Foto: Miriam Jeske/CPB

Atleta do Brasil, Thiago Paulino, do arremesso de peso classe F57 (atletas com deficiências nas pernas), fez um protesto ao subir ao pódio para receber a medalha de bronze. A atitude teve a ver com a decisão do júri da prova de tirar o ouro que inicialmente seria dado para o brasileiro e dar para o chinês Guoshan Wu, após um processo de revisão. No pódio, ele fez gestos de negação com as mãos, demonstrando que não concordava com a mudança.

A polêmica começou logo após o final da disputa. Incialmente, a vitória tinha ido para Thiago, que havia alcançado a melhor marca entre os competidores, de 15,10 metros. Porém, horas depois, a China pediu ao júri que visse novamente as imagens da prova e mudasse o resultado.

Ao todo, os atletas fazem cinco lançamentos, sendo que se considera apenas o melhor. Segundo a equipe chinesa, o atleta brasileiro teria cometido irregularidades durante dois lançamentos, incluindo aquele que lhe rendeu o primeiro lugar. A acusação era de que Thiago havia levantado os glúteos (músculos que ficam acima da coxa e abaixo da cintura) durante o arremesso, o que não é permitido pelas regras.

Doze horas após o término da final, o júri anunciou que concordava com a equipe chinesa e, assim, desclassificou os dois melhores arremessos de Thiago. Com isso, o ouro foi para o chinês Guoshan Wu e a prata para o também brasileiro Marco Aurélio Borges. Já Thiago ficou com o bronze — com a mudança, o melhor arremesso dele passou a ser o primeiro, de 14,77 metros, que acabou sendo o terceiro melhor da prova.

O Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) afirmou que tentou reverter a decisão do júri de tirar o ouro de Thiago, mas não conseguiu. A entidade disse que a mudança foi absurda e que o atleta do Brasil foi injustiçado.

O que são as classes do atletismo de campo (Field – F)?

O atletismo de campo é representado pela letra “F”, de field, que, em inglês, significa “campo”. Nessas modalidades, os competidores são divididos em classes, que variam de acordo com o tipo e o grau de deficiência que têm. Confira alguns exemplos de classes:

F11 a F13 – Deficientes visuais.

F20 – Deficientes intelectuais.

F51 a F57 –  Atletas com deficiência nos membros inferiores (pernas). Competem em cadeiras de rodas. Os graus de deficiência variam de acordo com o número da classe.

Giovane Vieira fatura a prata na canoagem

Giovane Vieira fez a prova em 52 segundos e 142 centésimos. Foto: Miriam Jeske/CPB

Na canoagem, o brasileiro Giovane Vieira foi prata na classe VL3. O atleta, que fez a prova em 52 segundos e 142 centésimos, só foi superado por Curtis McGrath, da Austrália, que ganhou o ouro após terminar a disputa em 50 segundos e 537 centésimos.

Confira os resultados dos medalhistas:

Ouro – Austrália – Curtis Mcgrath – 50 segundos e 537 centésimos.

Prata – Brasil – Giovane Vieira – 52 segundos e 142 centésimos.

Bronze – Reino Unido – Stuart Wood – 52 segundos e 760 centésimos.

Com a conquista de Giovane, o Brasil faturou a terceira medalha na canoagem. A primeira veio com Fernando Rufino (ouro na classe VL2) e a segunda, com Luis Carlos Cardoso (prata na classe KL1).

Como funciona a canoagem paralímpica?

Os atletas têm deficiência físico-motora, ou seja, podem ter dificuldades para se movimentar. Os competidores são divididos em classes, que variam de acordo com o grau da complicação que o participante apresenta.

Classe KL1 – Usa somente os braços na remada.

Classe KL2 – Usa o tronco e os braços na remada.

Classe KL3 – Usa braço, tronco e pernas na remada.

Brasil leva prata e bronze nos 200 metros rasos masculino

Teve dobradinha brasileira no pódio dos 200 metros T11 (para atletas com deficiência visual).

A atleta Thalita Simplício e o guia, Felipe da Silva. Foto: Wander Roberto/CPB

Thalita Simplício, acompanhada pelo guia Felipe da Silva, ficou com a segunda colocação, após fazer a prova em 24 segundos e 94 centésimos. Já o terceiro lugar acabou com Jerusa Geber e o guia Gabriel Garcia, que correram em 25 segundos e 19 centésimos.

A atleta Jerusa Geber e o guia, Gabriel Garcia. Foto: Takuma Matsushita/CPB

Esta é a segunda prata de Thalita nos Jogos de Tóquio — ela já tinha terminado em segundo na prova dos 400 metros. Já Jerusa conquistou sua primeira medalha nesta edição.

Confira os resultados das medalhistas:

Ouro – China – Cuiqing Liu – 24 segundos e 936 centésimos.

Prata – Brasil – Thalita Simplício – 24 segundos e 940 centésimos.

Bronze – Brasil – Jerusa Geber – 25 segundos e 19 centésimos.

O que são as classes do atletismo de pista (Track – T)?

Track (T)

Os que participam de provas realizadas em pistas (velocidade, saltos, entre outros) e na rua (maratona) entram em classes que levam a letra “T” na frente do nome — “T” é a inicial da palavra track, que em inglês significa “pista”. Confira alguns exemplos de classes:

T11 a T13 – Deficientes visuais. Os atletas que têm o maior grau de deficiência ficam na T11, os com grau mediano, na T12, e os com grau leve, na T13. Para que todos os competidores disputem as provas sob as mesmas condições, os representantes precisam usar faixas nos olhos, que os impedem de enxergar qualquer coisa. O(s) guia(s) ao lado do atleta o ajuda(m) a se localizar no espaço.

T20 – Deficientes intelectuais (apresentam dificuldades para realizar tarefas do cotidiano e aprender, entre outras).

T31 a T34 – Atletas com dificuldades motoras, competem em cadeiras de roda. Os graus das complicações variam da T31 até a T34.

Brasileiras dividem o pódio nos 400 metros rasos feminino

E não foi só na prova dos 200 metros T11 feminino que houve dobradinha brasileira. Nos 400 metros T47 masculino (para atletas com parte do braço amputado) também houve dois atletas do Brasil que subiram ao pódio.

Thomaz Moraes foi o segundo a cruzar a linha de chegada. Foto: Takuma Matsushita/CPB

Após correr a prova em 47 segundos e 87 centésimos, Thomaz Moraes faturou a prata, sua primeira medalha em Jogos Paralímpicos. Já o bronze ficou com Petrúcio Ferreira, que correu a disputa em 48 segundos e 4 centésimos e garantiu o segundo pódio em Tóquio — o primeiro veio na prova dos 100 metros, quando ganhou o ouro e o título de atleta paralímpico mais rápido do mundo.

Petrúcio conquistou o bronze, sua segunda medalha em Tóquio. Foto: Takuma Matsushita/CPB

Confira os resultados dos medalhistas:

Ouro – Marrocos – Ayoub Sadni – 47 segundos e 38 centésimos.

Prata – Brasil – Thomas Moraes – 47 segundos e 87 centésimos.

Bronze – Brasil – Petrúcio Ferreira – 48 segundos e 4 centésimos.

Alex Pires leva a prata na maratona

Alex Pires fez a prova em 2 horas e 25 minutos. Foto: Ale Cabral/CPB

Também tivemos um representante brasileiro no pódio da maratona. Na classe T46 (para atletas com deficiência nos braços), Alex Pires faturou a prata após cruzar a linha de chegada em 2 horas e 27 minutos, perdendo apenas para o chinês Lin Chaoyan, que fez a prova em 2 horas e 25 minutos.

Com a conquista, Alex não apenas levou uma medalha para casa, como estabeleceu um novo recorde entre os atletas das Américas do Sul, Central e do Norte.

Confira os resultados dos medalhistas:

Ouro – China – Lin Chaoyan – 2 horas e 25 minutos.

Prata – Brasil – Alex Pires – 2 horas e 27 minutos.

Bronze – Japão – Tsutomu Nagata – 2 horas e 29 minutos.

Débora Menezes acaba em segundo no taekwondo mais de 58 kg

Débora Menezes conquistou a terceira medalha do taekwondo brasileiro na Paralimpíada. Foto: Wander Roberto/CPB

A brasileira Débora Menezes foi prata no taekwondo categoria mais de 58 kg, classe K44 (para atletas com amputação, paralisia, entre outros).

Na final, a atleta perdeu para Guljonoy Naimova, do Uzbequistão, por 8 a 4 e ficou com a segunda colocação.

O taekwondo fez sua estreia em Jogos Paralímpicos nesta edição. Ao todo, o Brasil faturou três medalhas: uma prata com Débora, um ouro com Nathan Torquato e um bronze com Silvana Fernandes.

Como funcionam as classes no taekwondo?

As classes são grupos em que os atletas são inseridos de acordo com as deficiências que têm. No taekwondo paralímpico, há duas classes:

K43 – Para atletas com amputação ou malformação nos dois braços.

K44 – Para atletas com amputação, malformação, paralisia em um dos braços; paralisia leve em um dos lados do corpo; e diferença de tamanho entre as duas pernas.

Após vencer do Canadá, Brasil leva o bronze no vôlei sentado feminino

Brasil derrotou o Canadá por 3 sets a 1 na disputa pelo terceiro lugar. Foto: Rogério Capela/CPB

O Brasil conquistou medalha de bronze no vôlei sentado feminino. O time venceu as canadenses por 3 sets 1 e, pela segunda vez, subiu ao terceiro lugar no pódio — a primeira vez foi nos Jogos do Rio de Janeiro, em 2016.

A disputa pelo terceiro lugar veio depois que as brasileiras foram derrotadas por 3 sets a 0 pela equipe norte-americana. Com isso, a equipe perdeu a oportunidade de ir para a final e disputar as medalhas de ouro e prata.

A última etapa da competição, aliás, foi disputada por Estados Unidos e China. As norte-americanas venceram a partida por 3 sets a 1, levaram o ouro para casa e deixaram a prata para as rivais.

O que é o vôlei sentado?

É um esporte voltado exclusivamente para atletas paraolímpicos — os competidores têm deficiência física ou complicações para se locomover. As regras são parecidas com as do vôlei disputado na Olimpíada. Entre as principais diferenças estão o fato de os jogadores competirem sentados e a quadra ser menor.

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