Encontro final foi adiado depois de discordâncias entre os países
No dia 27 de fevereiro, teve fim a 16ª Conferência das Partes da Convenção Sobre Diversidade Biológica (CDB) das Nações Unidas (COP16 da Biodiversidade). O encontro, em Roma, na Itália, reuniu líderes para discutir e decidir novas medidas para financiamentos e mobilização de recursos em prol da biodiversidade no planeta. Participaram da reunião países signatários (que assinam e concordam) do tratado da CDB.
Neste ano, o fim da cúpula foi adiado por problemas de concordância entre as nações para chegar à conclusão das negociações; a última reunião havia sido em Cali, na Colômbia (país-sede do evento), em novembro. Desta vez, na Itália, os representantes dos mais de 160 países da CDB concordaram na estruturação de um fundo financeiro exclusivo para conter a degradação da biodiversidade até o ano de 2030, medida que deverá ser concretizada em futuros encontros.
Em 2022, na COP15 da Biodiversidade, em Montreal, no Canadá, ficou estabelecido que os países participantes deveriam se comprometer em arrecadar 200 bilhões de dólares (mais de um trilhão de reais) anualmente para a proteção da biodiversidade até 2030. No entanto, a meta não foi atingida, tanto por nações desenvolvidas como por aquelas em desenvolvimento: o Fundo Global de Biodiversidade, uma das formas de entrada financeira para o cumprimento das metas, dispõe atualmente de 407 milhões de dólares (2,3 bilhões de reais.) Vale ressaltar que, até hoje, o CDB não tem um fundo próprio: como estratégia, temporariamente é utilizado o Fundo Global Para o Meio Ambiente.
O acordo era que países mais ricos compartilhassem ao menos 30 bilhões de dólares (185 bilhões de reais) para chegar ao montante de 200 bilhões; isso não foi cumprido.
Agora, na COP16, uma das novas medidas estabelecidas foi a criação do Fundo de Cali, que receberá recursos de empresas privadas que trabalham com a informação genética. A ideia é de que o investimento direto dessas companhias colabore com a proteção da biodiversidade, mobilizando o lucro para comunidades que atuam com o mesmo objetivo.
Os países também se mobilizaram para que a arrecadação de fundos até 2030 fosse revisada em 2026. Apenas 46 nações apresentaram planos para cumprir o acordo; outras ainda atualizarão as estratégias. Representantes do governo brasileiro atuaram diretamente nas negociações, conseguindo uma maior mediação entre discordâncias dos países mais e menos desenvolvidos.
A COP16 e a COP30 são acordos da ONU, mas trabalham com medidas diferentes.
COP16 (16ª Conferência das Partes da Convenção Sobre Diversidade Biológica – CDB): fala sobre biodiversidade e busca acordos para a proteção dos ecossistemas (conjunto de seres vivos que integram um mesmo ambiente e interagem entre si), preservação de espécies e recursos genéticos. A primeira edição da CDB foi no Rio de Janeiro, em 1922.
COP30 (30ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima – UNFCCC): atua com foco nas mudanças climáticas, com discussões que priorizam a redução de emissões de Gases de Efeito Estufa (GEEs), por exemplo. Em 2025, será realizada em Belém (Pará, Brasil).
Glossário:
Gases de Efeito Estufa (GEEs): gases poluentes, como o dióxido de carbono (CO2). Ao ser liberados (por meios de transporte ou indústrias, por exemplo), eles sobem para a atmosfera terrestre e ficam “presos” ali, acumulando-se em uma espécie de camada. Essa camada impede o calor de sair da Terra e, ao ser intensificada pela ação humana, leva ao aquecimento global.
Fontes: UN News, Folha de S.Paulo, G1 e Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima.
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