A cerimônia de abertura foi no estádio Ninho do Pássaro, em Pequim, na China. Foto: Getty Images

Um espetáculo repleto de mensagens de paz e inclusão. Assim foi a abertura da 13ª edição da Paralimpíada de Inverno, realizada em 3 de março no estádio Ninho do Pássaro, localizado em Pequim, na China. Ao todo, representantes de 46 nações participaram do evento — incluindo atletas e membros das comissões técnicas brasileiras.

Veja alguns destaques da cerimônia:

Apresentações e discursos sobre inclusão

O evento exibiu apresentações feitas por pessoas com e sem deficiência. Por trás de todas elas, a mensagem era de que os seres humanos deveriam voltar a se conectar e recriar vínculos afetivos, como em cenas nas quais artistas interpretavam momentos de afeto entre as pessoas — pais brincando com os filhos, homens e mulheres de mãos dadas e crianças saudando senhores idosos.

Artistas representam cenas que mostram a importância da conexão entre as pessoas. Foto: Getty Images

Já em outra parte da cerimônia, dançarinos em cadeiras de rodas criavam símbolos e desenhos no chão. Como metade deles era composta por deficientes auditivos, ao redor deles, 13 intérpretes mexiam os braços ao som da música, o que demonstrava a conexão que deve existir entre pessoas com e sem deficiência.

Em discurso realizado durante a cerimônia, o presidente do Comitê Paralímpico Internacional (IPC, na sigila em inglês), Andrew Parsons, falou sobre a importância dos Jogos Paralímpicos para promover a diversidade e a valorização das diferenças. “Há um importante momento na vida dos atletas paralímpicos em que, graças ao esporte, você abraça a sua deficiência. Não como algo que define você, mas como algo que faz parte de quem você é. Conforme você aceita isso, você acha a sua força (…) e encontra o seu poder e o seu caminho para maximizar as suas capacidades”, disse. “Se 15% da população mundial tem algum tipo de deficiência, os atletas paralímpicos ajudam a mostrar para os 85% que não têm que as pessoas com deficiência são capazes de fazer o que quiserem quando dão oportunidade a elas.”

Mensagem de paz em meio à guerra na Ucrânia

Em seu discurso, o presidente do COI também fez referência à guerra na Ucrânia e pediu que os países busquem a paz entre os povos. “Como líder de uma organização que preza pela inclusão, celebra a diversidade e abraça as diferenças, eu estou horrorizado com o que está acontecendo no mundo nesse momento”,  disse. “No IPC, o nosso objetivo é promover um mundo melhor e mais inclusivo, que não tenha descriminação, ódio, ignorância e conflito. Aqui em Pequim, atletas de 46 países vão competir uns com os outros, não uns contra os outros. Por meio do esporte, vamos mostrar o que há de melhor na humanidade e destacar valores que devem integrar um mundo mais pacífico e inclusivo.”

Em virtude da invasão da Ucrânia, todos os atletas da Rússia e de Belarus foram impedidos de competir na Paralimpíada de Inverno de Pequim. A decisão, tomada pelo COI no dia 3 de março, veio depois que delegações de diversos países ameaçaram não participar do evento casos essas duas nações não fossem proibidas de estar nos jogos.

Juntos, Rússia e Belarus tinham 83 atletas participantes, que já estavam hospedados em Pequim e prontos para competir. O comitê russo afirmou que os esportistas vão deixar a China e que, no futuro, a entidade vai entrar na Justiça para cobrar a decisão do IPC de tirá-los da competição.

Tocha olímpica

A tocha olímpica em formato de floco de neve. Foto: Getty Images

A tocha olímpica seguiu um formato parecido com o da Olimpíada de Inverno de Pequim, realizada em fevereiro deste ano. A pira foi levada até o centro de uma estrutura em formato de floco de neve (o que representa o inverno). O objeto, que é o símbolo do evento, foi acendido pelo ex-atleta chinês Li Duan, que é deficiente visual e competia pelo salto em distância — foi medalhista nos Jogos Paralímpicos de Atenas, em 2004, e de Pequim, em 2008.

Agora, a tocha permanecerá acesa até 13 de março, dia da cerimônia de encerramento.

Desfile das nações

Seguindo a tradição olímpica, atletas das 46 nações que competirão nos jogos desfilaram no palco do estádio carregando a bandeira de seu país.

No caso do Brasil, a bandeira nacional foi levada pela paranaense Aline Rocha e pelo rondoniense Cristian Ribera, do esqui cross-country (veja mais no glossário). Ao todo, o país terá seis representantes na Paralimpíada — o maior número de brasileiros já levados para o evento.

A delegação brasileira no desfile das nações. Foto: Getty Images

De todas as nações que participaram da cerimônia, a Ucrânia foi uma das mais festejadas ao entrar no palco, em razão da guerra que atinge atualmente o país. Em entrevista a veículos de imprensa, o presidente do comitê ucraniano, Valeriy Sushkevych, disse que foi um “milagre” conseguir sair do território ucraniano em meio aos conflitos para ir a Pequim participar dos jogos.

Glossário

Esqui cross-country = modalidade na qual os atletas percorrem grandes distâncias usando um esqui; quem fizer o percurso em menos tempo ganha.

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Comentários (1)

  • aluno.somar20

    2 anos atrás

    parabens joca pelo jornal

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