Esta matéria foi originalmente publicada na edição 234 do jornal Joca
No dia 12 de novembro, durante a 29ª Conferência Mundial do Clima (COP 29), da Organização das Nações Unidas (ONU), realizada no Azerbaijão, a Agência da ONU Para Refugiados (Acnur) lançou um relatório que destaca que 220 milhões de pessoas tiveram que deixar a casa em que vivem e se deslocar em seu próprio país nos últimos dez anos em consequência de desastres climáticos. O documento também evidencia o impacto crescente das mudanças no clima em milhões de pessoas que já vivem em situação de extrema vulnerabilidade e tiveram que deixar a cidade de origem em razão de guerras, violência e perseguição.
De acordo com o relatório, intitulado “Sem saída: na linha de frente da mudança climática, do conflito e do deslocamento forçado”, atualmente, 75% das 120 milhões de pessoas deslocadas internamente vivem em regiões impactadas por mudanças climáticas. São 90 milhões de indivíduos, sendo que 60 milhões estão em regiões afetadas ao mesmo tempo por desastres naturais e conflitos armados, como Síria, Etiópia, Mianmar, Haiti, Somália e Sudão. As projeções indicam que, até 2040, o número de países que sofrem consequências extremas causadas por mudanças climáticas poderá subir de três (Bangladesh, Emirados Árabes Unidos e Omã) para 65 — incluindo o Brasil.
O levantamento do Acnur foi elaborado em parceria com 13 organizações e instituições de pesquisa e revela que o valor que está sendo gasto para conter o impacto dessas mudanças é insuficiente. “As nações ricas têm um papel crítico em ampliar o financiamento para a adaptação climática. É vital que elas apoiem os países em desenvolvimento na implantação de medidas de proteção para as populações vulneráveis. Os bilhões de dólares de financiamento climático disponíveis globalmente não estão chegando às pessoas deslocadas e comunidades que as hospedam”, diz Miguel Pachioni, oficial de comunicação do ACNUR, em entrevista ao Joca.
COMEÇA A COP 29, NO AZERBAIJÃO
A COP 29 começou no dia 11 de novembro, em Baku, no Azerbaijão, sob forte esperança de que medidas concretas sejam tomadas para conter o avanço do aquecimento global. A maior expectativa é de que a conferência deste ano, que se encerra no dia 22 de novembro, avance nas discussões sobre como cumprir o Acordo de Paris.
Esse tratado foi estabelecido em 2015 e, na ocasião, 195 países aprovaram o compromisso de manter o aumento da temperatura do planeta até o fim do século 21 abaixo dos 2°C (graus Celsius). A ideia é que esse acréscimo à temperatura não ultrapasse 1,5°C em relação aos níveis pré-industriais. Neste ano, representantes de cerca de 200 países estão participando do encontro, além de mais de 40 mil convidados, entre jornalistas, observadores internacionais e especialistas em clima.
FONTES: ONU, FOLHA DE S.PAULO, AGÊNCIA BRASIL, NEXO E G1.
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