A cheia dos rios atingiu 58 dos 62 municípios do Amazonas em maio. Mais de 408 mil pessoas foram afetadas pelas enchentes. O estado deve enfrentar a maior cheia dos últimos cem anos, segundo a Defesa Civil.

Os alagamentos dificultam a locomoção nas cidades e podem aumentar os casos de doenças como hepatite A e leptospirose, transmitidas pela água contaminada. Eles também atrapalham o abastecimento de alimentos e água potável (boa para o consumo), além de prejudicar o acesso a serviços de saúde em meio à pandemia de covid-19.

As cheias eram previstas há meses em virtude do aumento das chuvas. O governo do Amazonas declarou que vem executando, desde fevereiro, ações para diminuir os impactos. Uma delas é o Auxílio Estadual Enchente, no valor de 300 reais, que deve ser entregue a 100 mil pessoas. Também devem ser distribuídos alimentos, água potável, gás de cozinha, material de higiene, remédios, madeira — para aumentar a altura das casas e construir pontes —, telhas, redes de dormir e colchões, além de estações de tratamento e purificadores de água nas áreas afetadas.

A cheia do rio Negro levou a prefeitura de Manaus, capital do estado, a decretar, em 6 de maio, situação de emergência. A medida, válida por 90 dias, permite que mais ações contra as enchentes sejam tomadas. Nos 15 bairros afetados na cidade foram construídas pontes de madeira. Pontos turísticos, como a Praça do Relógio e o prédio da Alfândega, estão inundados.

#pracegover: em Manaus, capital do Amazonas, família usa canoa para chegar em casa. Eles estão navegando em região alagada com casa ao fundo. foto: Raphael Alves/Amazônia Real_Fotos Públicas

Segunda maior cheia
Em 24 de maio, o nível do rio Negro atingiu a marca de 29,89 metros, segundo o Porto de Manaus. É a segunda maior cheia de toda a série histórica, que começou a ser registrada há mais de cem anos, de acordo com o Serviço Geológico do Brasil (CPRM).

O nível do rio está a apenas 8 centímetros da altura atingida na cheia histórica de 2012: 29,97 metros. A previsão do CPRM é de que o nível este ano chegue a 30,35 metros, superando o recorde anterior. O pico da cheia deve acontecer entre junho e julho.

Motivos
As cheias dos rios são um fenômeno natural na região nesta época do ano. Porém, quando chove bastante, a situação fica mais grave. O fenômeno La Niña é apontado como responsável pelo excesso de chuvas em 2021. Ele resfria as águas do Oceano Pacífico e uma de suas consequências é o aumento da quantidade e intensidade das chuvas na região amazônica.

As maiores cheias do rio Negro
2012 – 29,97 m
2021 – 29,89 m
2009 – 29,77 m
1953 – 29,69 m
2015 – 29,66 m

O que eu penso sobre…
“Vi lugares alagados no centro de Manaus e muitas notícias sobre o assunto nos jornais. As enchentes prejudicam as pessoas, inclusive amigos meus, que vivem perto dos rios e dos igarapés [pequeno rio, estreito e navegável], porque o lixo presente nas águas entra nas casas. Eu nunca tinha visto uma enchente como essa. Com a ajuda dos nossos governantes, é possível melhorar essa situação.” Jéssica T., 11 anos, Manaus (AM)

Esta matéria foi originalmente publicada na edição 171 do jornal Joca.

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Comentários (1)

  • PAULA FERNANDA Araujo

    2 anos atrás

    Eu acho que ah uma problema as pessoas constroem muito próximo dos rios e a natureza precisa continuar sue percurso. Lorena Fernanda-9anos-Itapevi(SP)

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