Em janeiro, uma lei começou a valer no estado da Califórnia, Estados Unidos, obrigando as escolas a ensinar a escrita da letra cursiva para estudantes do equivalente ao período entre o 1° e o 7° ano do ensino fundamental do Brasil. A norma, aprovada em outubro de 2023, vai impactar cerca de 2,6 milhões de jovens entre 6 e 12 anos. 

A lei da caligrafia cursiva foi criada por Sharon Quirk-Silva, deputada estadual. Ex-professora escolar, ela afirma que, apesar de a letra cursiva estar nos requisitos de ensino da Califórnia, o aprendizado foi deixado de lado com o aumento do uso de teclados nos tablets e computadores. 

Outros 21 estados norte-americanos exigem o ensino da letra cursiva. Além disso, mais cinco estão analisando projetos de lei que podem retomar a obrigatoriedade.

Benefícios
Em entrevista ao Joca, Patrícia Baroni, professora da Faculdade de Educação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), explica que aprender a escrever com letra cursiva pode ter um impacto positivo no desenvolvimento cognitivo (relativo à capacidade de adquirir conhecimento) dos alunos. “Há pesquisas consistentes no campo da neurociência que confirmam que a aprendizagem da letra cursiva é mais complexa em razão do formato das letras”, conta Patrícia. 

A especialista ainda afirma que isso permite que os alunos acessem documentos, textos históricos e cartas redigidas com a técnica. “(…) Pode ser um movimento de preservação de um modo de escrever que vem se perdendo a cada dia”, completa.

#pracegover: menina usando blusa de manga comprida branca está escrevendo com uma caneta em folhas de papel. Crédito de imagem: Getty Images

Como é no Brasil? 
Diretrizes do Ministério da Educação de nosso país afirmam que os estudantes devem receber o conhecimento dos diversos tipos de letra, mas não existe obrigatoriedade para o uso da cursiva. Quem faz o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), por exemplo, pode optar por usar letra de fôrma ou cursiva.

Para a professora Patrícia Baroni, a letra cursiva é um direito de aprendizagem dos estudantes, mas a obrigatoriedade pode não ser interessante para a realidade brasileira: “O Brasil tem dimensões continentais, realidades muito plurais. Para cada contexto comunitário, cada município, cada escola, vai existir uma necessidade com relação ao ensino da escrita”.

FONTES: FOLHA DE S.PAULO, G1 E REUTERS.

Esta matéria foi originalmente publicada na edição 217 do jornal Joca.

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